Os portugueses têm vivido estes últimos
dias mergulhados nas discussões das greves, sejam elas gerais ou de classes profissionais.
Mas os credores estão pouco preocupados com as nossas greves dado que o programa de ajustamento ainda
não está concluído,
Os mercados e os investidores
que financiam os países andam, sim, num clima de enorme tensão, desde que o presidente da Fed, Ben Bernanke,
anunciou que se vão acabar os estímulos monetários.
E quem está a pagar este clima negativo? A bolsa
e a dívida pública nacional. Tornando, de caminho, duvidoso um regresso aos mercados que,
deste modo, está longe de ser seguro. Nem para Portugal e restantes países
periféricos, nem sequer para outros países do euro.
Todavia, perante a gravidade desta situação, à realidade interna só interessam as greves e as discussões sobre o fim da austeridade e início do crescimento
económico.
A consequência está à vista. Os juros da dívida pública nacional regressaram às subidas. Com, claro, os eventuais
efeitos negativos nos resultados dos bancos que, nos últimos trimestres, até haviam
beneficiado com a dívida pública.
Ou seja, numa altura em que
se pretende mais financiamento e mais capitalização das empresas, ninguém parece
dar-se conta do aviso feito pelos Estados Unidos. E os partidos parecem alheios ao facto, grave, de que não haverá
recuperação da economia se a crise financeira não estabilizar.
É evidente que este problema já não é dos partidos nem dos governos. É, sim, uma questão mundial, como se poderá perceber
das consequências do discurso do presidente da autoridade monetária dos EUA, que pairam sobre nós.
E nem a
promessa de Mario Draghi, de que tudo fará para segurar o euro, está a surtir
efeito, visto que em apenas três dias, a
bolsa portuguesa perdeu quase 10%!
HSC