Depois de sete meses parados, a CGD perde parte da sua administração, mantendo-se Rui Vilar que, pelo que se depreende, irá assumir a governação até que se encontre um novo grupo de gestores que aceite cumprir o programa daqueles que agora saem e trabalhar porventura com menores salários. Uma confusão que me parece estar longe de resolução definitiva.
Até porque não serão muitos os que se disponham a aceitar dirigir a instituição nestas condições. A solução vai, assim, pender para a escolha de um gestor político, que era o contrário do que Antonio Costa preconizava. Enfim, uma baralhada que durou tempo demais, lesou a instituição e acabou por manchar todos aqueles que intervieram no processo, sobre o qual nunca saberemos a verdade.
E de quem é a culpa disto tudo ? Evidentemente, do PSD e do CDS, como se deduz das palavras que temos ouvido. E uma parcela de culpa pode, de facto, ser-lhes atribuída, porque não souberam ou não puderam, ou não quiseram, dar à Caixa, no seu tempo, a solução que se imporia. E também porque, agora na oposição, não escolheram a melhor via de combater o impasse criado. Mas essa é a velha "estoria" do relacionamento entre os nossos dois maiores partidos ao longo dos anos, quer sejam oposição, quer sejam governo.
Todavia, pretender assacar todas as culpas do que sucedeu nestes lamentáveis sete meses, ao anterior governo, também me parece um excesso, que só descredibiliza quem o afirma.
Acresce que o silêncio do Ministro das Finanças nesta ultima semana é, no mínimo, confrangedor. O mesmo se pode dizer do chefe de governo, depois de tudo o que veio a lume. Oxalá não se tenha aberto uma caixa de Pandora!
HSC