quinta-feira, 13 de março de 2025

AQUI HÁ MÃO


Ela sempre soube o que fazer com os projetos em que se envolveu. Talvez por uma inclinação natural para construir, talvez por um compromisso silencioso consigo mesma. Nunca precisou de estardalhaço para firmar os seus planos – sabia que o tempo é um alicerce mais confiável do que qualquer impulso apressado.

O curioso é que, embora soubesse erguer tanto trabalho, nunca ergueu muralhas contra ninguém. Nem mesmo contra aqueles que, com outro espírito, poderiam ter sido espinhos. Não porque não tivesse sentido o peso de palavras amargas ou gestos frios, mas porque havia nela um entendimento raro: o de que carregar rancor era ocupar as mãos com nada.

Ela mantinha os seus planos como se fossem pequenos jardins. Cuidava, podava o excesso, regava o que pedia atenção. E, quando alguém lhe oferecia pedras em vez de flores, deixava-as simplesmente ali, num canto do caminho, sem jamais permitir que pesassem nos próprios bolsos.

Havia quem a visse como concentrada e até ingénua. Mas não era. Era apenas alguém que havia decidido, muito cedo, que o que realmente vale a pena cultivar não se alimenta de amargura.

Assim prosseguiu com as suas escolhas firmes e o seu coração leve. Trazendo-nos televisão de natureza variada, livros fruto da sua experiência e textos avulsos que ajudaram muita gente!

Agora traz-nos uma nova série do programa AQUI HÁ MÃO, onde nos revela esse Portugal, tão rico, do nosso artesanato, e que leva o nosso nome por esse mundo fora. Mas do qual se não fala em matéria financeira. Ela não desistiu de dar a conhecer esse tesouro, para que políticos e economistas avaliem a sua contribuição para o PIB nacional. Esta guerreira tem um nome. Chama-se Fátima Lopes!

Sem comentários: