E se
soubéssemos?
Se a vida viesse com manual, spoilers, previsão do tempo e do tempo emocional?
Se soubéssemos onde dói antes de doer, onde acaba antes de começar, onde
floresce antes mesmo da semente?
Talvez evitássemos
alguns erros, mas também evitaríamos encontros.
Desviar-nos-íamos das dores, sim, mas talvez também dos amores.
Porque há beleza no tropeço, há aprendizagem no susto, e há poesia no que não
se pode controlar.
Saber o
futuro nos pouparia de noites mal dormidas.
Mas também roubaria o frio na barriga, o arrepio da dúvida, o mistério de um
olhar novo.
Como viver sabendo a exata hora em que tudo termina, ou que tudo começa?
Como sonhar sabendo a resposta antes da pergunta nascer?
Talvez a
graça da vida esteja justamente na curva que não vemos,
no “e se” que ainda é semente,
no instante que não sabemos nomear, mas sentimos.
Porque o
futuro — ah, o futuro… — ele vem do jeito que quer, no tempo que decide, com os
caminhos que nem sempre entendemos.
E, no fundo, talvez seja melhor assim.
Que ele continue sendo esse lugar secreto onde nossos passos ainda não pisaram,
mas nosso coração já imagina.
1 comentário:
Saber o futuro?
Que sensaboria.
Gosto de surpresas.
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