quinta-feira, 20 de março de 2025

O que é o sucesso?

Sucesso é um conceito escorregadio, quase intangível. Por muito tempo, fomos levados a acreditar que ele se mede por números, por títulos, por uma coleção de feitos que possam ser exibidos e reconhecidos. Mas, no silêncio da noite, quando a plateia se dispersa e os holofotes se apagam, o que resta?

O verdadeiro sucesso não é um troféu exposto na estante, nem uma linha reluzente no currículo. Ele é um sentimento que floresce de dentro, uma paz que se instala quando estamos alinhados com aquilo que realmente somos. Sucesso é acordar e sentir que a vida faz sentido — não porque alguém disse que faz, mas porque, ao olhar para o caminho trilhado, nos reconhecemos, mesmo, nele.

A armadilha do sucesso convencional é que ele sempre está um passo à frente, sempre no próximo objetivo, na próxima conquista. Ele promete felicidade, mas a mantém distante, como uma miragem que recua a cada avanço. E, no entanto, há um tipo de sucesso que não exige corrida. Ele não está na chegada, mas no presente. Está na forma como vivemos cada dia, na coragem de escolher o que ressoa com nossa verdade, na capacidade de se sentir inteiro, mesmo em meio às incertezas.

Talvez sucesso seja apenas isso: um estado de presença e autenticidade. A liberdade de ser quem se é, sem máscaras, sem a necessidade de provar nada a ninguém. Sucesso é poder fechar os olhos à noite e sentir, no fundo da alma, que pertencemos à própria vida que construímos. E que, independentemente dos altos e baixos, viver tem valido a pena!

Em breve uma grande novidade!

quarta-feira, 19 de março de 2025

VALORES

Os valores da sociedade atual estão espalhados e, muitas vezes, fragmentados entre diferentes grupos e perspetivas. Algumas pessoas ainda prezam princípios como empatia, solidariedade e justiça social, enquanto outros priorizam o sucesso individual, status e consumo.

Com a influência das redes sociais e da globalização, parece que valores como autenticidade e bem-estar mental, estão ganhando mais espaço, enquanto há um embate constante entre tradição e modernidade.

Será que os verdadeiros valores do ser e não do ter estarão a perder-se? Sim. Parece que os valores do ser – como empatia, honestidade, humildade e autenticidade – estão sendo cada vez mais sufocados pelos valores do ter, como status, riqueza e poder. A sociedade de consumo incentiva a busca incessante por bens materiais e validação externa, enquanto o cultivo do caráter e da essência humana ficam em segundo plano.

Há muitos indivíduos que se sentem pressionados a exibir as suas conquistas nas redes sociais, como se a felicidade e o valor pessoal, fossem medidos por posses e reconhecimento virtual. Isso enfraquece a busca pelo autoconhecimento, pelo equilíbrio emocional e pelos laços humanos genuínos.

Por outro lado, há quem resista a essa tendência, valorizando a simplicidade, o minimalismo e a espiritualidade. Haverá ainda espaço para resgatar os valores do ser na sociedade de hoje? Creio que virão outros cada vez menos válidos pois, o que parece, é que estamos a caminhar para uma inversão de valores, onde os princípios do ser vão sendo substituídos por valores cada vez mais superficiais e descartáveis. A busca pelo imediato, pela aparência e pelo individualismo tende a ofuscar a profundidade das relações humanas e da própria existência.

Se continuarmos neste ritmo, os valores que surgirão poderão ser ainda mais distantes da essência humana, privilegiando apenas aquilo que traz lucro, status ou validação social. A empatia pode ser trocada pela conveniência, a verdade pela narrativa que melhor vende, e a autenticidade pela imagem construída para agradar os outros.

Mas será que isto é inevitável? Ou ainda há formas de resistir e resgatar os valores verdadeiros? O que lhe parece caro leitor

Em breve uma grande novidade!

terça-feira, 18 de março de 2025

MEMÓRIA: O Tempo Guardado

A memória é um lugar sem mapas, onde os instantes se dissolvem e se refazem ao toque do pensamento. Ela não segue regras, não obedece a lógicas lineares. É uma gaveta desorganizada, onde um cheiro pode abrir portas que julgávamos trancadas, onde uma música pode nos transportar para um tempo que já não nos pertence, mas que, de alguma forma, ainda nos habita.

Há lembranças que chegam suaves, como brisa de fim de tarde, e outras que explodem dentro de nós sem aviso, rearranjando tudo o que acreditávamos ser estável. Algumas, escolhemos guardar com carinho, como quem dobra cartas antigas e as esconde no fundo de uma caixa. Outras, gostaríamos de esquecer, mas insistem em nos acompanhar, sussurrando suas histórias no silêncio da noite.

A memória não é só o que ficou. É também o que reinventamos, o que vestimos de outras cores para que o passado se torne suportável, para que possamos seguir em frente sem o peso esmagador do que foi. Ela é moldável, feita tanto do real quanto do que imaginamos, um mosaico de sensações, afetos e lacunas.

E, no fim, somos feitos dela. Dos dias que guardamos, das pessoas que se tornaram parte de nós, das palavras que ecoam mesmo depois do tempo as levar. A memória é o que nos ancora e, ao mesmo tempo, nos permite voar – porque é nela que mora tudo o que já fomos e tudo o que ainda somos.

Em breve uma grande novidade!

segunda-feira, 17 de março de 2025

ENTRE DOIS MUNDOS

Os filhos não deveriam ter de escolher entre pai e mãe. Mas, às vezes, a vida costura os seus caminhos de forma desigual, e o coração pesa mais para um lado do que para o outro.

Não é uma decisão consciente, não é um cálculo frio. É um processo subtil, quase impercetível. Um afastamento que começa em silêncios prolongados, ligações que se tornam raras, mensagens vistas e não respondidas. A criança que antes pertencia a dois mundos passa a habitar apenas um. E, no outro, fica o eco de um amor que ainda existe, mas que não sabe mais como se fazer presente.

Há tantas razões, algumas ditas, outras apenas sentidas. Às vezes, é porque um abraço ofereceu mais colo nos dias difíceis. Outras vezes, é porque a dor de uma separação construiu muros invisíveis. Nestes casos a dor é maior quando o escolhido foi justamente aquele que menos deu. Pode ser por influência, pode ser por ressentimento. Pode ser apenas o rumo natural de um amor que, ao invés de se dividir, parece precisar de se escolher.

Para quem fica, há sempre uma ausência gritante. O amor não desaparece, mas torna-se uma saudade incómoda, um espaço vazio à mesa do jantar, uma vontade de pegar no telefone e perguntar: “Estás             bem?”. Mas a pergunta fica presa, porque o medo da resposta – ou da falta dela – também pesa.

Para quem vai, há o alívio de um pertencimento, de um lado escolhido, de uma segurança emocional. Mas, no fundo, também há um luto silencioso. Porque mesmo quando se opta por um caminho, existe sempre uma lembrança do outro.

O tempo pode curar, pode trazer de volta os passos perdidos. Mas, enquanto isso, o coração daqueles que amam segue esperando, em silêncio, sem culpas, sem cobranças, apenas com a porta entreaberta – para quando possa ser a hora de voltar.

Em breve uma grande novidade!

domingo, 16 de março de 2025

Diálogo e Opinião: A Essência da Comunicação

(Dedicado a políticos e comentadores)

O diálogo é um dos pilares fundamentais da comunicação humana. Ele permite a troca de ideias, o compartilhamento de informações e a construção de conhecimento coletivo. No entanto, para que o diálogo seja efetivo, é essencial que haja respeito pelas diferentes opiniões e disposição para ouvir o outro.

Opinião é a manifestação do pensamento individual sobre determinado assunto. Cada pessoa forma as suas convicções a partir de experiências pessoais, valores culturais e acesso à informação. Por isso, as opiniões podem ser diversas e, muitas vezes, conflituantes. No entanto, é exatamente essa diversidade que enriquece as discussões e promove a aprendizagem.

Para que um diálogo seja produtivo, é necessário que os participantes pratiquem a escuta ativa, evitando interrupções e julgamentos precipitados. Além disso, argumentar com respeito e com fundamento fortalece o debate e evita que a conversa se transforme num simples embate de ideias, sem qualquer propósito construtivo.

No ambiente social e político - especialmente aquele que vivemos agora -, o respeito pelo diálogo e opiniões divergentes é essencial para a democracia. A pluralidade de ideias permite que diferentes perspetivas sejam analisadas, favorecendo a tomada de decisões mais justas e equilibradas.

Portanto, cultivar o diálogo respeitoso e valorizar a diversidade de opiniões são atitudes fundamentais para o crescimento individual e coletivo.  Num mundo cada vez mais conectado, saber ouvir, refletir e argumentar, são qualidades essenciais para construir relações saudáveis e sociedades mais harmoniosas. Apenas por meio de um diálogo aberto e construtivo é possível superar desafios, resolver conflitos e avançar como sociedade.

É disto - ouvir e dialogar - que Portugal e os portugueses, mais precisamos neste momento!

sábado, 15 de março de 2025

JE TE SOUHAITE BEAUCOUP DE CHOSES...


 

O SILÊNCIO DO SANGUE

Entre nós há laços invisíveis, há heranças que não foram ditas, há gestos que ficaram pelo caminho. Deram-me um nome, ensinaram-me a andar, seguraram as minhas mãos quando eu tropeçava. Mas nunca me perguntaram quem eu sou. E talvez, eu nunca tenha vos tenha perguntado quem vocês são.

Vivemos lado a lado, sob o mesmo teto, partilhamos o sangue, os rituais, os silêncios. Mas não nos conhecemos. Não de verdade.

Eu vejo-vos como pai, como mãe, como alguém que sempre esteve aí. Mas não sei quais foram os sonhos que morreram antes de nascer. Não sei as dores que cada um carrega e esconde, atrás do cansaço, atrás das preocupações do dia a dia.

Vocês veem-me como filho, como filha. Mas sabem quais são os medos que me assombram à noite? Sabem as perguntas que não ouso fazer? Sabem as partes de mim que escondo, porque acho que vocês não entenderiam?

Entre nós há amor, mas também há um desencontro. Porque sempre achamos que o outro já sabe. Já entende. Já sente. Mas será que sabe? Será que um dia ousaremos atravessar essa ponte invisível e perguntar, de verdade, uns aos outros:

"Quem é você?"

Talvez seja tarde. Talvez nunca tenhamos coragem. Mas dentro de mim ainda existe essa esperança de que um dia possamos ser, não apenas pais e filhos, mas também desconhecidos que finalmente se encontram.

Em breve uma grande novidade!