Há um
caminho que não se traça em mapas.
Não há setas pintadas nas pedras, nem placas a indicar o rumo.
É uma estrada que começa no silêncio,
quando o mundo lá fora se dissolve
e a única bússola que resta é o pulsar do próprio coração
Peregrinar
por dentro é atravessar desertos invisíveis,
encarar tempestades que ninguém vê,
e caminhar por florestas de lembranças, onde a luz entra aos poucos.
E aceitar que algumas distâncias não se medem em passos,
mas em coragem.
Nesse
percurso, encontramos ruínas de antigas versões de nós próprios
e, entre as fendas, sementes que aguardam germinar.
O chão é feito de memórias,
as pontes, de perdão.
E, se há montanhas, são de medos —
que se desmancham ao serem olhados de perto.
A
peregrinação interior não tem chegada triunfal.
Tem um retorno.
Voltamos ao mundo com os olhos lavados,
o coração menos pesado,
e a certeza de que, onde quer que estejamos,
há sempre mais estrada dentro de nós.
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