Se formos ao Dicionário procurar o significado de pecado encontraremos: “violação de um preceito religioso. Desobediência a qualquer norma ou preceito; falta, erro”.
É essa a
definição mais comum sobre o pecado. Somos formados e educados como se Deus e a
Sua Igreja fossem uma espécie de “colégio militar”, onde quem não cumpre as
“regras” é castigado. Este tema é importante para o homem, pois fala
diretamente da sua conduta, das suas escolhas e da sua esperança. Por isso, não
basta ir ao dicionário para entender algo assim tão profundo. Precisamos
recorrer à Palavra de Deus e à Doutrina da Igreja.
Deus criou-nos
puros, à imagem e semelhança d’Ele. S. João Paulo II, na sua Teologia do Corpo,
usa, pela primeira vez, o termo “inocência original”. E conclui que, antes do
“pecado original”, o homem vivia na sua perfeita forma, ou seja, na
originalidade do que Deus quis para ele. O género humano era puro. O pecado,
fruto de uma escolha livre do próprio homem, arrancou-o do estado de “inocência
original” e colocou nele a marca do “pecado original”..
A palavra
“pessoa” tem origem no termo grego Prosopon, que significa
algo como “um rosto voltado para outro rosto”, ou seja, uma relação. Deus criou-nos
para nos relacionarmos. Logo no início, Ele colocou Adão em convívio com toda a
criação (cf. Gn 2,8); Ele não quis que o ser humano estivesse só (cf. Gn 2,18).
Se ser pessoa é ter “relação”, o que é o
pecado? Pecado é uma falência da relação, é não amar, é um ato de livre
escolha, que traz várias consequências para nós, sendo a maior delas a rutura
da relação com Deus. Portanto, pecado não é um código que transgredimos, mas
uma relação que destruímos com nosso próximo, connosco mesmos e com Deus.
HSC
2 comentários:
Quem concebe o pecado dessa forma simplista (relacionamento carnal) esqueceu o ditame bíblico "crescei e multiplicai-vos".
A Igreja infelizmente foi sobrevivendo muito à custa do medo que instigava nas pessoas.
E tarda a abandonar esse caminho.
🌹
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