sábado, 22 de março de 2025

Eles nunca ficam sozinhos!

É frequente ver homens, que após um divórcio ficam sozinhos, refazerem a vida mais rapidamente do que as mulheres. Não porque superem mais rápido, mas porque têm uma necessidade, quase instintiva, de preencher o vazio que a separação deixa. Para muitos, a solidão não é um lugar de refúgio ou crescimento, mas um território desconhecido e desconfortável. Durante anos estiveram acostumados a ter alguém ao lado – uma presença no sofá, uma voz no fim do dia, uma rotina compartilhada. Quando tudo isso desaparece, o silêncio pode ser ensurdecedor. E, para escapar desse vazio, buscam companhia, mesmo que ainda estejam em pedaços por dentro.

Diferentes das mulheres - que muitas vezes vivem o luto do relacionamento com intensidade, mergulham na dor e renascem mais fortes -, eles tendem a fugir desse enfrentamento. Não foram ensinados a lidar com a vulnerabilidade. Desde cedo, aprenderam a ser fortes, a seguir em frente, a não demonstrar fragilidade. Então, em vez de se permitirem sentir, procuram distrair –se. E, muitas vezes, a maneira mais fácil de fazer isso, é através de um novo relacionamento.

Não é que a ex-esposa seja esquecida rapidamente, ou que o amor desapareça do dia para a noite. Mas a necessidade de pertencimento, de estar com alguém, de reconstruir a rotina, fala mais alto. O novo relacionamento pode ser um reflexo disso – não necessariamente um recomeço verdadeiro -, mas um alívio momentâneo para a dor da ausência.

No fundo, a rapidez com que refazem a vida pode ser apenas uma tentativa de provar a si mesmos que continuam no controle, que ainda são desejáveis, que podem seguir adiante sem se perderem na solidão. Mas o coração tem o seu próprio tempo. E, mais cedo ou mais tarde, as emoções não resolvidas, sempre encontram um jeito de se fazer ouvir.

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