Entregar-se
é dissolver a fronteira do corpo e da alma,
é deixar que o toque do outro invada sem pedir permissão,
mas com a mais profunda aceitação.
É o instante
em que os olhos já dizem o que a boca não ousa,
e o desejo se torna oração silenciosa.
A pele arde, o coração dispara,
e o tempo perde importância.
Na entrega
não há resistência,
há confiança absoluta,
há o convite para ser desfeito e recriado
nas mãos que sabem, na boca que busca,
no ritmo que nasce entre dois.
É mergulhar
sem medo no abismo do prazer,
sabendo que lá em baixo não existe queda,
apenas o encontro.
Entregar-se
é permitir-se ser descoberto,
é despir não só o corpo,
mas a alma inteira,
e ainda assim sentir-se inteiro no outro.
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