Cheguei a
uma fase da vida em que os dias têm outro ritmo. O silêncio pesa diferente, e a
memória tem um gosto agridoce, que antes eu não compreendia. Com o passar dos
anos, aprendi que há coisas que simplesmente... ficam. Mesmo quando pensamos
que ficou lá para trás.
Tu foste uma
dessas memórias. Especial!
A verdade é
que, entre tantos rostos, sorrisos e caminhos, o teu nunca saiu do meu. O tempo
passou, a vida levou-me por outras estradas, mas houve sempre um canto da alma
que voltava pra ti. E é só agora, com a calma — ou a solidão — que vem com a
idade, que eu consigo encarar isso de frente.
O grande
amor da minha vida foste tu. E não, eu não soube aproveitar.
Na época,
talvez eu estivesse ocupado demais, sendo quem achava que devia ser. Tentando
controlar a vida, os sentimentos, os medos. Talvez eu tenha confundido amor com
liberdade, ou pensado que haveria outras chances iguais. Fui tolo, distraído ou
simplesmente covarde. E tu… tu foste tudo o que eu não soube cuidar.
Hoje, se me
perguntarem do que mais me arrependo, não é de erros escancarados, nem de
decisões mal tomadas. É do silêncio. Da falta de um gesto. De não ter dito com
todas as letras que era amor. Que eras tu.
Não escrevo
isto esperando resposta. Nem reencontro. Escrevo porque chegou a hora de
admitir o que sempre esteve aqui dentro, quieto, mas vivo: que o maior amor da
minha vida foi aquele que eu deixei escapar. E que, apesar de tudo, sou grato
por ter vivido isso contigo, mesmo que só por um tempo.
Com carinho
— e uma saudade enorme,
luis
1 comentário:
Lindíssima declaração de amor.
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