Conheci a Teresa Caeiro há muitos anos. Apesar da sua
brilhante carreira política, aquilo que hoje me interessa ressaltar é, obviamente,
a mulher, que se encontrava escondida debaixo da armadura da política.
Era, talvez, das pessoas mais carentes de afeto que encontrei
ao longo da vida. E, também, das pessoas mais protegidas por esse afeto, de que
ela tanto carecia.
Dotada de um grande sentido do humor, sempre que estávamos
juntas não era de política que falávamos, mas sim, daquilo de que todos os
seres humanos carecem, para se sentirem felizes. E, também, para rir.
Ela achava-me uma mulher forte e eu dizia-lhe que ela ainda
só aprendera a reconhecer as suas fragilidades. Faltava ir mais fundo para, verdadeiramente,
se encontrar.
Eu sabia que a Teresa podia ser forte, porque houve
ocasiões em que essa caraterística veio ao de cima. Assisti a algumas delas. Infelizmente,
outros fatores e dependências, arrastavam-na para o lado difícil da vida.
Choro por isso, por saber que, com tantos amigos a protegê-la,
ela não tivesse tido a capacidade e a vontade, de sublimar as pedras que a vida,
por vezes, põe no nosso caminho para nos testar! Adeus, querida Teresa. E que,
finalmente, encontres a paz!
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