sexta-feira, 14 de março de 2025

OSTRACISMO: A Sombra do Esquecimento

Há um silêncio que pesa mais do que qualquer palavra não dita. Um silêncio que ecoa no vazio dos olhares desviados, no esquecimento disfarçado de descaso. Ser esquecido enquanto ainda se é, talvez, seja a forma mais cruel de solidão.

O ostracismo não chega como um trovão. Ele é uma ausência que se infiltra aos poucos, um desencontro gradual entre a existência e o olhar do outro. Primeiro, as respostas tardam. Depois, os convites cessam. E, de repente, percebe-se que o mundo gira, mas já não se pertence mais a ele.

A dor do ostracismo não é apenas a solidão. É o questionamento interno que ela carrega. O que fiz? Onde errei? Sou indigno de presença, de lembrança, de voz? Mas a verdade é que, muitas vezes, a ausência não é consequência, mas escolha alheia. E lidar com isso exige mais do que força, exige reinvenção.

No entanto, há algo paradoxalmente belo nesse exílio social. Afastado dos ruídos, aprende-se a ouvir a si mesmo. A solidão força o encontro com a própria essência. E talvez seja esse o maior medo do mundo: aqueles que sobrevivem ao ostracismo voltam mais fortes, pois descobriram que, mesmo esquecidos, ainda existem.

E existir, no fim, é o que realmente importa.

Em breve uma grande novidade!

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