Vivemos
entre dois verbos que moldam grande parte da nossa existência: ter e querer.
O ter representa o que já conquistámos — bens, títulos, experiências,
relações. Ele traz segurança, estabilidade e, muitas vezes, orgulho. Mas o ter
é estático; é a fotografia do que já foi alcançado.
O querer,
por outro lado, é movimento. É o desejo que nos impulsiona para a frente, a
chama que acende a ambição, o sonho e a curiosidade. Mas ele também pode ser
inquieto, insaciável, a pedir sempre mais.
Quando
vivemos apenas no ter, corremos o risco de nos acomodar, de prender o
olhar ao que já está nas mãos, esquecendo que a vida é mudança. Quando vivemos
apenas no querer, podemos cair na eterna insatisfação, correndo atrás de
algo que nunca chega — ou que, quando chega, já não basta.
O equilíbrio
está em reconhecer e valorizar o que temos, sem matar a capacidade de
sonhar e buscar. É saber que o ter dá raízes e o querer dá asas. Porque
a vida pede as duas coisas: pés firmes no chão e olhos que enxergam o
horizonte.
Sem comentários:
Enviar um comentário