Nunca tinha sido alvo da calúnia. Foi preciso chegar a esta
idade e a 30 anos de comunicação social, para ter tido essa experiência, que me
magoou muito, mas simultaneamente me permitiu ver quem, de facto, me aprecia e
defendeu.
A calúnia é uma das formas mais cruéis de injustiça, porque
ataca aquilo que é mais precioso numa pessoa: a sua honra e a sua dignidade.
Diferente de uma agressão física, que deixa marcas visíveis, a calúnia age de
maneira silenciosa e corrosiva, espalhando desconfiança, mágoas e ruturas
muitas vezes irreparáveis. Uma palavra distorcida, uma mentira repetida, pode
destruir amizades, abalar famílias, manchar reputações construídas ao longo de
anos e, até, comprometer a vida profissional e social de alguém.
O mais doloroso é que, depois de espalhada, a calúnia
dificilmente pode ser totalmente reparada. Mesmo quando a verdade vem à tona,
as dúvidas já foram lançadas, e o olhar das pessoas nunca mais é o mesmo. É
como uma mancha que permanece, mesmo após tentativas de limpeza.
A devastação da calúnia não atinge apenas a vítima direta. Ela
corrói laços de confiança na comunidade, incentiva a injustiça e alimenta a
maldade. Quem calunia fere não só o outro, mas também a si mesmo, pois revela a
própria fragilidade de carácter.
Por isso, é fundamental refletir antes de falar e cultivar a
responsabilidade nas palavras. A verdade pode ferir, mas liberta. A calúnia, por sua vez, aprisiona todos num
ciclo de dor e desconfiança.
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