Ela sempre soube o que fazer com os projetos em que se envolveu. Talvez por uma inclinação natural para construir, talvez por um compromisso silencioso consigo mesma. Nunca precisou de estardalhaço para firmar os seus planos – sabia que o tempo é um alicerce mais confiável do que qualquer impulso apressado.
O curioso é que, embora soubesse erguer tanto trabalho, nunca
ergueu muralhas contra ninguém. Nem mesmo contra aqueles que, com outro
espírito, poderiam ter sido espinhos. Não porque não tivesse sentido o peso de
palavras amargas ou gestos frios, mas porque havia nela um entendimento raro: o
de que carregar rancor era ocupar as mãos com nada.
Ela mantinha os seus planos como se fossem pequenos jardins.
Cuidava, podava o excesso, regava o que pedia atenção. E, quando alguém lhe
oferecia pedras em vez de flores, deixava-as simplesmente ali, num canto do
caminho, sem jamais permitir que pesassem nos próprios bolsos.
Havia quem a visse como concentrada e até ingénua. Mas não
era. Era apenas alguém que havia decidido, muito cedo, que o que realmente vale
a pena cultivar não se alimenta de amargura.
Assim prosseguiu com as suas escolhas firmes e o seu coração
leve. Trazendo-nos televisão de natureza variada, livros fruto da sua
experiência e textos avulsos que ajudaram muita gente!
Agora traz-nos uma nova série do programa AQUI HÁ MÃO, onde
nos revela esse Portugal, tão rico, do nosso artesanato, e que leva o nosso
nome por esse mundo fora. Mas do qual se não fala em matéria financeira. Ela
não desistiu de dar a conhecer esse tesouro, para que políticos e economistas
avaliem a sua contribuição para o PIB nacional. Esta guerreira tem um nome.
Chama-se Fátima Lopes!
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