Robert
Redford sempre carregou consigo uma aura de silêncio. Não o silêncio da
ausência, mas o silêncio que contém histórias, como uma sala onde a luz
atravessa as cortinas e revela partículas de poeira, dançando no ar. Foi assim
que sempre o vi.
No rosto
marcado pelo tempo, há um traço de inquietude que nunca se apagou. Redford foi
galã, ícone, diretor, mas por trás da tela e dos olhares, sempre pareceu haver
um homem que buscava um refúgio - nas montanhas, no deserto, na simplicidade de
uma casa de madeira. A sua vida não se limitou ao cinema. Foi, também, uma luta
contra o desgaste da fama, um esforço constante para preservar aquilo que é
íntimo, que era só dele.
Há quem diga
que ele se escondia, mas talvez seja apenas fidelidade a si mesmo. Ao longo dos
anos, Redford mostrou que o mais revolucionário, pode ser o gesto de permanecer
verdadeiro, mesmo quando o mundo pede máscaras.
Assistir a
um filme seu é como atravessar uma janela. Por trás da beleza do herói e do
brilho dos olhos azuis, adivinhava-se um homem que nunca deixou de ser
espectador do próprio tempo. Um artista que se deu ao luxo de viver na
contramão da pressa, de uma forma admirável!
Sem comentários:
Enviar um comentário