quinta-feira, 10 de abril de 2025

Já não sei quando te conheci

Hoje resolvi fazer poesia. Talvez prosa poética romântica!

Já não sei quando te conheci.

Não foi num dia exato, com sol ou chuva, com um marco, ou um gesto grandioso. Foi antes da memória querer guardar, antes da consciência decidir registar.

Talvez tenha sido num riso leve, desses que escapam sem compromisso. Ou numa frase jogada no ar, que por acaso, eu peguei e nunca mais devolvi.
Talvez nos olhos — os teus — que pousaram nos meus com aquela calma antiga de quem já me conhecia de outras vidas ou de outras perdas.

Não me lembro do início, e isso me assusta e me acalma.
Assusta porque gosto de começos, de saber o ponto exato onde tudo se alterou.
Mas acalma, porque o que é verdadeiro, às vezes, não começa — apenas é.

Estavas lá quando dei por mim.
Entre palavras que se entendiam sem esforço,
no silêncio que não pesava,
na ausência que doía, leve.

Já não sei quando te conheci,
mas sei que, desde então,
há um antes e um depois em mim.

1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Prosa poética lindíssima.
Chapeau!
Tenha um excelente fim de semana