sexta-feira, 28 de março de 2025

A Beleza que Vai Além do Olhar

Vivemos numa era em que somos constantemente bombardeados com imagens idealizadas. As redes sociais vendem-nos uma imagem de beleza plastificada, incessantemente comparável, mas quase sempre inatingível. E, nesse processo, esquecemo-nos de olhar ao nosso redor — e dentro de nós — para reconhecer as belezas que não cabem em fotografias: a paciência, o afeto, a empatia, a resistência.

A beleza não é apenas aquilo que os olhos capturam num instante. Ela existe no detalhe silencioso, no gesto espontâneo, na maneira como alguém escuta com o coração. Embora, muitas vezes, seja confundida com o que brilha por fora, a verdadeira beleza tem raízes profundas — cresce nas atitudes, floresce nas palavras e revela-se, sobretudo, na autenticidade.

Há beleza num sorriso tímido, em rugas que contam histórias, em cicatrizes que carregam coragem. Existe beleza em quem erra, aprende e continua. Ela vive no amanhecer silencioso, no vento que dança com as folhas, na voz que consola — tudo isso é a beleza que o tempo não apaga.

Ser belo é ser inteiro, mesmo com falhas. É acolher a própria essência e enxergar valor onde muitos só veem o superficial. A beleza mais real é aquela que, ao invés de chamar atenção, toca profundamente o coração.

Por isso, talvez a beleza não seja algo que se tem, mas algo que se percebe. Algo que se cultiva mais do que se exibe. Um jeito de estar no mundo com delicadeza, de enxergar com sensibilidade, de viver com presença. Porque, no fim, a beleza mais verdadeira é aquela que desperta vida dentro de nós.

 

1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Plástico, é isso mesmo, plástico.
Que se vai degradando e ficando horrível.