Vivemos numa era em que somos constantemente bombardeados com
imagens idealizadas. As redes sociais vendem-nos uma imagem de beleza
plastificada, incessantemente comparável, mas quase sempre inatingível. E,
nesse processo, esquecemo-nos de olhar ao nosso redor — e dentro de nós — para
reconhecer as belezas que não cabem em fotografias: a paciência, o afeto, a
empatia, a resistência.
A beleza não é apenas aquilo que os olhos capturam num
instante. Ela existe no detalhe silencioso, no gesto espontâneo, na maneira
como alguém escuta com o coração. Embora, muitas vezes, seja confundida com o
que brilha por fora, a verdadeira beleza tem raízes profundas — cresce nas
atitudes, floresce nas palavras e revela-se, sobretudo, na autenticidade.
Há beleza num sorriso tímido, em rugas que contam histórias,
em cicatrizes que carregam coragem. Existe beleza em quem erra, aprende e
continua. Ela vive no amanhecer silencioso, no vento que dança com as folhas,
na voz que consola — tudo isso é a beleza que o tempo não apaga.
Ser belo é ser inteiro, mesmo com falhas. É acolher a própria
essência e enxergar valor onde muitos só veem o superficial. A beleza mais real
é aquela que, ao invés de chamar atenção, toca profundamente o coração.
Por isso, talvez a beleza não seja algo que se tem, mas algo
que se percebe. Algo que se cultiva mais do que se exibe. Um jeito de estar no
mundo com delicadeza, de enxergar com sensibilidade, de viver com presença.
Porque, no fim, a beleza mais verdadeira é aquela que desperta vida dentro de
nós.
1 comentário:
Plástico, é isso mesmo, plástico.
Que se vai degradando e ficando horrível.
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