sábado, 12 de julho de 2025

O OPOSTO DO AMOR É A INDIFERENÇA

Há quem pense que o oposto do amor é o ódio. Mas não é. O ódio ainda carrega paixão, ainda se importa, ainda se vira na direção do outro, ainda deseja, mesmo que seja destruir. O ódio se ocupa. Já a indiferença… é silêncio. É ausência. É o vazio onde antes morava o cuidado.

A indiferença não grita, não discute, não escreve cartas, não sente ciúmes, não espera mensagem. Ela simplesmente não espera nada. E isso dói mais do que qualquer grito. Porque onde há grito, ainda há vida. Na indiferença, só existe o eco de um afeto que já se foi.

Ela chega sem aviso, se instala devagar. Primeiro é um esquecimento, depois um atraso, depois um "tanto faz". Aos poucos, aquilo que um dia moveu o mundo já não comove nem a lembrança. Os olhos passam pelo outro, como se passassem por uma parede branca. O coração não se move.

É aí que mora o verdadeiro fim: não quando o amor se torna briga, mas quando vira nada. Quando não se sente mais a falta, nem a presença. Quando o outro não é mais dor, nem saudade. É apenas alguém que, se cruzar a rua, talvez nem mereça um aceno.

E não há luto maior do que esse: estar ao lado de alguém e perceber que não há mais ninguém ali. Não porque partiu, mas porque deixou de importar.

Isso é a indiferença. O contrário mais cruel do amor.

 

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