Pertenço a uma geração em que a sexualidade era tabu nas famílias e muito mais nas escolas. Assim, se não fosse a mãe que tive, o que saberia era a porquíssima abordagem da matéria em livros proibidos. Nunca me conformei com esse condicionamento.
Para já, a educação sexual nas escolas, deve ir muito além do
ensino sobre anatomia ou prevenção de doenças. Ela é uma ferramenta essencial
para promover o conhecimento, o respeito e a autonomia dos estudantes sobre os
seus próprios corpos e relacionamentos. Quando tratada de forma responsável e
adequada à faixa etária, ajuda a combater tabus, a reduzir a desinformação e a
prevenir situações de risco.
O ensino estruturado da sexualidade aborda temas como
consentimento, diversidade, igualdade de género, prevenção de infeções
sexualmente transmissíveis, menstruação, métodos contracetivos e
desenvolvimento afetivo. Essas informações, transmitidas de maneira clara e
respeitosa, fortalecem a autoestima e a capacidade de tomar decisões
conscientes.
Além disso, a presença da educação sexual nas escolas
contribui para diminuir casos de gravidez na adolescência, violência sexual e
discriminação. E também cria um ambiente mais seguro, onde os estudantes se
sentem à vontade, para esclarecer dúvidas e aprender, sem medo de julgamentos
ou ideologias, porque estas matérias estão muito acima disso.
Negar esse acesso é deixar jovens à mercê de informações
distorcidas, muitas vezes obtidas de forma insegura na internet, ou em
conversas informais. A escola, como espaço de formação dos cidadãos, tem o
papel de preparar os seus alunos não apenas para o mercado de trabalho, mas
para a vida em sociedade. E a educação sexual é parte fundamental desse
processo.
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