Há um silêncio que pesa mais do que qualquer palavra não
dita. Um silêncio que ecoa no vazio dos olhares desviados, no esquecimento
disfarçado de descaso. Ser esquecido enquanto ainda se é, talvez, seja a forma mais
cruel de solidão.
O ostracismo não chega como um trovão. Ele é uma ausência que
se infiltra aos poucos, um desencontro gradual entre a existência e o olhar do
outro. Primeiro, as respostas tardam. Depois, os convites cessam. E, de
repente, percebe-se que o mundo gira, mas já não se pertence mais a ele.
A dor do ostracismo não é apenas a solidão. É o
questionamento interno que ela carrega. O que fiz? Onde errei? Sou indigno de
presença, de lembrança, de voz? Mas a verdade é que, muitas vezes, a ausência
não é consequência, mas escolha alheia. E lidar com isso exige mais do que
força, exige reinvenção.
No entanto, há algo paradoxalmente belo nesse exílio social.
Afastado dos ruídos, aprende-se a ouvir a si mesmo. A solidão força o encontro
com a própria essência. E talvez seja esse o maior medo do mundo: aqueles que
sobrevivem ao ostracismo voltam mais fortes, pois descobriram que, mesmo
esquecidos, ainda existem.
E existir, no fim, é o que realmente importa.
Em breve uma grande novidade!
Sem comentários:
Enviar um comentário