Sei lá porquê, hoje ao acordar, dei-me conta de algo simples
e, ao mesmo tempo, imenso. O quê? Simplesmente, a certeza de que o amor é o
único sentimento que, realmente, vale tudo.
Não falo de
grandes gestos, daqueles que parecem feitos para o mundo ver.
Falo do amor miúdo, que se esconde em silêncios, em mãos que se encontram sem
querer, em abraços que demoram um pouco mais do
Falo do amor que se sente na pele, no riso leve que escapa, no cuidado quase
invisível, mas que aquece mais do que qualquer chama. Tudo o resto parece tão
frágil, tão passageiro... Os planos mudam, as certezas caem, o tempo corre e
rouba-nos os detalhes.
Mas o amor - esse - não se perde.
Esse, espalha -se, floresce nos lugares mais improváveis, insiste em nos
lembrar do que somos feitos.
Por isso, acordei, invadida por algo como um segredo escrito
nas margens das páginas do meu próprio coração: o amor é a única coisa que
vale tudo.
No fundo,
tudo o que buscamos - em conquistas, em sonhos, em vitórias - é uma forma de
amar ou de ser amado.
Talvez seja por isso que o amor seja a única coisa que justifica o tudo.
Porque nada
mais, resiste ao tempo. A matéria desfaz-se, a glória é esquecida, o poder dissolve-se.
Até as certezas mais sólidas se mostram frágeis quando a vida muda de rumo.
Mas o amor... o amor permanece.
Ele é a raiz invisível das escolhas que fazemos, é a ponte
que atravessa abismos, é o sentido que aparece quando todas as respostas
falham.
Amar exige coragem, exige entrega, exige uma vulnerabilidade que muitas vezes
assusta. Mas é justamente aí que está sua grandeza: no risco de se perder para
se encontrar no outro, no movimento de sair de si para, paradoxalmente, se tornar
mais inteiro.
E talvez a
verdade mais simples e mais difícil seja essa: só o amor dá valor ao que somos,
só ele transforma o efémero em eterno.
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