terça-feira, 30 de junho de 2009

Eles dizem...

O Ministro das Finanças, apesar de ser um homem cauteloso, em época de eleições precisa de dizer coisas, de fazer afirmações, de prever acontecimentos. Pela positiva, claro. Compreende-se. Mas é uma forma arriscada de fazer política económica. Entre nós diria, mesmo, arriscadíssima...
Depois de aqui ter referido que o clima de confiança havia melhorado, eis que menos de 48 horas passadas, a OCDE veio apresentar números que desdiziam os nossos. Não é novidade. Já começamos a habituar-mo-nos a estas contradições entre dados nacionais e internacionais!
Bom, passadoo balde de água fria de há dois dias da citada Organização, era preciso reagir. Então, aquecemos os motores e, de acordo com os números de conjuntura do INE, descobre-se que, afinal, o clima económico continua a melhorar. Por dois meses consecutivos. Desta vez, só a industria transformadora parece não estar empolgada.
Teixeira dos Santos, prudente mas lépido, aproveita de imediato a oportunidade e vê naquelas estatísticas um eventual indicador de fim de crise. Teve, contudo, um esquecimento. Perdoável em tempo eleitoral. É que quando a crise do sub prime passar nos EUA e na Europa, nós vamos continuar com a nossa. A portuguesa, muito nacional.
Aquela que é anterior e deriva da falta de competitividade, do baixo crescimento, da míngua de inovação, da quebra do investimento, da perda de mercados. Essa é apenas nossa. Não é importada.
A tal que, para começarmos a pensar em resolvê-la, nos imporia uma taxa de crescimento de 6%. Ora como estamos muitíssimo longe disso, o resultado é que a produção interna não chega para o que comemos. Nem sequer para aguentar o Estado. Logo, continuamos a viver a crédito.
E fala-se num vislumbre de final de crise? Até quando vamos manter a fantasia?
H.S.C

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Pedro Rolo Duarte

Hoje decidi falar de quem gosto. Há pouco foi a Paula Moura Pinheiro. Agora é o Pedro Rolo Duarte, que muito aprecio e de quem sou amiga. Mas tal nunca me impediria de o criticar se fosse caso disso. Felizmente não é.
O Pedro tem, aos 44 anos, uma carreira invejável na comunicação social. De facto, além da escrita, fez rádio e televisão e conta no seu activo 27 anos de profissão.
Conheci-o na SOCI - a sociedade detentora do Independente, da Kapa e da Fortuna - onde eu era directora de Novos Projectos. Não caímos nos braços um do outro, apesar do Miguel Esteves Cardoso ser amigo de ambos.
Mas o tempo fez com que eu me tornasse sua fã. O Dna foi o único jornal ao qual concedi uma entrevista de vida. E fi-lo, porque o Pedro era o seu director e eu admirava imenso o projecto. Continuo a pensar que foi dos melhores magazines que se fizeram e uma mais valia para o Diário de Notícias. Pena que a actual direcção não o tenha percebido!
Felizmente, acabado o Dna, muitas oportunidades surgiram em que ele provou a sua qualidade. Hoje mantém o pedroroloduarte.blog.sapo.pt do qual sou visitante diária e é o editor do suplemento de fim de semana do jornal I. Só este facto bastava para que eu comprasse o jornal.
Para além de tudo o que referi, o Pedro é um amigo de mão cheia e eu tenho a sorte de o contar entre os meus!

H.S.C

Camara Clara

Como declaração de princípio, digo já que gosto de Paula Moura Pinheiro. Não temos intimidade, mas entrámos na Sic ao mesmo tempo e frequentámos um workshop que a empresa fez para quem ia trabalhar na sua televisão . Gostámos uma da outra. Ela ficou na área. Eu faço TV pontualmente.
Camara Clara, conduzida no Canal 2 sob a sua batuta, é um caso raro de qualidade na televisão que temos. Os temas e os convidados são pessoas interessantes e em todos os programas a que assisti - e foram muitos - aprendi sempre alguma coisa.
Os assuntos, variados e actuais, dão origem a conversas animadas em que o telespectador é conduzido e confrontado com os diversos pontos de vista que os mesmos suscitam, o que enriquece não só quem assiste mas também quem participa.
Paula Moura Pinheiro presta, assim, um verdadeiro serviço público de excelência, que nos enriquece e prestigia o Canal 2. Oxalá quem de direito tenha consciência disso!

H.S.C

domingo, 28 de junho de 2009

Auto-promoção poética...

Nunca me atreveria a escrever poesia.
Mas um dia apeteceu-me
Tentar a prosa poética.
Devia ter juízo
Ou, pelo menos vergonha.
Nem um
Nem a outra.
E encontrei um poeta
Que me tem aliciado
Com os seus postes.
Da escrita solitária,
Aos duetos fomos passando.
Não sei se temos,
Na prosa que escrevemos,
Algum valor.
Para sabermos,
Vão ler-nos.
Por favor!

Em
duas-ou-tres-coisas-que-eu-ja-sei.blogspot.com
duasoutrescoisasquejulgosaber.blogspot.com

H.S.C

A felicidade

A felicidade, julgo, é algo que se contrói. Muitíssimo devagar. E com cautela. Porque o que me tornava feliz aos vinte anos tem muito pouco a ver com aquilo que, hoje, me satisfaz. E, possivelmente, será diferente do que amanhã me tornará venturosa.
Algo, contudo, se mantém na minha existência. É a vontade de tocar a felicidade. Julgo que ela jamais me abandonou. De cada mágoa fiz sempre um exercício de ultrapassagem. E foram várias, as vitórias que consegui.
Chegada a uma fase em que muitos esperam pelo fim, eu ainda sonho com o que me falta fazer. Por idiotice? Não. Por pura convição de que essa é a minha única forma de viver.
Por isso me espanto com amigos que, na escala dos sessenta, se demitem de lutar por aquilo que, acreditam, os tornará mais afortunados. Porque "já" não vale a pena. Como se a vida tivesse chegado ao fim, mesmo antes de ter terminado!
Não serei uma mulher feliz. Mas sou, seguramente, uma felizarda que, a prestações, soube sempre o que era a felicidade e se recusou a dela abdicar!

H.S.C

sábado, 27 de junho de 2009

O talento

Emociono-me sempre face ao talento. É uma emoção sem lágrimas ou risos. É qualquer coisa de quase beatífico, que me dá a exacta medida da minha normalidade.
No entanto essa aptidão para fazer de modo especial qualquer coisa é dificilmente reconhecida. São inúmeros os casos de talentosos que só depois de mortos foram devidamente apreciados.
Vem este intróito a propósito de Michael Jackson, falecido há horas. Começou muito cedo a sua carreira. Mas teve a sorte de alcançar o reconhecimento público numa belíssima idade e dele ter gozado bastante tempo.
Inovou, a muitos títulos. Chocou a muitos outros. Mas trouxe ao palco uma ousadia que, a mim, confesso, nunca me escandalizou. Pelo contrário!
O que sim, sempre me chocou, foi o facto de no palco, como na vida, nunca ter aceitado a sua negritude. A raça faz parte integrante da nossa identidade. Recusá-la é, no mínimo, lamentável. Mais ainda, quando uma parte do nosso talento tem a ver com ela...

H.S.C

Obrigada

Alguns amigos terão mencionado este blog como sendo merecedor de um prémio Lemniscata. Tardiamente soube disso.
Sou uma iniciante da blogosfera - ando cá apenas desde Fevereiro último - e escapa-me tudo o que seja mais sofisticado.
Assim só agradeci a menção à minha bloguista de eleição, a Margarida Pereira, dona do "Criativemo-nos".
Resultado: fui ingrata para quem me terá citado.
Por isso aqui me têm, qual Moniz - não o da TVI -, com o baraço ao pescoço, a pedir perdão e a agradecer o facto de uma novata - na blogosfera, claro, que não sou a Lily Caneças - ter merecido tal menção.
A todos o meu bem hajam!

H.S.C

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Isto não está a correr bem...

Não gosto de mentiras. Por isso não gosto de política.
Não gostei da forma como o governo tratou da questão da compra de 30% da TVI pela PT. Porque, se Sócrates não sabia - e eu não acredito nisso -, devia saber, detendo o Estado as "golden share" que detém. Deu de si uma má imagem e acabou por ter de vetar um negócio no qual parecia estar interessado.
Alguém faria pior?

H.S.C

quinta-feira, 25 de junho de 2009

E cá estamos nós de novo...

Há dois dias escrevi que os indices relativos ao clima de expectativas económicas, excepção feita à construção civil, pareciam oferecer uma subtil melhoria.
Durou pouco a subtileza. Ontem a OCDE veio dar-nos, de novo, no toutiço. "Dar-nos" não é correcto. "Dar-lhes" é mais adequado. Para além de mostrar reservas quanto à zona euro, cujo PIB se deve contrair cerca de 4,8%, aquela organização prevê para 2010, na mais feliz das hipóteses, crescimento nulo.
Quanto a Portugal, o futuro não é melhor. Para este ano esperam uma contracção do PIB de 4,5% e para 2010 antecipam um agravamento que nos situará nos 5%.
E previsões de saída da crise? Para a terrinha, aquela organização admite que talvez seja possível em 2011 pensarmos nisso!
Não há dúvida que o cenário é animador...

H.S.C

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Valeu a pena ouvir

Como economista que sou, tive o privilégio de conhecer algumas das pessoas mais competentes e prestigiadas na minha área. Para citar apenas alguns, Silva Lopes, Jacinto Nunes, Mário Murteira, Costa Leal, Vitor Constâncio, João Salgueiro, Ernani Lopes, Teodora Cardoso, Manuela Ferreira Leite. Todos e mais alguns passaram ou ainda estão no Banco de Portugal. O que talvez nos diga alguma coisa do grau de exigência da instituição.
Hoje decidi ouvir a entrevista da Presidente do PSD a Ana lourenço, no programa Dia D. E fi-lo porque o que mais admiro nesta política é o facto de ela não fazer politiquice nem andar ao sabor das emoções televisivas. É parca de palavras, tem sentido de humor - quem a conhece bem sabe disso - é culta e é competente. E não tem medo!
Solidaridade feminina à parte, estive muitíssimo atenta às suas palavras e ainda bem que o fiz, porque não podia estar mais de acordo com o que ouvi.
Estou completamente à vontade porque não tenho dependências partidárias, nem devo o meu salário a nenhuma filiação que não seja o esforço pessoal dispendido numa idade em que muitos já penduraram as sapatilhas. Tenho, portanto, direito a falar daquilo que entendo ser o melhor para o país e se continuo a estudar é para saber mais ou, pelo menos, para saber melhor.
Manuela fez o discurso que se impõe a uma pátria endividada e que come o futuro dos meus netos sem que eles se possam pronunciar. Disse que precisamos de trabalhar, que o dinheiro não está a ser bem utilizado, que o investimento público de proximidade é o mais adequado neste momento e que urge falar verdade a um país cuja taxa de desemprego irá ultrapassar os dois dígitos no próximo ano.
Não houve, em tempo algum, uma cedência à demagogia ou ao populismo. Nenhum ataque que fosse pessoal. Enfim, meia hora de conversa que valeu francamente a pena!

H.S.C

A boa convivência

Acredita-se que Frederic Mitterand, animador de TV e sobrinho do antigo presidente francês do mesmo apelido poderá vir a ser o novo Ministro da Cultura de Sarkozy.
O que não deveria espantar os socialistas que já o criticam porque estão a esquecer-se dum facto curioso. É que no governo de cohabitação chefiado por Baladur, o actual Presidente foi ministro do Presidente Mitterand.
O que continua a provar que, em política, a ideologia já conta pouco. Felizmente, porque só assim poderá haver a chance de escolher os mais competentes. Que não se importem de governar, claro!
H.S.C

Ainda o petiz especial

Cristiano Ronaldo - ainda ele e só ele - vai ter no seu contrato com o Real de Madrid uma cláusula de rescisão de mil milhões de euros, a título de compensação.
Florentino Perez quer, deste modo, precaver-se de assédios laborais futuros nas seis temporadas do craque nacional. "Gato escaldado de água fria tem medo". Ai não!
Surpreendente, este montante? Não, de todo, face ao caminho que as transferências no desporto da bola vão tomando. Apenas chocante. Para os que ainda se chocam, claro!


H.S.C

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Estou muito satisfeita comigo!

Não vi a entrevista de José Socrates. Na previsão do que aí vem tomei, de imediato, algumas medidas visando um regular funcionamento do meu coração que quero manter todo inteirinho para o amor da minha vida - Lily Caneças não diria melhor - o qual não merece um orgão arritmado pelos sulcos da política nacional.
Mas vi imagens a prestações, todas invocadas nos diferentes programas em que pontificam os opinion maker.
De tudo o que vi e li, o que mais me encantou foi a expressão "estou muito satisfeito comigo". Primeiro perguntei-me porque se sentiria o nosso PM tão satisfeito? Depois comecei a pensar, a pensar, a pensar. E, garanto, continuei sem perceber a razão da afirmação.
Voltei ao pensamento por várias ocasiões. Nada! Mas absolutamente nada me fazia entender a declaração. Então cheguei a uma conclusão. O defeito devia ser meu.
E, para o corrigir, só havia uma solução: colocar-me, por empatia, no seu estado de espírito. Foi o que tentei. Não foi nada fácil. Mas estou, finalmente, muito satisfeita comigo!

H.S.C

Finalmente uma brisa...

Dizem as estatísticas - sempre elas - que o mês de Maio terá revelado algum optimismo entre os agentes económicos nacionais. Com efeito, tanto consumidores como indústria e serviços, todos marcaram pontos nos respectivos indicadores de confiança que, há largos meses, vinham diminuindo. O único sector onde tal não acontece é a construção, a qual surge a contrariar a tendência, com novo recuo no mês passado, depois de ter registado alguma esperança em Abril.
O índice de confiança dos consumidores portugueses, que estava em perda desde o fim de 2008, recuperou em Maio, levando a uma evolução positiva do indicador coincidente do consumo privado, hoje publicado pelo Banco de Portugal, que cresceu de dois pontos percentuais.
A actividade económica que estava em perda desde finais de 2007, em Maio manteve-se estável pela primeira.
O indice que mede o sentimento económico em Portugal avançou cerca de dez pontos face a Abril.
A confiança parece assim ter despontado em quase todos os sectores económicos. Só a construção surge a contrariar o cenário, dado que as vendas de cimento tiveram novo recuo e interromperam uma tendência positiva que se verificava há dois meses.
Será pouco e muito frágil. Mas existe. Resta saber se os problemas no Irão, com todas as suas imprevisíveis consequências, nomeadamente no preço dos combustíveis, não irão liquidar uma aragem que se pretendia fosse uma brisa!

H.S.C

Made in Portugal

Chama-me o meu bom amigo Pedro Lopes a atenção para o facto de vários produtos estrangeiros conceituados serem fabricados cá e levarem posterirormente etiqueta de outro país. De facto assim é ou, pelo menos, era.
Há alguns anos comprei em Paris dois lindíssimos fatos de treino, que todos me perguntavam onde haviam sido adquiridos.
Quando os lavei pela primeira vez, eis a surpresa que me levou a dar uma gargalhada: num cantinho que mal se via, lá estava, discreta, um pequeno rótulo com "made in Portugal". A partir daí passei a estar mais atenta...
Não sei se a situação continua. Acredito que sim. Mas então essa nossa "marca de origem" devia ser, obrigatoriamente, tão visível quanto a etiqueta de quem procede à sua comercialização.

H.S.C

domingo, 21 de junho de 2009

Consumir nacional

"O António, depois de dormir numa almofada de algodão (Made in Egipt),começou o dia bem cedo, acordado pelo despertador (Made in Japan) às 7 da manhã.Depois de um banho com sabonete (Made in France) e enquanto o café(importado da Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in ChechRepublic), barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China).Vestiu uma camisa (Made in Sri Lanka), jeans de marca (Made in Singapure) e um relógio de bolso (Made in Swiss).Depois de preparar as torradas de trigo (produced in USA) na sua torradeira (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena (Made in Spain), pegou na máquina de calcular (Made in Korea) para ver quanto é que poderia gastar nesse dia e consultou a Internet no seu computador (Made in Taiwan) para ver as previsões meteorológicas.Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in India), ainda bebeu um sumo de laranja (produced in Israel), entrou no carro Saab (Made inSweden) e continuou à procura de emprego.
Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos atravésdo seu telemóvel (Made in Finland) e, após comer uma pizza (Made inItaly), o António decidiu relaxar por uns instantes. Calçou as suas sandálias (Made in Brazil), sentou-se num sofá (Made in Denmark), serviu-se de um copo de vinho (produced in Chile), ligou a TV (Made in Indonésia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar um trabalho em PORTUGAL..."

(Enviado por mail que circula na net)

Será um exagero, mas que dá para pensar, lá isso dá. Nem um só produto era nacional!

H.S.C

sábado, 20 de junho de 2009

Elas e eles...

O recente "Relatório sobre o Progresso da Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens no Trabalho", que ontém foi tornado público, continua a mostrar o peso laboral que recai sobre o género feminino.
Com efeito, de acordo com o documento que se refere ao biénio 2006/2008, os homens dedicam em média 43,5 horas semanais ao trabalho pago e nove horas ao que não é pago. Para as mulheres aqueles valores são, respectivamente, 41 horas semanais pagas e cerca de 24,5 horas não remuneradas. O que quer dizer uma diferença de 16 horas sem expressão monetária...
Contudo, se juntarmos a estes indicadores os tempos gastos em deslocações, conclui-se que o génro masculino trabalha 55 horas e 42 minutos, enquanto nós trabalhamos 69 horas.
O facto da mulher continuar a ser, no século XXI, a "guardiã da família" constitui uma das causas não só dos menores salários que recebe, mas também da pior representação que mantém nos lugares de decisão empresarial. Isto, apesar de a taxa de actividade feminina ter aumentado nos últimos anos. É pena!


H.S.C

Emoções...

"Houve momentos que me emocionaram muito esta noite. Houve vários primeiros-ministros que me disseram que no nosso [deles] país governo e oposição não se entendem em nada mas entendem-se quanto ao apoio que lhe queremos dar a si e à Comissão Europeia”
(
Declarações de Durão Barroso sobre o facto de ter colhido o apoio dos Chefes de Estado e de Governo da UE na sua recandidatura, publicadas no blogue OMacGuffin).
Li e reli. Não acreditei. Mas confirmei.
Depois da entrevista de José Socrates ao programa "O Dia D", de Ana Lourenço, percebi que a política nacional entrara num nova fase. Agora os antigos animais ferozes viraram "cordeiros". Original!
Subitamente, também Durão se lembra de que Portugal existe e só fala da pátria. Emociona-se com o apoio que dela recebe. E acredita no seu papel de pacificador de conflitos e de "unificador" das quezílias internas de alguns países europeus. Não há paciência!
H.S.C

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Os três pilares

Já todos sabemos que há um tripé que motiva os portugueses. O futebol, a política e a religião. Esta última tem perdido alguns filiados para organizações mais pequenas, mas quando chega a hora da verdade, até os ateus clamam por Deus.
Abstenho-me de abordar, hoje, duas das famílias que mencionei. Fico-me, apenas, pela do futebol e dentro dela pela do Benfica.
Porquê? Porque a bola continua não só a mover vontades, como a seduzir pessoas com curiculos profissionais invejáveis e que em nada precisam da projecção que um clube lhes poderá dar.
Neste caso, estou a falar de José Eduardo Moniz, que chegou a ponderar, com uma équipa de gente valorosa, candidatar-se à presidência do clube.
Contudo, em Portugal a democracia não consegue, nunca, funcionar plenamente porque aceita mal a oposição e não estimula o contraditório.
Assim, mal se soube da eventualidade, começaram os movimentos. Baixos. De ameaças. De jogo complicado.
Moniz considerou que não estavam criadas as condições democráticas indispensáveis à sua candidatura. Fez bem!
Mas é preciso não conhecer o homem que preside aos destinos da TVI, para se acreditar que ele terá desistido. Pelo contrário. Este tipo de dificldades só o estimula. Por isso, o mais certo é poder dizer-se, com propriedade, "até breve"!


H.S.C

quinta-feira, 18 de junho de 2009

José Calvário

Nasceu no Porto, em 1951. Morreu, ontém, na sequência de um AVC sofrido em Novembro passado e do qual ficou em coma profundo.
Em 1957 dá o seu primeiro recital. Em 1961, com dez anos, dirige uma orquestra filarmónica.
Em 1971, vindo da Suiça para onde fora estudar, regressa a Portugal e a partir daí vê o seu trabalho premiado, por várias vezes, na música popular portuguesa, área na qual trabalhou afincadamente.
Na década de oitenta decide ir para Londres, onde continuou o seu trabalho. Em 1991 escreve o seu primeiro concerto para orquestra e grava obras de Andrew Webber com a Orquestra Filarmónica de Londres.
Portugal acaba de perder um dos seus grandes na composição e orquestração. Cedo demais!

H.S.C

O estado do Estado...

Diz hoje o Correio da Manhã que, de acordo com um estudo da Intrum Justitia, se a Administração Pública cumprisse os prazos legais de pagamentos a que está obrigada, isso corresponderia para a economia real a uma injeção de cerca de 3,2 mil milhões de euros.
O prazo de pagamento em Portugal situa-se nos 92 dias, quando a média europeia é de 57 dias.
Em termos globais europeus, se todas as administrações públicas pagassem a tempo, só esse facto significaria uma entrada na economia real de 65 mil milhões de euros.
Numa época em que se fala permanentemente da necessidade do Estado reduzir a despesa para estimular o exemplo e quando cerca de 90% das empresas, devido à crise, recebe dos clientes com muito atrazo, já não seria mau que, entre nós, a imagem da pessoa de bem viesse de cima. Talvez essa atitude fosse mais eficaz do que, subrepticiamente, aumentar taxas e impostos!

H.S.C

Uma pitadinha de sal...

Cavaco Silva que tem a oportunidade de marcar as eleições legislativas depois do PM marcar as autárquicas, deu hoje uma nota colorida ao tema em causa, quando admitiu que nada está decidido quanto à eventualidade de ambos os actos poderem ser no mesmo dia. Eu, por mim, sorri. Era uma economia de meios e de discursos e, de uma só penada, resolviam-se dois problemas.
Pode ser que eu esteja a ver mosquitos na outra banda, mas que me pareceu ver um sorriso na boca do Prof. Cavaco Silva ao fazer esta afirmação, lá isso pareceu... É que o suspense também constitui uma pequena e fria vingança!

H.S.C

quarta-feira, 17 de junho de 2009

The bad bank...

Anda para aí a circular a ideia de que deve ser criado um "Bad BanK", para ficar com todos os produtos táxicos dos bancos que, sendo considerados bons, se portaram como se fossem maus...
Miguel Esteves Cardoso numa crónica recheada daquele humor de que só ele é capaz, está ansioso pela criação da referida instituição, porque precisa urgentemente de lá colocar todas as toxinas financeiras que tem em casa...
Não é só pela imensa amizade que tenho pelo MEC - é também porque a ideia me atrai - que também aguardo pela possibilidade de abrir uma conta nesse novo banco e de lá pôr todos os débitos que têm para comigo e cuja recuperação se me afigura algo duvidosa.
Em determinada altura, cheguei mesmo a pensar usar o Senhor do Fraque, mas a família entendeu que em período eleitoral não seria opção conveniente. Assim, numa reunião do clã, que mais parecia do conselho de administração de um banco nacionalizado à pressa, resolvemos remeter todas as acções que eu me propunha iniciar, para quando o Bad Bank viesse publicado na folha oficial.
E aqui estou eu a tomar antibióticos financeiros - caríssimos e sem comparticipação - até que me seja dada a oportunidade de expurgar definitivamente da minha carteira tais produtos. É Karma...

H.S.C

terça-feira, 16 de junho de 2009

A Corrupção

De acordo com o Barómetro Internacional da Transparência, elaborado pela agência independente Transparency International, mais de 70% dos portugueses não acredita na eficácia das medidadas tomadas pelo governo para combater a corrupção.
Portugal coloca-se, assim, no quinto lugar, entre os países europeus, que pior avaliação faz daquelas medidas. Avaliadores mais desiludidos do que nós, apenas Israel com 86%, a Lituânia com 84%, a Grécia e a Bulgária com 76% de descrentes na luta contra este flagelo.
Cobus de Swardt, responsável pelo estudo, afirma que a corrupção se tornou, hoje, um fenómeno mundial. É um facto lamentável, mas real.
O mais preocupante é que o refinamento deste tipo de comportamentos se tornou de tal modo sui generis que exige, na sua fiscalização, verdadeiros especialistas. Os quais, convenhamos, não serão fáceis de encontrar, a não ser que os procuremos entre aqueles... que já foram praticantes! Como acontece, quando se quer combater os hackers!
Enfim, este é o mundo global em que vivemos, no qual tudo se banaliza e se copia. Só é pena que não seja, sempre, o lado bom da vida.
H.S.C

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Comentário infeliz...

"A Voz da Razão

Concurso de cancros
Alertado por um amigo, resolvi ir confirmar. Confirmei: em revistas ou jornais, não há ‘celebridade’ portuguesa que não goste de partilhar com os nativos o seu cancro ocasional.
Verdade que os nativos, nas conversas mais banais, sempre tiveram uma queda particular pelas doenças. Mas existe algo de novo nesta exposição literal das partes, que obedece sempre a um roteiro definido: é o momento da descoberta do tumor; são os tratamentos dolorosos; é o apoio da família e dos amigos; é a clássica ‘redescoberta’ de um sentido sobre a existência; é a inevitável declaração optimista de que a vontade de viver triunfará.
Não sei para que servem estes exercícios macabros. Mas não excluo que, a prazo, se instituirá por aí um concurso qualquer, tipo ‘Cancro do Ano’ ou ‘O Meu Tumor É Melhor Que o Teu’, para agraciar a natureza competitiva deste circo."


(João Pereira Coutinho, Colunista do Correio da Manhã)

Eu sei o que o João pretende dizer com as palavras que acabam de ler. As vidas sexuais das celebridades já não vendem, porque as trocas de cama se fazem sempre no mesmo meio, o que lhes retira todo o mistério. Agora, o que vende é a desgraça. De preferência a que se refere à saúde. Mas a generalização pode ser muito injusta.
O cancro é, ainda hoje, uma doença que marca o próprio e a família. E a angustia que ele provoca dá, muitas vezes, origem a catarses pouco recomendáveis. Mas o facto de as pessoas resolverem expôr publicamente o seu estado de saúde - e até poderem com ele fazer dinheiro - se, para mim, é devassa desnecessária, para outros pode ser uma forma de sentirem que "ainda" estão vivos.
É por isso que considero infelizes as palavras de Pereira Coutinho, um colunista com um sentido do humor muito ácido, cuja leitura pratico e aprecio. Todavia, neste caso, penso que foi longe demais...

H.S.C

sábado, 13 de junho de 2009

E mais uma...

Parece que a dúvida, agora, é entre 20 e 27 de Setembro. A primeira é de férias. A segunda ainda. Logo, abstenção no dealbar de qualquer das datas. Mais para a primeira, claro.
Enfim, a manter-se o alvitrado 11 de Outubro, alguém já pensou o que teremos de ouvir? Se sobreviver a estes kármicos eventos, fica o aviso , sou imortal. Olá, se sou...

H.S.C

Silly season

Entrámos na silly season. Eu também entrei e estou a treinar para dondoca. Com evidentes dificuldades, pese embora o esforço e tentativa de copiar alguns especimens que conheço.
Hoje, em casa do meu filho mais novo comuniquei-lhe este meu desiderato. Olhou para mim esbugalhado como se eu tivesse declarado que me ia inscrever no Partido Comunista. Mas perante a minha seriedade, lançou uma gargalhada. Nenhum incentivo, nenhum apoio. Senti-me vexada.
Vim para casa a pensar no que deveria fazer para atingir os meus objectivos. Ao espelho ensaiei. Tirando o rosto que podia adaptar, faltavam-me quesitos essenciais.
Primeiro: o cabelo. Este teria que ter o dobro do comprimento. Solução: uma coisa que me dizem colar-se aos ditos e se chama de "extensões". Mas como é que, depois, o meu amor passa os dedos na minha farta cabeleira cheia de colagens? Como? Arrepiante!
Segundo: vestuário. Este precisava de ser rejuvenescido. Solução: cortar os jeans tornando-os "piratas", por meio da perna. Achei o efeito vagamente idiota. Seriam as minhas pernas? Não. Não eram. Para pirata faltava-me ser maneta.
Nas blusas, a coisa complicava-se mais ainda, visto que tudo era demasiado old fashion, demasiado fechado. Bom, corta-se e decota-se, pensei. Ensaiei e vi que apenas punha em evidência o lado menos bom do meu físico.
Terceiro: maneira de falar. Boa! tentativa conseguida. Disfarçava muito bem. Conseguia, finalmente, ter um ar de betinha entradota. Mas, apesar de tudo, betinha!
Não cheguei ao quarto item. Percebi a gargalhada filial.
Como irei eu, então, viver a silly season, com tantas limitações pessoais? Alguém me dá uma dica?

H.S.C.












sexta-feira, 12 de junho de 2009

Um rapaz especial

Então não é que os portugueses começaram a valer milhares de milhões? Claro que sim. Sobretudo, com os pés. É com eles que eles valem assim. Mas, quand même, sempre levam consigo o nome de Portugal. No caso de Ronaldo é, até, um Portugal especial, chamado Madeira.
Cristiano, que já foi o puto maravilha consagra-se, agora, aos 24 anos, como maior jogador do mundo, que "vale" no mercado noventa e tres milhões de euros. É obra!
Não questiono, não posso, não consigo e não sei o que representa alguém que merece uma tal soma. Apenas posso dizer que fico maravilhada quando o vejo jogar. Mas também fico maravilhada com um quadro, uma ópera, um livro, uma escultura. Cujo apreço económico é infinitesimal ao pé disto.
O que me impressiona, contudo, é algo diferente. Se aceitamos esta base de licitação, pergunto: então quanto valem a cura do cancro, as vacinas que nos protegem das maleitas, a arquitectura que embeleza as nossas paisagens, a engenharia que nos defende de mares e marés, enfim, quanto vale o que tem realmente valor humano?
Fico perturbada quando um neto me põe a questão. Divido-me entre o gosto que tenho pelo espectáculo que Ronaldo me proporciona e um sentido ético da vida que permite operações deste calibre. E, humildemente, conto a verdade ao meu neto. Que, uns segundos depois, me diz que Cristiano Ronaldo deve ser a 8ª maravilha de Portugal no mundo.
Confesso que senti um arrepio na espinha. Será princípio de gripe?!

H.S.C

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Os penteados

Andava mesmo a precisar que a política nacional trouxesse algo novo aos portugueses. Finalmente aconteceu e eu descobri.
Então não é que "zapingueando" pelos vários canais televisivos, no dia que já foi de Camões - e hoje é da raça, dos portugueses, dos emigrantes e de tudo o mais que lhe queiram agregar - , o meu olhar se deteve no nosso Presidente da República, achando que algo não batia certo? Mas o quê, perguntei a mim própria? Olhei, voltei a olhar e...nada!
De repente, fez-se luz. O Professor Anibal Cavaco Silva mudara de penteado. Isso mesmo. Deixou aquela cabeleira britânica, certinha, risca com cabelo apartado para os dois lados, que sempre lhe conheci e passou-se para um modelo mais americanizado. A risca mantém-se, mas o cabelo foi puxado para trás. Nem mais!
Os políticos começam a surpreender os portugueses. Ilda Figueiredo se não pôs botox, deve ter feito um qualquer tratamento de rejuvenescimento ou, quem sabe, talvez os fios de ouro nas rugas mais vincadas. Vital Moreira, como dizia Esteves Cardoso, parecia um modelo do cabeleireiro Vidal Sasson, tal o corte e a laca que suportava. Diogo Feio lá aparou o frontespício e deu ao rosto um ar ligeiramente diferente. Sócrates mantém o corte, mas a cor do cabelo foi-se. Antes era um ou outro fio branco. Meses depois, lá a meio do mandato, passou a sal e pimenta. Agora, a caminho do fim, está já só sal. Quanto aos meus representantes familiares, nem falo, porque o assunto é motivo de forte discórdia entre nós.
Assim, o enquadramento político-capilar está a animar. Eu, por mim, acho que o novo penteado do PR lhe vai facilitar a comunicação, porque nos vai focalizar mais na sua cara. Quem diria que o penteado entraria para a história da política em Portugal?

H.S.C

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Desta ousadia eu gosto!

A nova lei do financiamento dos partidos pôs a Assmbleia da Repúlica sob o signo da unanimidade, por pouco honroso que isso seja . E é. A rapidez da aprovação também diz muito daqueles de quem ela dependia. Nem entro, sequer, no seu teor, porque receio que os meus falecidos pais se envergonhassem do vocabulário que seria tentada a utilizar...
Felizmente o PR, não teve qualquer pejo num veto que, em boa hora, a devoveu ao local donde nunca deveria saído. É que dá cólicas ouvir os deputados falar de transparência e vê-los, depois, tratarem da vidinha de modo, afinal, bem pouco claro.
A ousadia do veto presidencial coloca-o acima deste lamentável "produto legislativo" - e usar este termo é já uma benesse da minha parte - e merece, do meu ponto de vista, todo o apoio de quem gosta de encarar a política com seriedade.

H.S.C

A ousadia...

Durão Barroso, de acordo com a comunicação social, assumiu ontem, "finalmente", a sua disponibilidade para um novo mandato à frente da Comissão Europeia. Isto, claro, partindo do princípio de que os "Conselho e Parlamento europeus acolham o programa ambicioso" que irá propor para os próximos cinco anos.
Vai, então, competir ao PM checo, Ian Fisher, recolher a posição dos governos dos 27 países sobre o candidato nacional.
Ainda existem alguns apoios a obter nos chamados sectores liberais e diversos formalismos a cumprir para que se tenha a certeza do seu segundo mandato, nomeadamente o resultado da candidatura de Graham Watson ao Parlamento Europeu.
Por muitas e diversas razões não nutro pelo ainda presidente da Comissão Europeia grande simpatia. A sua reeleição não tem, por isso, para mim, grande atractivo e levanta-me mesmo algumas dúvidas.
É que, para além da sua "agenda verde", iniciada em 2007, gostaria muito de perceber em que consistirá a ousadia de que diz revestir-se o seu ambicioso programa. E também, de caminho, perceber esse outro arrojo, a do apoio de Sócrates a Barroso e ao Partido Popular Europeu.
Isto de "ousadias" tem, de facto, muito que se lhe diga...

H.S.C

terça-feira, 9 de junho de 2009

Já cá canta outra!

Mal respirámos e zumba! Já cá temos nova data para festejos. Parece que vai ser a 11 de Outubro que os autarcas vão à sua vida. Uns. Porque outros vêm à sua vida.
O nosso PR continua calado quanto às legislativas, que essas são da sua lavra. Faz bem. Assim, pelo menos, faz sofrer o directório...que já lhe tem pregado algumas!
Talvez para fim de Setembro, dizem uns. Talvez. Adoro "estórias" de suspense. E esta ainda mais. Bem dizia Herculano que "a esperança vale mais que a realidade". Ele é que sabia.
E porque não a 5 de Outubro que é um dia bem republicano e nos permitiria uma espécie de motu continuo? Por mim, achava bem. Dava-me a sensação de estar em democracia, sempre a votar, sempre a expressar-me, sempre a dar vazão aos meus sentimentos. E depois ficava, também, com a ideia de que, afinal sempre eramos, de facto ricos, com duas inquirições populares, quase de seguida. E esta sensação iria perdurar, claro, pelo menos até ao fim do mês, altura em que o meu orçamento pessoal, me faria descer à crua realidade...

H.S.C

Só uns numerozinhos...

Só uns numerozinhos, frescos, escolhidos por amostra, para animar as hostes. São, claro, oficiais e provêm do INE, o Instituto Nacional de Estatística.

Ora vamos a eles. Referem-se ao primeiro trimestre deste ano, versus período homólogo de 2008.

Exportações - quebra de perto de 28%

Importações - quebra de mais de 27%

Investimento - quebra de cerca de 20%

Produto Interno Bruto - quebra de quase 4%, ou seja a mais grave desde 1997, data em que o Banco de Portugal começou a compilar estes números.

Irregularidades na Despesa Pública - 1,3 mil milhões em 2008 o que representa um agravamento de 60% relativamente a 2007.

Mas há quem diga que se começam a "notar" sintomas de alguma recuperação. Onde será que estas visões iluminadas terão ido buscar tão mirabolante utopia?

H.S.C


segunda-feira, 8 de junho de 2009

Saudade

"Saudade é basicamente não saber. Não saber o que fazer com os nossos dias que ficaram mais compridos. Não saber como frear as lágrimas diante dum quadro, foto ou uma música. Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche."

(Frases soltas sobre o tema, de autoria do actor Miguel Falabela)

Saudade é nunca sabermos de quem amamos, e muitas vezes, até, não sabermos porque as temos. Mas saudade da mãe que se perdeu, do homem que se amou, do filho que partiu, é um sentimento sem tradução, é a mais dolorosa das nossas nostalgias.
Inexplicavelmente, hoje, só hoje, tenho saudades não daquilo que perdi, mas sim de mim, na época em que não sabia o que eram perdas.

H.S.C

Para já...

Para já e por cerca de três meses as campanhas acabaram. E, com elas, uma boa parte da minha inquietude. A restante será a dividir por autárquicas e legislativas mas, pelo menos, cá em casa, no futuro, será apenas uma carruagem a correr...
Consequências orgânicas do stresse por que passei, já deram sinal através do que se chama a incapacidade do sistema imunitário me defender de umas mazelas que agora começam a surgir.
Irei aguentar, claro, pianíssimo!
Por fim, um muito obrigada sincero por todos aqueles que me felicitaram duplamente. Desta vez foi particularmente duro. Há quatro anos, parece-me, custou menos. Era mais nova!

H.S.C

sábado, 6 de junho de 2009

A flor

Hoje apeteceu-me comprar uma flor que havia visto e me faltava. Gosto, no verão, de as usar no vestuário. Cada um tem as suas manias e eu tenho esta, que já atravessou três gerações da família materna e cujo espólio se encontra nas minhas mãos. Logo eu, que não tenho - pena minha -, descendência feminina... Possuo, assim, uma lindíssima coleção de flores de lapela que vêm do tempo da minha avó Joana e que, para mim, valem mais do que brilhantes!
Não especifico o ponto de venda porque apenas pretendo falar do assunto no geral e não do meu caso particular.
Havia pedido à empregada que, logo que chegasse nova remessa, me guardasse um exemplar de determinada cor. Tomou nota num caderninho mas, pelo grau de anafalbetismo revelado, receei logo da eficácia da mesma. Claro que nem água. A menina vendera a flor. Mas perante a falta cometida, prontificou-se a repará-la telefonando para seis lojas da cadeia em causa. Apenas duas atenderam... e não tinham. Por fim, na sétima loja, num Centro Comercial fora de mão, havia uma. Pedi que a remetessem para aquela em que me encontrava. Foi quando a menina me informou que demoraria uma semana. Perante a minha surpresa, esclareceu que ela estava aberta, mas a empresa que se encarregava das entregas "fazia ponte"!
É evidente que, no caso concreto, a importância da demora é nula. A loja vende objectos baratos, o preço da flor não chegava a cinco euros e a minha urgência não existia. O pior é que esta situação é paradigmática de um país que ainda não interiorizou que tem de trabalhar e que "pontes" nem nos países ricos se fazem deste modo.
Foi uma flor. Podia ser um remédio. Ou qualquer outra coisa importante que se não coadunasse com pontes que param o país sete dias. E não há quem tenha a coragem de atirar os feriados para os fins de semana como se faz noutras paragens. À excepção, claro, de quatro ou cinco datas, essas sim, verdadeiramente inamovíveis. E é deste modo que se vai vencendo a crise...

H.S.C

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Lamentável campanha

Como amanhã entramos em "período de nojo" -prefiro este epíteto ao da "reflexão", em que ninguém acredita - pelas europeias, aproveito hoje para expressar o quanto me desagradou toda esta campanha. A pobreza de ideias, o linguajar ofensivo e a total ausência de esclarecimentos quanto ao que estava em causa, deram-me uma sensação difícil de descrever, mas que anda muito próxima da convulsão gástrica.
Foram quinze dias penosíssimos, que demonstraram bem a falta de qualidade da política em Portugal e a tremenda mediocridade da maioria dos seus interventores. Num país à beira do colapso económico, financeiro e educacional, os candidatos a deputados foram incapazes de dizer em que é que o Parlamento Europeu interessava a Portugal, quais os caminhos que devíamos trilhar, quais escolhas que deveríamos fazer, que restrições iriamos, enquanto europeus, enfrentar. Nada. Absolutamente nada. Apenas enganchados na vingança que o caso BPN acabara por proporcionar ao partido do governo que, por uns instantes, se livrou do Freeport. E livrou não se sabe bem porquê. Ou, pelo menos, eu não sei...
Lamentável, tudo isto. E razão primordial para a abstenção que iremos ter. A qual, se for a esperada, dará aos resultados que se apurarem, um valor meramente simbólico que, em nenhum aspecto será retrato do que os portugueses pensam.
E é assim que passaremos às seguintes!

H.S.C

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Trágico!

O aumento do consumo de álcool entre adolescentes portugueses devia preocupar profundamente instituições e famílias. Porque é responsabilidade de qualquer delas.
De acordo com os dados do inquérito escolar conduzido em trinta e cinco países europeus e cujos resultados são revelados pelo ESPAD 2007, a maior progressão do consumo de álcool entre 2003 e 2007 verifica-se em Portugal.
No mesmo estudo salienta-se que, numa noite, os jovens podem beber cinco ou mais bebidas, cuja preferência parece apontar para as cervejas e para os produtos destilados sob a forma de shots que são verdadeiras bombas alcoólicas.
Esta situação leva a que os especialistas alertem para as doenças daqui decorrentes, como as hemorragias digestivas e as cirroses hepáticas que hoje se verificam em jovens menores de 30 anos.
O consumo excessivo de álcool atinge, na actualidade, meio milhão de portugueses e representa quase 4% das mortes, o que leva a que Portugal se situe no presente com uma taxa de 5% nas doenças ligadas ao consumo de etílicos, taxa que é bastante superior à média mundial.
Fala-se muito de drogas e esquece-se imensas vezes aquela que, por estar ligada a hábitos sociais, acaba por ser ainda mais perigosa.
Para quando uma campanha que não esteja apenas associada à condução automóvel, mas sim a uma conduta que é moral e sanitariamente reprovável?
Devem ser os pais a dar o exemplo - o que muitas vezes não acontece - e as autoridades a prevenir e punir aqueles que prevariquem.
Ou também isto é intrusão de privacidade? Seria trágico se assim fosse!

H.S.C

Lá como cá?

Na vetusta Inglaterra a "coisa" quando bate é geralmente feia. Estava Gordon Brown a começar a ficar mais descansado quanto ao seu reinado, eis senão quando, surge a bomba. Não. Não foi mais nenhum atentado . Foi um escandalozinho político que levou à demissão - lá demitem-se mesmo - de dois pesos pesados do seu governo: Jacqui Smith, Ministra do Interior e Hazel Blears, titular da pasta das Comunicações.
Mas o problema não fica por aqui. É que pelo menos cinquenta deputados do Partido Trabalhista já assinaram uma carta a pedir a demissão do PM. Lá faz-se assim, ao contrário do que se faz noutras terras...
Acredita-se que o futuro de Brown possa estar comprometido e que em Julho um novo Primeiro Ministro Trabalhista se prepare para entrar em Downing Street.
Lá como cá? Será?

H.S.C

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Está quase...

Épocas existem em que até uma otimista como eu tem comportamentos bizarros. Hoje dei comigo a fazer uma contagem decrescente. Exactamente - julgo - como mostram os filmes para aqueles que estão presos, peguei no calendário e fui fazendo riscos. Riscos dos dias de campanha que já passaram. Está quase, so faltam vinte e quatro horas...
Sexta - feira, por esta hora, vou iniciar a nova fase, com dois telemóveis prontos para no Domingo ir ligando alternadamente para os infantes... até ao resultado final estar apurado.
Depois, ah! depois faço votos para que, qual Cinderela - ou será antes qual Alice? - possa "cair" na cama, em sono profundo. Profundo mesmo e, espero, sem qualquer insónia de cansaço!
Segunda feira cá estarei eu, formiguinha, a reunir a família numa jantarada com todos os pitéus possíveis para, finalmente, podermos rir uns dos outros. Ufa!

H.S.C