sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Falar demais...

Em princípio, um político deve pensar tudo o que diz. Mas não deve dizer tudo o que pensa. É da essência da sua "profissão".
Ora José Socrates, por uma qualquer razão que só ele conhece decidiu, na última semana, falar dia sim dia não, num assunto sobre o qual apenas se devia ter pronuciado uma vez. Pior: na mesma semana, uma série de juristas de nome, apareceram a defender a seriedade do antigo ministro do Ambiente e actual PM. Como se partissem do princípio que aquela seriedade estava em causa. E esquecendo que "pôr em causa" não é "estar em causa".
Tamanha insistência num assunto que está a ser investigado só lhe é adversa, porque as pessoas começam a interrogar-se sobre as razões de tão inexplicável procedimento. A verdade tem que ser apurada, silenciosamente, pelos orgãos competentes. E o "ruído" que Socrates trouxe à comunicação social, com os vários comunicados, era perfeitamente desnecessário. Para ele e para nós.
Um governante sabe perfeitamente quais são os riscos que corre quando envereda pelo caminho da política. Em Portugal e no resto do mundo, a exposição pública é total. Abrange, mesmo, a família por mais injusto que isso seja. E quem escreve estas linhas sabe do que fala.
Socrates já deu provas de ter uma enorme capacidade de resistência ao desgaste. Se assim é, porque não corta cerce estes "apoios" que só o menorizam e não aguarda, silencioso e despreocupado, uma investigação que, sabe, o irá ilibar?
Os seus conselheiros servem, afinal, para quê? Ignoram que, em comunicação, falar demais é o pior aliado?


H.S.C

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Lá vai Lisboa...

Um azarado problema com o meu fax levou-me até Cascais numa tarde de chuva miudinha. O que indisporia até o mais otimista. Mas lá resolvi o assunto. Tornei à origem e, a meio, lembrei-me de ir ao Chiado comprar cápsulas de café.
Desci do Marquês até à Rua da Conceição, para subir a Rua Nova do Almada. Chegada lá, eis que não passo dos primeiros lances. Tudo parado.
Saio para indagar se era algum acidente. Preparem-se: não era um acidente. Era, antes, um incidente. Nem mais nem menos do que um carro do lixo a fazer o seu trabalho. Sim, isso mesmo. Leu bem. Um carro de lixo que, às 17h do dia de hoje - o Dr António Costa pode mandar confirmar -, ia parando para recolher os respectivos caixotes... Nem queria acreditar no que via.
Não é possível que isto se passe na capital de um país da UE! Mas passa. E lá ficou a imensa fila de carros a avançar aos soluços, parando sempre que mais um caixote era despejado.
Alguém me explica porque é que se esvazia lixo, num horário destes? Será para não pagar horas nocturnas? Mas então os empregados deste sector não trabalham de noite?
E vamos nós ter eleições autárquicas. Para quê?

H.S.C

O circo

Cheguei a casa e liguei a tv para as notícias. Apanhei o debate quinzenal com o governo. Pior, só mesmo a enxaqueca que trazia causada por uma travessia do Chiado, que contarei depois.

Debatia-se, pela enésima vez, temas de que falamos todos os dias, sem que nada pareça mudar: a transparência, a corrupção, o BPN, o BPP, o BCP e também, para ajudar, a autenticidade duns elogios que a OCDE teria feito a Portugal e que foram desmentidos posteriormente pela própria OCDE. Seguidos, claro, de muita confusão e vários gritos.

No fundo, o que pairava no ar sem nunca ser mencionado, era o caso Freeport e as afirmações feitas pelas entidades inglesas... O PM, que é perito em responder às questões que lhe põem, com perguntas relativas a outros assuntos, estava manifestamente fora de si, falando de ciumes e de invejas da oposição, descendo o nível que se deve exigir de um chefe de governo. Enfim, um espectáculo circense pouco divertido e com demasiados números de trapézio.

Entretanto, e já sem surpresa digna de registo, continuam a descobrir-se novas operações fraudulentas no BPP. Que tiram quaisquer résteas de tranquilidade ou confiança no sistema financeiro, incapaz de responder às falências gravíssimas anunciadas.

E pensar que vamos ter, neste ambiente, três actos eleitorais este ano...


H.S.C


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Há 200 anos, na America...

"I believe that banking institutions are more dangerous to our liberties than standing armies. If the american people ever allow private banks to control the issue of their currency, first by inflation, then by deflation, the banks and corporations that will grow up around the banks will deprive the people of all property until their children wake-up homeless on the continent their fathers conquered".
Thomas Jefferson (in letter to the Secretary of the Treasury, Albert Gallatin, 1802)
Se nós tirassemos da história dos países, a lição que ela sempre nos dá, talvez evitássemos alguns dos danos que hoje nos acontecem. Há 200 anos, uma vez, na América, um visionário avisou-nos do que poderia resultar da incúria de quem governa. Mas a memória é curta. E o resultado está, infelizmente, à vista...
Helena Sacadura Cabral

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Nadamos em dinheiro...

Depois de um fim de semana chuvoso e frio, admiti que a leitura dos jornais me aquecesse a alma. Eis senão quando apanho um duche frio - eu que já estava gelada! - ao ler que mais um banqueiro tinha sido ajudado pelos seus pares. Bom, "pares" é força de expressão, quando me refiro à Caixa Geral dos Depósitos...
Explico-me melhor. Ao que pude depreender, Joe Berardo teria sido salvo por três bancos, de uma eventual falência. A saber, pelo Espírito Santo, pelo Millennium BCP e pela CGD, mais conhecida, hoje, como Santa Caixa de Mesericórdia.
Bom, para começo de análise, nada tenho a dizer quanto à decisão do BES, banco privado. Já quanto ao BCP, embora igualmente privado, a deliberação é discutível face à situação em que se encontra. No que ao banco público respeita, a minha surpresa é total. Ia dizer indignação. Mas arrepiei caminho, porque sou apenas depositante e não quero "armar" em accionista. Só que há um accionista - o Estado - que eu financio com os meus impostos e ao qual tenho o direito de pedir contas, apesar dele não mas prestar.
Berardo esteve muito em foco mediático por dizer umas verdades a respeito de quem entendia merecê-las. Os seus negócios são financeiros, não são filantrópicos. Por isso, admito que os seus parceiros de banca se esforcem para que ele se aguente. Sai-lhes, de certo, mais barato.
"Mas a Caixa, Senhor, porque lhe permitis tanta dor", pergunto eu, parafraseando o poeta?
Onde é que andava tanto dinheiro, que agora surge de repente, para evitar o que actualmente se designa por "contágio endémico"? Alguém me tranquiliza acerca deste assunto e me garante que não serão os meus impostos e os preços daquilo que compro, que vão pagar tudo isto?
Deixei de ser economista para ser exclusivamente cidadã. Daquelas que pagam impostos. A tempo. E é nessa situação, que gostava de saber se a CGD me vale, se eu deixar de pagar qualquer coisinha. Ou, dito de outro modo, se eu me endividar muito, a CGD, faz-me um plano de pagamentos nas mesmas condições que o de Joe Berardo? E o BCP também me ajudará, a mim, que sou cliente desde a fundação? Ficaria muito grata, atenta, veneranda e obrigada se tal acontecesse...
H.S.C

sábado, 24 de janeiro de 2009

Que cansaço!

Não sou socialista. Tão pouco aprecio o PM que temos actualmente. Mas estou cansada de ver julgamentos na praça pública. De novo o Freeport para animação das hostes. E para aumentar vendas e audiências. Não sei se há corrupção ou não. Até admito que haja. Mas que se entregue o caso às autoridades competentes sem chincana política.

O poder judicial que cumpra a sua obrigação e a polícia também. Mas que haja alguma contenção para que os juízes não se sintam pressionados a julgar no sentido da Comunicação Social.

Se no nosso país tivessemos jornais ideologicamente assumidos, o leitor saberia logo qual o sentido das suas opiniões. Como entre nós só temos os "jornais de referência" e os outros, sempre que um daqueles exprime uma opinião, esta passa a constituir, de imediato, um juízo de valor...

E, à pala disto, têm-se cometido algumas injustiças irreparáveis de que poucose fala. Chega!

Não é aos jornais ou às televisões que compete julgar. É aos tribunais. Aqueles e estas servem para transmitir informação. Seca, de preferência. Sem submensagens ou críticas incorporadas. Para estas chegam e sobram os programas de análise política onde peroram filiados partidários e jornalistas que decidiram fazer humor. De esquerda, quase sempre. Prestando não um serviço de entretenimento, mas sim de pura má língua. A qual, aliás, não apreciam nada, quando alguém lhes resolve aplicar tratamento semelhante.

Quando os vejo pergunto a mim própria se aquela será a inteligenzia nacional. E a resposta é sempre a mesma: "eles acham que são". Não são de facto...


H.S.C

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ratings

A maior parte das pessoas sabe que o rating avalia, dentro de certos parâmetros, a sanidade financeira de um país ou de uma empresa, a pedido ou por iniciativa própria.
A conhecida agência de notação financeira Standard & Poor's - uma das três maiores à escala mundial - acaba de baixar a classificação relativa ao Estado Português, que fez passar de "AA-" para "A+". Para quem não saiba os escalões da Standard & Poor's vão de "AAA" - o máximo - a "D", que é o minimo. Ou seja o rating de uma agência de notação financeira a um Estado, ao medir o risco de que o mesmo possa vir a falhar os compromissos assumidos - nomedamente no que à dívida pública se refere - está, no fundo, a avaliar o seu grau de solvabilidade.
As razões agora apontadas para a descida são as debilidades estruturais da economia portuguesa e as escassas perspectivas de que elas possam vir a alterar-se.
Consequências desta descida de posição? São graves. Podem significar o encarecimento do dinheiro que o Estado tenta obter, para financiamento, nos mercados internacionais. Ou, dito de outro modo, os juros desses empréstimos poderão subir.
É verdade que na Europa não fomos os únicos a baixar de "divisão". A Espanha e a Grécia acompanharam-nos. Mas, com o mal dos outros podemos nós bem...
O problema é mais preocupante porque os indicadores vitais da nossa saúde económica se agravam de dia para dia. E a publicitação deste tipo de desaire não ajuda nada a nossa imagem.
Também deve ser dito que estas agências estiveram pouco atentas na avaliação que fizeram nos EUA, aos bancos que entraram em dificuldades, em particular naquele que abriu falência. Mas isso é algo a que os americanos terão que estar atentos. A nós, o que nos preocupa é Portugal e a nossa dimensão não suporta mais desgastes...

H.S.C

Desculpas

Ainda sou um bébé em matéria de blogues. E apesar de tentar fazer tudo pelo melhor, de vez em quando...escorrego e apago o que não devia. Acabou de me acontecer agora com um comentário interessantíssimo que foi feito ao post do "Direito à Felicidade".
Já me tinha acontecido com um outro relativo ao post do Cristiano Ronaldo. Começo a desconfiar que não será só azelhice minha e que pode haver algum problema com o blogger.
Àqueles que não viram o seu comentário publicado apresento as minhas desculpas e peço, caso não se importem, para repetirem o comentário.
Ajudem-me a aprender porque ninguém nasce ensinado...

Helena Sacadura Cabral

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O Direito à Felicidade

Segui atentamente a tomada de posse de Obama. É impossível alguém ficar indiferente à dimensão de tal espectáculo. Não sei o que será o futuro deste 44º Presidente de uma das potências mais poderosas do mundo. Em muitas alturas relembrei Jonh Kennedy. Na forma e no conteúdo, tendo em atenção a diferença temporal.Em qualquer deles a Esperança foi o mote. No caso de Barak também o Sonho de que Luther King falava.
O homem que hoje comanda os destinos da América é justamente isso - a mistura do sonho e da esperança. Ou, dito de outro modo, de com uma - a esperança - poder realizar o outro - o sonho.
Obama preside ao destino de uma boa parte do mundo, porque a globalização a tal obriga. Mas vive num país em que a Constituição, que acaba de jurar sobre a Biblia, consagra o direito à felicidade e impõe aos governos a missão de o garantir.
Que pena não haver na velha Europa nada semelhante. Mais ainda, que pena que a felicidade dos portugueses não seja a maior preocupação de quem nos tutela...

Helena Sacadura Cabral

Portugal - Espanha

O insuspeito Economist veio dar mais um empurrão descendente às nossas expectativas. Com efeito as previsões que faz para Espanha e por arrasto para Portugal deixam-nos com um orçamento suplementar quase tão fantasista quanto aquele que ele pretendeu corrigir... É que também o desemprego não vai situar-se nos 8% previstos. Vai ser superior. A própria Comissão Europeia já admite que em 2010 ele venha a ultrapassar os 9%.
Para Espanha as previsões de recessão são graves também, o que para Portugal só vem agravar os seus problemas, uma vez que o nosso mercado depende bastante do país vizinho e que neste se encontram muitos compatriotas nossos a trabalhar.
Assim, o prejuizo é duplo: virá não só de menos comércio como também do retorno à nossa terra de muitos que lá trabalham.
Oxalá quem manda tenha perfeita consciência que orçamentos correctores irrealistas não contribuem em nada para nos empenhar nas soluções. E nem sequer se traduzem em votos suplementares. Pelo contrário...

HSC

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O País das Maravilhas

O fim de semana foi recheado de dois happenings políticos: o Congresso do CDS e o discurso de Sócrates a preparar o do PS. O primeiro tentou trazer alguma renovação. Se a consegue ou não, só futuro com os seus resultados eleitorais, o dirá. No último tivemos a novidade do discurso ser não o do PM, a que estamos habituados, mas o do "candidato a". É uma espécie de dupla personalidade. Uns dias o engenheiro fala como chefe de governo, outros como futuro secretário geral. Os psicanalistas, melhor do que eu, saberão classificar a patologia.
Agora vamos aos factos, à realidade comezinha que consome os nossos dias. Em dois meses já cá canta um "orçamento suplementar". Tenhamos de convir que, chamar de suplemento, à global correção de um que foi acabadinho de aprovar, tem algo de insólito.
Mas mais insólito ainda é o seu conteúdo, se atentarmos nos dados estatísticos previstos para Portugal, pelas instituições internacionais. Os quais são bem mais gravosos do que os já bem graves, aprovados pelo governo e considerados como reais.
A título de mero exemplo, o suplementar aponta para um deficite público que irá ficar pelos 3,9 quando a Comissão Europeia já o situa nos 4,6.
Enfim, pode dizer-se que esta equipa administra não a terra em que vivemos, mas o Portugal das Maravilhas e, como tal, todos os coelhos são permitidos. O problema é que nem todos nós nos chamamos Alices!

Helena Sacadura Cabral

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Miguel Cadilhe

Miguel Cadilhe é alguém que sabe do que fala e que desempenhou neste país lugares de destaque. Pode ou não gostar-se do seu estilo Mas não podem ignorar-se as suas opiniões. Menos ainda, quando as afirmações que faz respeitam a aspectos da sua práctica profissional.
Ouvi-o com toda atenção. E se, antes, a nacionalização do BPN já me tinha deixado, enquanto economista, muitas dúvidas, depois dos esclarecimentos do antigo Ministro das Finanças, parte das dúvidas desapareceu mas, em compensação, cresceu a minha preocupação.
Algo se está a passar nalguns sectores chave da nossa economia ou, se quizerem, da nossa actividade financeira que ao permitir que os problemas se tornem públicos, não tem relativamente às soluções adoptadas para os resolver o mesmo critério, visto que mantém na esfera privada as razões de quem as determina. Ora não é essa a função dos governos face aos cidadãos. Ou estamos em ditadura e nada sabemos, ou estamos em democracia e então temos o direito de ser informados sobre os motivos que determinam umas soluções e não outras. Chama-se a isto "transparência", posição tão do agrado de quem nos comanda
É o caso do BPN. Os portugueses têm o direito de saber porque é que o governo optou pela nacionalização. E este tem a obrigação de se explicar. Até porque as ditas também são feitas com o dinheiro dos contribuintes.

Helena Sacadura Cabral

Helena Sacadura Cabral

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O reverso da medalha

O Banco Europeu desceu novamente as taxas de referência. A maioria dos portugueses agradece. E o PM não deve tardar a dizer que terá sido por sua influência que tal aconteceu...
Mas eu estou preocupada com o reverso destas reduções consecutivas.É que com a possível descida de preços que uma quebra da inflação pode provocar, esse ganho diferencial não vai ser poupado. Vai ser, antes, eventualmente aplicado em consumo nos sectores menos reprodutivos. Ora os portugueses precisam de retomar, com urgência, hábitos de poupança.
Pessoalmente temo que esse comportamento possa ter consequências perversas nas economias familiares. Mas ninguém parece preocupar-se muito com este aspecto, nem os governantes parecem muito interessados neste género de problemas. O que querem é obter uma nova maioria e, por isso, não consideram apelativas recomendações que o mero bom senso aconselharia. É assim que a deflacção pode surgir em 2009 e o ano 2010pode vir a tornar-se tão mau ou pior que 2009!
H.S.C

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

As reformas

De acordo com notícias recentemente publicadas, os futuros reformados vão ter de trabalhar mais para receberem o mesmo. Diz o governo que é para equilibrar a Segurança Social, porque a esperança média de vida aumentou. Ou seja, como vivemos mais temos que ir para casa mais tarde ou perder todos os meses uma parcela. E para quando uma limitação ao valor de certas reformas que constituem uma ofensa a todos aqueles que agora se veêm espartilhados pela novas medidas?
Relembro que logo a seguir ao 25 de Abril se tomaram medidas neste sentido, fixando um teto máximo acima do qual ninguém poderia receber. Talvez não resolva muito em termos financeiros - são muitos os que ganham pouco e poucos os que ganham muito - mas seguramente que seria um exemplo em termos de moralidade social, que é algo de que Portugal precisa cada vez mais e tem cada vez menos.
H.S.C

Cristiano Ronaldo

Cristiano ganhou tudo o que havia para ganhar no futebol em 2008. Foi capa de jornais, de revistas e abertura de telejornais. O puto maravilha, o melhor jogador do mundo, é português e madeirense. Ou madeirense e português. Fico contente. Portugal tem um Nobel da literatura e um craque no desporto.
Só é pena que não conheçamos outros portugueses que, no recôndito dos seus gabinetes, trabalham e investigam para que possamos ter uma vida melhor. Mas que os media não publicitam ou até desconhecem.
O que acabo de dizer não diminui o mérito de um garoto que aos 11 anos deixou a terra natal e veio à procura do que sonhou ser o seu destino. E que conseguiu realizar os seus objectivos.
Oxalá um dia possamos conhecer todos os outros e orgulharmo-nos não só da sua existência como também da sua nacionalidade.
H.S.C

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cá está ela...

Ninguém ousava falar em recessão. Que sim, que ela existia, mas não entre nós. Ela andava na na América, na Europa, enfim, perto de nós, em Espanha. Mas não aqui.Não senhor, porque tinhamos sabido por-nos a salvo. Foi todo o tom da entrevista concedida pelo PM na festa dos Reis.
Pois é, mas no dia seguinte, os dados estatísticos, como por milagre, vieram confirmar a recessão. Só no dia seguinte, porque em Portugal até as estatísticas têm data marcada para sair. Fácil, não é? Basta que se tornem oficiais apenas depois do governo falar.
Triste democracia a nossa que pressupõe que somos todos idiotas e ignorantes...

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A Crise

A crise parece não afectar os consumos nacionais de Dezembro. Compraram-se mais automóveis e o volume de dinheiro movimentado surpreenderia qualquer economista que ainda se lembrasse do que diziam os compêndios por onde estudou.
Entende-se: antes, a poupança tinha uma taxa elevada, porque se pensava no futuro; hoje, se não se acredita que haja futuro, para quê poupar?
Este comportamento é um dos indicadores da falta de confiança que assola todos nós. Se não se economiza, então, que se gaste. E o resultado está à vista.
Parece, também, que irá surgir no mercado, em consequência, uma nova profissão:a de conselheiros de gestão doméstica...que promoverão cursos e workshops. De facto, as crises proporcionam sempre, o aparecimento das chamadas novas oportunidades, em que os mais lestos não deixarão de aproveitar das fraquezas daqueles que não souberam, não puderam ou não quiseram prevenir-se.
Não serão, por isso, apenas aqueles que têm dinheiro que farão bons negócios. Serão, sobretudo, os espertos que se servirão dos papalvos...
É por isso que há sempre quem se dê bem com as crises.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O nosso PM concedeu ontém uma entrevista para falar do que tem feito. Supus que a dita seria para falar do que irá fazer. Enganei-me. E enganaram-se os entrevistadores.
O Eng. Sócrates não está interessado em falar do futuro. Apenas do passado. Do dele, da obra feita, do que encontrou há três anos, do que aconteceu há trinta. Não daquele tempo que os portugueses foram obrigados a viver, pese embora uma parte dessas três décadas ter sido vivida sob a batuta de um governo socialista.
Os dois entrevistadores bem tentavam enquadrar as perguntas, passar em revista as divergências com o PR, a nacionalização do BPN, a ajuda dada ao BPP. Mas às questões postas, o chefe do governo respondia com outras perguntas...
Enfim nada que se não esperasse. E que terminou hoje com as Janeiras à sua porta.
Portugal está bem e recomenda-se. Somos mesmo, sob certos aspectos, um dos países europeus mais bem apetrechado para enfrentar a crise. E esta hein?
Lisboa, no dia de Reis de 2009