Envelhecer
não é recuar — é permanecer.
É aprender a estar inteiro no silêncio, a ouvir os gestos que o tempo sussurra
na pele, a encontrar beleza naquilo que não precisa provar mais nada.
Há quem veja
no envelhecer um retrocesso, como se a vida fosse um rio que só tem força
quando corre rápido. Mas permanecer é outra coisa: é ser raiz, tronco firme,
memória que respira. É continuar a existir com a dignidade dos que já
caminharam por muitas estradas e, mesmo assim, não perderam a capacidade de se
maravilhar com o pôr do sol.
Permanecer é
escolher não se apagar diante das perdas, mas transformar cada ausência em
espaço de florescer. É não ser refém da pressa, mas guardião da presença.
Envelhecer,
afinal, é permanecer no que importa.
No afeto.
Na verdade.
Na vida que ainda pulsa.
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