sexta-feira, 25 de abril de 2025

Encontrar o "eu" em "nós"

Às vezes perdemo-nos na tentativa de pertencer. Vamo-nos moldando,  ajustando, silenciando, tudo pra caber em lugares onde, no fundo, já não era para estarmos por inteiro.

Estar com alguém — seja num amor, numa amizade, numa família — é bonito, mas também é perigoso quando o "nós" apaga o "eu". Quando o carinho se torna concessão constante. Quando o cuidado com o outro se transforma em descuido connosco próprios.

Só que, com o tempo, as pessoas aprendem. Aprendem que dá pra amar e ainda assim manter-se inteiro. Que dá para dividir a vida sem se dividir por dentro. Que o verdadeiro "nós" só existe quando cada "eu" é respeitado.

Encontrar o "eu" em "nós" é isso: não abrir mão da própria voz, só para manter o coro afinado. É olhar-se com verdade, mesmo quando o outro espera outra versão. É saber dizer "isto sou eu". E se o outro não souber lidar, talvez o problema não esteja em si.

Porque o amor de verdade — o amor saudável, o que constrói — não exige que cada um se apague. Ele convida. Ele acolhe. Ele permite que cada um seja o que é, mesmo no plural.

E aí sim, quando o "eu" está bem posicionado, o "nós" deixa de ser prisão e torna-se abrigo.

Mãos pequenas, coração grande

Aproveite a campanha pré-venda no website @livroshorizonte.

1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Em boa verdade já há muito tempo não tenho a mínima pachorra para tentar ser agradável.
Dá um trabalhão.
Educado, cortez, simpático?
Sempre.
Mas sem plástico misturado.