1 de Maio de 1958
Acordei ao sentir que o meu coração ainda guarda aquele vazio
tão grande que nos deixaste e que, por vezes, parece consumir tudo. Há 13 anos,
partiste e, apesar do tempo, esse adeus nunca deixa de doer. Hoje, celebramos o
que foi e o que ainda permanece. São 57 anos, com tantas memórias que, para
mim, são como estrelas no céu. Cada lembrança tua brilha, mesmo na escuridão da
ausência.
Lembro o teu sorriso, a tua risada fácil, a tua voz que me
acalmava, como um abrigo seguro. E eu queria tanto mostrar-te as coisas que a
vida trouxe neste tempo. Queria mostrar-te o quanto ainda és lembrado e como a tua
ausência, apesar de tudo, nunca conseguiu apagar o amor que deixaste.
Cada dia, ao olhar para o Paulo e para o André, vejo pedaços
de ti em cada gesto, em cada palavra, em cada olhar. E é isso que faz com que tua
presença não se apague. Mesmo com a saudade, tu estás presente em tudo o que
fizemos e no que ainda fazemos.
Hoje, celebro o que tu foste, o que tu significaste e o quanto a tua vida, mesmo curta, foi cheia de beleza. E se pudesse dar-te um presente, seria a promessa de que, enquanto eu respirar, continuarás vivo em mim, em nós. Amo-te, meu filho. Para sempre.