A globalização é
um dos fenómenos mais significativos da história humana e, da mesma forma que
modificou nossas relações sociais mais íntimas, modificou também as nossas
relações de trabalho. A possibilidade de estarmos interconectados a todo o
momento encurtou distâncias e alongou nosso período laboral. O trabalho formal
remunerado, que antes se discutia entre paredes, hoje persegue-nos até em casa
e usa parte de nosso tempo livre, face à crescente competitividade no mercado
de trabalho.
A grande flexibilidade e a
exigência de uma mão de obra cada vez mais especializada fazem com que o
trabalhador dedique cada vez mais tempo da sua vida ao aperfeiçoamento profissional.
Essa é uma das origens das grandes desigualdades sociais da sociedade
contemporânea, uma vez que apenas aqueles que dispõem de tempo e dinheiro para
dedicar-se ao processo de formação profissional, caro e exigente, conseguem
subir na hierarquia social e económica.
A automação na produção de
bens de consumo tornou, em grande parte, a mão de obra humana obsoleta,
aumentando o numero de trabalhadores e diminuindo o valor da força de trabalho,
sobretudo nos países de grande população, mas com baixa especialização. Como
resultado, a situação do trabalho nem sempre melhora, porque a preocupação com
o bem-estar do empregado sai caro e, na conceção que prioriza o lucro
monetário, não é um investimento que garanta retorno imediato.
HSC
2 comentários:
Vimos todos o trabalho a entrar pela casa dentro durante a pandemia.
E esses tempos até levaram a questionar a necessidade do trabalho fora de casa.
Cantava Bob Dylan The Times They Are A’Changing
🌹
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