O cheiro do café tem algo de mágico. Ele acorda a casa, antes
mesmo que os olhos se abram. Espalha-se pelos quartos como um anúncio
silencioso de que o dia começou. É aroma de aconchego, de lembrança, de rotina
com afeto. Há quem diga que o café só é bom mesmo quente e forte — mas, para
muitos, o verdadeiro prazer está no cheiro que vem antes do primeiro gole.
Esse cheiro tem memória. Lembra manhãs na casa da avó, a
chaleira apitando no fogão e o coador de pano pendurado como se fosse parte da
decoração. Lembra conversas de domingo, tardes de chuva, pausas no trabalho,
reencontros e despedidas. Lembra silêncio e companhia. É como se cada pessoa
tivesse o seu próprio café, guardado na memória — com um aroma que não se
esquece.
O cheiro do café tem o poder de confortar e de recomeçar. É
convite e promessa. Promessa de que o dia pode ser melhor, de que há tempo para
um respiro e de que entre um gole e outro, há espaço para viver.
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