Valorar a alegria é mais do que reconhecê-la quando ela se
apresenta. É aprender a vê-la como algo precioso, essencial à nossa humanidade
— e não como um luxo reservado aos dias bons.
Vivemos num mundo onde o sofrimento é constante e, por vezes,
parece mais legítimo do que a felicidade. Falar de alegria pode soar ingénuo,
até egoísta, diante de tantas dores, perdas e desigualdades. Mas é justamente
por isso que ela importa. A alegria é resistência silenciosa. É força suave. É
a lembrança de que, mesmo no meio da dureza da vida, ainda há espaço para o
riso, para a beleza, para o encantamento.
Valorar a alegria é parar de tratá-la como um acidente ou uma
exceção. É cultivar o olhar atento para os instantes simples: o cheiro do café
pela manhã, a brisa no rosto, o abraço inesperado, uma música que toca fundo,
uma conversa despretensiosa. É perceber que, mesmo em meio ao caos, o mundo
ainda oferece momentos de luz — e que cabe a nós acolhê-los.
Muitas vezes buscamos a alegria em grandes conquistas, em metas alcançadas, em experiências intensas. Mas ela raramente se impõe com grandiosidade. A alegria, quase sempre, chega devagar, com humildade. Mora nos detalhes. Às vezes, está mais em como olhamos do que no que olhamos.
Sem comentários:
Enviar um comentário