segunda-feira, 11 de agosto de 2025

O TER E O QUERER

Vivemos entre dois verbos que moldam grande parte da nossa existência: ter e querer.
O ter representa o que já conquistámos — bens, títulos, experiências, relações. Ele traz segurança, estabilidade e, muitas vezes, orgulho. Mas o ter é estático; é a fotografia do que já foi alcançado.

O querer, por outro lado, é movimento. É o desejo que nos impulsiona para a frente, a chama que acende a ambição, o sonho e a curiosidade. Mas ele também pode ser inquieto, insaciável, a pedir sempre mais.

Quando vivemos apenas no ter, corremos o risco de nos acomodar, de prender o olhar ao que já está nas mãos, esquecendo que a vida é mudança. Quando vivemos apenas no querer, podemos cair na eterna insatisfação, correndo atrás de algo que nunca chega — ou que, quando chega, já não basta.

O equilíbrio está em reconhecer e valorizar o que temos, sem matar a capacidade de sonhar e buscar. É saber que o ter dá raízes e o querer dá asas. Porque a vida pede as duas coisas: pés firmes no chão e olhos que enxergam o horizonte.

 

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