segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

O superavit

Falta Ben Uron, faltam médicos, fecham urgências e nós somos informados, tranquilamente, pelos orgãos de comunicação que a alternativa pode ser ir a um hospital que fica a 100 quilómetros.
Mas estamos todos contentes porque Mario Centeno, com as suas cativações, nos vai deixar muito possivelmente um superavit orçamental histórico... para aplicar, quem sabe, no buraco de 60 milhões, agora descoberto dos títulos à guarda do Novo Banco. Mas ainda continuamos na Europa!

HSC

domingo, 29 de dezembro de 2019

Para pensar!

Hay quienes no pueden imaginar un mundo sin pájaros, hay quienes no pueden imaginar un mundo sin agua; en lo que a mí se refiere, soy incapaz de imaginar un mundo sin libros. A lo largo de la historia el hombre ha soñado y forjado un sinfín de instrumentos. Ha creado la llave, una barrita de metal que permite que alguien penetre en un vasto palacio. Ha creado la espada y el arado, prolongaciones del brazo del hombre que los usa. Ha creado el libro, que es una extensión secular de su imaginación y, de su memoria.

                                             Jorge Luis Borges, 1985

Cuando Jorge Luis Borges escribió estas palabras las redes sociales no existían y los libros seguían siendo la base del conocimiento y también una de las principales fuentes de la información. Lamentablemente para mucha gente esto hoy ya no es así. Pero depende de nosotros, en tanto creyentes de las virtudes de la lectura y de la necesidad de contrastar nuestros saberes, que los libros sigan siendo una extensión secular de nuestra imaginación y de nuestra memoria, que sigan siendo sinónimos de saber y de conocimiento. Por eso nuestra libertad consiste, en buena medida, en la posibilidad de elegir lo que leemos.
Para que en este 2020 a punto de empezar seamos capaces de ejercer en plenitud nuestras libertades, te deseo un MUY FELIZ AÑO NUEVO.

                                            Carlos Malamud

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Gosto: As esculturas de Joana Durão


Há peças que, numa casa podem fazer toda a diferença. Um pintura, um espelho, uma talha, uma escultura. Durante algum tempo não fiz algumas viagens, para poder comprar peças que me encantavam. Umas de autores já com nome, outras de autores que eu intuía viriam a ser conhecidos. E, como a primeira metade da minha vida foi passada entre artistas do mais diferente universo, acabei aprendendo muito com eles.
Vem este intróito a proposito de Joana Durão, uma artista plástica que muito aprecio, mas que pouca publicidade faz de si. Tornou-se conhecida de um certo publico erudito que, de algum modo, a tem vindo dando a conhecer. A sua entrada na escultura não foi, contudo, imediata, dado que a sua vida começou por outras poisos.
Nascida num meio familiar ligado às artes, quer pelo lado materno - o seu avô era o Dr Guilherme Possolo, reconhecido perito de arte - e o pai um apreciado arquitecto com vasta obra pelo país e que desenhava e pintava muito bem,
Conviveu desde sempre neste meio mas foi pelo fado que a sua vida começou, tendo chegado, curiosamente, até gravado dois discos para a Philips.
Já depois de casada, trabalhou em vários tipos de artes, até que, com mais de cinquenta anos, resolveu lançar-se na primeira experiência de escultura, fazendo a cara de um neto seu, cuja aprovação foi geral.
E foi assim que começou. Gostou tanto, que procurou a escultora, Goretti Ortega, com quem teve aulas durante dois anos, até à primeira exposição que foi um sucesso e que a levaria a Florença para fazer um estágio com o escultor António di Tommaso. 
Outras exposições foram surgindo que sempre esgotaram as suas peças. Mas insistindo em querer aperfeiçoar-se, fez mais um estágio em França, com a conhecida escultora americana, Martine Vaugel. 
Seguiram-se várias exposições , todas elas sucessos de venda. A que se realizou na Art Embassy, sobre o tema das bailarinas, muitos dias antes da data prevista para terminar, já estava tudo vendido. 
Mais exposições e estágios se haviam de realizar sempre com as peças esgotadas, prosseguindo aqueles últimos com escultores de renome, como foi o caso do escultor brasileiro Israel Kislansky, com quem fez dois estágios.
Entre 26 de Fevereiro e 1 de Março próximos irá expor na “Artist 2020 Madrid”, que se vai realizar na Semana da Arte Contemporânea na capital.
Joana Durão não consegue imaginar-se a fazer mais nada que não seja arte. "Sou assim desde que me conheço", costuma dizer.
As peças que dela são lindíssimas e só a posso vivamente recomendar para quem possa e goste de belas esculturas. Sei do que falo, acreditem!

HSC

Nota: Quem estiver interessado em ver as suas peças - para além de algumas que estão na net - pode combinar com ela através do telemóvel 965341792 ou pelo mail joanadurao@netcabo.pt. E se quiser consultar na net pode fazer-lo em

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Natais...

O Natal da minha infância pouco ou nada tem que ver com o de hoje. A alegria com que faziamos os presentes para a família é o oposto do consumismo frenético, quase indecoroso, com que  os "despachamos" agora, dando à época uma versão, que de bíblica, tem muito pouco.
O carinho com que as nossas mãos preparavam as prendas tinha um valor precioso, porque com cada uma delas ia uma boa parte daqueles que as tinham feito. 
Lembro-me bem da alegria que tive quando entreguei à minha avó Joana uma pregadeira para alfinetes e agulhas, em forma de coração, que conseguira fazer às escondidas da familia. Ou do presente da minha mãe ser um cachecol tricotado por ela e que, ainda hoje, conservo e uso.
Não sei a razão pela qual se deu esta profunda transformação, mas acredito que ela tenha a ver com a forma como hoje encaramos a vida. O "tempo" dedicado aos outros é cada vez mais reduzido. As novas tecnologias substituíram o beijo, o abraço, a ternura do olhar por "emogis" e uma grafia abreviada. É a vida, dirão. É uma certa forma de vida, direi eu.
De facto, não se trata de saudade de um passado que não volta mais. Trata-se, sim, de não perder valores para ganhar competências. Porque estas só têm sentido, quando enquadradas no enriquecimento social e humano de cada um de nós. E esse não se compra, por atacado, no Natal.

HSC

sábado, 21 de dezembro de 2019

Não gosto: O Nónio

O NÓNIO define-se como uma plataforma tecnológica única criada por seis dos maiores grupos de comunicação do país, para oferecer conteúdos personalizados, constituindo uma ferramenta de segmentação de audiências privilegiada que muito contribuirá também para a orientação da publicidade. 
Com efeito, a partir de certa altura, esta plataforma aparece no ecrã do computador e ninguem consegue aceder sequer aos meros títulos dos jornais, sem que previamente proceda à sua inscrição no dito Nónio.
Podem usar todos os argumentos para explicar que as notícias têm um custo e que a sua leitura deve ser filtrada. Natural. Por isso é que quem quer ter acesso permanente, paga assinatura. Os outros, leem os títulos.
Esta inibição já fez com que algumas pessoas pura e simplesmente se desinteressassem de ler os jornais da dita plataforma. O que me não surpreende
Pessoalmente não gosto que os outros escolham por mim ou me obriguem a uma inscrição que não desejo. Por isso já limitei a minha leitura de jornais aqueles de que sou assinante. Os outros abandonei-os. E sei de muito boa gente que fez o mesmo...
Ora se os leitores se desinteressarem de lerem os jornais, estes entrarão em queda livre. Vale a pena pensar nas eventuais consequências disto!

HSC 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Carlos Portas


Hoje vou louvar alguém que, não sendo da minha família de sangue, é da que constitui pelo coração. Falo do meu cunhado Carlos Portas, um ser excecional que sempre acolheu as minhas preocupações e me ajudou a resolver dúvidas que tivesse relativamente à educação dos meus filhos. Embora divorciada de um irmão, nunca deixou de me considerar família e ser-lhe-ei eternamente grata por isso e pela ternura dos seus filhos e meus sobrinhos. 
Há vidas que dificilmente cabem num livro. Pode dizer-se que é o caso do Carlos Portas cuja diversidade de competências dava certamente muito mais que um tomo. 
Com efeito sendo doutorado, foi   Professor Catedrático e Presidente do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa. 
Foi Secretário de Estado da Estruturação Agrária, Presidente da Assembleia Municipal do Alandroal e Consultor da Casa Civil do Presidente da República Jorge Sampaio, que o agraciou com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, a 2 de Março de 2006.
Foi uma vida plena na Academia, na política e no campo familiar e um exemplo para muitos de nós. Com ampla obra científica publicada decidiu agora, após esta longa caminha escrever sobre si próprio, sobre a sua vida, sobre as escolhas que ao longo dela entendeu fazer. O livro chama-se HISTORIAS DA MINHA VIDA e é um depoimento de quem sempre se mantevefiel à ciência e aos valores ideológicos que o norteavam, e é por isso o relato de uma vida cheia de histórias para contar.
Este ano, infelizmente, não pude estar presente na cerimónia do lançamento, que decorreu no Salão Nobre de Vila Viçosa, no passado Domingo. Não tendo o dom da ubiquidade, tive que escolher e a primazia foi dada a um compromisso já antigo com a Virgem Maria, em Fátima. 
Mas estas palavras são a expressão da pena que tive. E bem hajas, Carlos Portas, pela tua sempre presente amizade!

 HSC

domingo, 15 de dezembro de 2019

Parabens!


O nosso Cardeal em Roma, D. José Tolentino de Mendonça, faz hoje 54 anos. E, por coincidencia ou não, também tomou hoje de manhã posse da Igreja dos Santos Domingo e Sisto que lhe foi dada pelo Papa Francisco no Consistório de 4 de Outubro ultimo, tendo-se assim tornado Cardeal Diacono da referida Igreja.
Trata-se de um acto normal já que, segundo a tradição, a todos os cardeais criados para ajudarem o Papa, é atribuida uma Igreja. O facto não impede, porém, que os católicos se sintam felizes com esta cerimónia. E que, no dia de hoje, ele mereça os nossos duplos parabéns!


HSC

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Não gosto: A frieza da COS


Durante bastante tempo fui cliente da COS, que é uma loja de vestuário de linhas muito clássicas, mas de corte bastante moderno. Eram roupas que me pareciam vagamente inspiradas entre o estilo nipónico e o nórdico, intemporais que, mudando os acessórios, me permitiam estar, sempre, à vontade em diversas situações.
Um dia, já nem me lembro quando, soube que aos “clientes fiéis” – não sei exactamente se, de facto, se tratava de uma questão de fidelidade – era oferecido um cartão que dava e julgo que ainda dará, um desconto bem simpático.
Fiada na simpatia – agora na minha, pessoal – mandei um mail à direção perguntando "se" e "como" poderia obter um. Passados alguns dias recebi uma resposta, fria, esclarecendo que a lista de clientes com cartão estava fechada até, suponho, à primavera seguinte.
Decidi logo, como era de esperar, face à frieza da mensagem,  deixar de ser cliente. E transferi os meus "gastos" e "gostos" para outra loja que me trata como, julgo, mereço ser tratada. A resposta até podia ser a mesma, mas com a delicadeza que seria de esperar.
Lembrei-me disto, hoje, porque é com gestos destes que se perdem fiéis, seja no consumo, na religião ou na política...

HSC 

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

As crises...

Como todos sabemos as crises não constituem uma experiência agradável. São de origem muito diversa e nem sempre têm solução. As mais difíceis, para além das da alma, são as da política. Porque ou atingem a alma do partido onde se dão ou, em situações mais graves, atingem os países onde se verificam-
Os portugueses têm, historicamente, passado por várias. Os seus partidos também. Nenhum lhes escapa. São as dores do crescimento, diz-se. 
Deve ser isso que aconteceu na crise que o Livre atravessou. É que só após 22 horas de trabalho e uma dezena de audições, decidiu não aplicar qualquer processo disciplinar à sua única deputada, Joceline Katar Moreira.  Quanto às declarações feitas pela mesma na comunicação social de "que foira eleita sozinha e não tivera qualquer tipo de apoio da direção do partido", o mesmo, através da sua Assembleia, lamenta profundamente que elas tenham sido produzidas e que não tenha existido um pedido de desculpas pelas mesmas, esperando que esta situação se não venha a repetir. Partido não só tolerante face a crises, como com quem as provoca! Surpreendente...

HSC

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Venha daí!


Não é uma apresentação. Não é um lançamento. É um encontro com amigos a quem direi  - em não mais de cinco minutos - umas palavras sobre estas "Escolhas". Decidi assim para poder falar com as pessoas que por lá tenham gosto de aparecer. Nada de formalismo. Apenas conversa e autógrafos para quem desejar. Se puderem e sobretudo se nquiserem estejam comigo. Eu ficarei muito contente. 

HSC

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Finalmente!

Finalmente, vamos poder descansar um pouco do fastidioso relato das viagens feitas em veleiros pela ativista Greta Thunberg, as quais não devem, aliás, ter saído baratas aos seus dedicados patrocinadores.
É que surgiu um novo movimento pelo clima. Chama-se World War Zero e junta John Kerry, Bill Clinton, Leonardo Di Caprio e Schwarzenegger. E também quer sensibilizar os políticos para a necessidade de responder à crise climática e unir "aliados inesperados" na mesma luta.
Foi fundado pelo antigo secretário de Estado John Kerry. e pretende ser “uma nova coligação” que junta “políticos de topo, líderes militares e celebridades de Hollywood, para lutar por uma resposta à crise climática”, diz o The Guardian.
A filiação está aberta a todos. Para isso, basta entrar no site do World War Zero e inscrever-se para passar a fazer parte do referido movimento.
Confesso que estou um pouco cansada desta loucura colectiva contra os aviões que se pretendem substituir por veleiros ou, vá lá, por comboios, como se isso fosse a grande formula de salvar o planeta. 
Assim, declaro que gosto mais deste WWZ, que só usa veleiros em tempo de férias e não os usa para atingir os seus objectivos ou marcar presença nas selectíssimas conferencias sobre a matéria.

HSC

domingo, 1 de dezembro de 2019

De novo, a regionalização...

..."Enquanto o país anda distraído com as peripécias da deputada Joacine e o anedotário dos cofres de José Sócrates, estão a ser tomadas decisões que ninguém sufragou e que comprometem o nosso futuro: os autarcas, comissários, gente que vive no Estado e do Estado reuniu-se num encontro da Associação Nacional de Municípios Portugueses e, fazendo tábua rasa do referendo de 1998, anunciaram ao país que a regionalização é para avançar. António Costa idem e Marcelo disse que não e talvez sim um bocadinho."...

                                    Helena Matos in Observador


A regionalização foi a única vez em que, publicamente, integrei um grupo que defendia objectivos de natureza política. O mesmo viria a sair vencedor no referendo de 1998. E o seu comportamento foi, aliás, exemplar. Criado com fins perfeitamente definidos, logo que o seu objectivo foi alcançado, apresentou contas e naturalmente desfez-se. 
Tenho a ideia, vaga, de que, à época, Marcelo estava connosco e contra a regionalização. Não asseguro o nome dele, mas lembro muitos outros, pessoas muito respeitáveis, que deram a cara pelo projecto.
Passaram uns anos e o processo de aprovação, em secretaria, da mesma regionalização que foi chumbada pelo referendo de 1998, está em marcha desde Julho deste ano, pela mão de João Cravinho, na qualidade de Presidente da Comissão Independente para a Descentralização.
O assunto é demasiado grave e tem implicações tão sérias para o país, que não consigo acreditar que tal decisão vá por diante, sem que sejamos todos chamados a pronunciar-nos sobre a questão. Aguardemos pois que os portugueses acordem e estejam atentos ao que se está a passar...

HSC