Há alturas em que vale a pena falar pela boca dos outros, porque a irritação pessoal pode levar-nos a excessos que não devemos ter.
" (...) O Estado está a sacrificar a uma
inutilidade pretensamente necessária os últimos resquícios de justiça social e
os últimos valores colectivos.
Se um dia recuperarmos de tudo isto, vai ser
deste abandalhamento silencioso, entre o tímido e o apático, que mais tempo
levaremos a livrar-nos.
Isto já foi longe de mais."
(http://odestinomarcaahora.blogspot.pt/)
(...) estamos resumidos ao que Deus nos
deu. Sol, oliveiras, carapaus e vinhas. É obsceno - mas de uma monumental
honestidade - culpar os portugueses de se terem esquecido das pescas, da
agricultura e das fábricas que tanto forneciam o mercado interno como
exportavam.
Foi Cavaco, embalado pelas
miragens europeias, que levou a esse esquecimento. Foram os transigentes nas
pescas e na agricultura, a troco de euros, que pagaram aos pescadores e aos
lavradores para não pescarem nem lavrarem. Quando o economista doutorado em
York nos incita a virarmo-nos para os nossos recursos naturais, é razão para
nos preocuparmos.
Portugal está a ser
devolvido à geografia, ao clima e ao povo. Estamos a ser devolvidos
pré-historicamente à nossa sorte. Perdida. Perdemos o nosso futuro."
(Miguel Esteves Cardoso in Publico
de 28/11/12)
HSC