Às vezes perdemo-nos na tentativa de pertencer. Vamo-nos
moldando, ajustando, silenciando, tudo
pra caber em lugares onde, no fundo, já não era para estarmos por inteiro.
Estar com alguém — seja num amor, numa amizade, numa família
— é bonito, mas também é perigoso quando o "nós" apaga o
"eu". Quando o carinho se torna concessão constante. Quando o cuidado
com o outro se transforma em descuido connosco próprios.
Só que, com o tempo, as pessoas aprendem. Aprendem que dá pra
amar e ainda assim manter-se inteiro. Que dá para dividir a vida sem se dividir
por dentro. Que o verdadeiro "nós" só existe quando cada
"eu" é respeitado.
Encontrar o "eu" em "nós" é isso: não
abrir mão da própria voz, só para manter o coro afinado. É olhar-se com
verdade, mesmo quando o outro espera outra versão. É saber dizer "isto sou
eu". E se o outro não souber lidar, talvez o problema não esteja em si.
Porque o amor de verdade — o amor saudável, o que constrói —
não exige que cada um se apague. Ele convida. Ele acolhe. Ele permite que cada um
seja o que é, mesmo no plural.
E aí sim, quando o "eu" está bem posicionado, o
"nós" deixa de ser prisão e torna-se abrigo.
Mãos pequenas, coração grande
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1 comentário:
Em boa verdade já há muito tempo não tenho a mínima pachorra para tentar ser agradável.
Dá um trabalhão.
Educado, cortez, simpático?
Sempre.
Mas sem plástico misturado.
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