terça-feira, 30 de setembro de 2025

LIDERANÇA FEMININA

Liderança feminina não respeita apenas a “mulheres ocupando lugares de poder”. Esses cargos (chefia, direção, presidência etc.) são espaços onde a liderança pode ser exercida, mas a liderança feminina vai muito além deles.

Assim:

  • 🔹 Não se restringe ao cargo: mulheres exercem liderança também em espaços informais – na família, em comunidades, em movimentos sociais, em projetos coletivos, mesmo sem o título de “chefe”.
  • 🔹 Envolve estilo e perspetiva: muitas vezes associa-se à liderança feminina características como cooperação, escuta ativa, empatia e visão de cuidado, embora tais qualidades não sejam exclusivas das mulheres.
  • 🔹 Tem dimensão política e social: ocupar espaços de poder formal é importante, mas a liderança feminina também está ligada a quebrar barreiras estruturais (machismo, desigualdade de oportunidades, estereótipos de género).
  • 🔹 É diversa: não existe um único jeito de liderar, sendo mulher. Há diferentes estilos, trajetórias e contextos.

 Então, talvez possamos dizer que a liderança feminina não se resume a ocupar cargos de poder formal.
Ela está profundamente ligada ao poder de influenciar, de mobilizar pessoas e de transformar mentalidades e práticas sociais. Nesse sentido, não se mede apenas pela posição hierárquica, mas pela capacidade de provocar mudanças, abrir caminhos e inspirar novas formas de pensar e agir.

 

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

VIVER EM TEMPO DE INCERTEZA

Todos nós estamos a atravessar um tempo estranho quer a nível internacional quer a nível nacional. É uma época em que a palavra individual ou em grupo se sobrepõe a tudo, mas depois não é cumprida. Perdeu-se completamente a noção de ética e de compromisso. E as populações deixaram de acreditar no que se lhes promete, porque deixaram de respeitar os seus dirigentes e os governos que, à base deles se formam.

Ora viver em tempos de incerteza é conviver com um silêncio estranho: aquele que se instala quando as respostas não chegam, quando os planos não se confirmam e o futuro parece sempre escorregar das mãos. Não é fácil aceitar que, por mais que tentemos, há sempre uma margem de imprevisibilidade que nos governa.

O que muda, talvez, é a nossa relação com esse vazio. Podemos olhá-lo como ameaça, sentindo o peso da instabilidade a cada passo. Mas também podemos enxergá-lo como um espaço de abertura, onde cabem novas possibilidades, ainda invisíveis, mas já latentes.

A incerteza desorganiza o terreno conhecido e expõem-nos ao desconforto de não ter garantias. Mas, ao mesmo tempo, aproxima-nos de uma forma mais real de estar no mundo. Descobrimos que a vida nunca foi estável — apenas nos habituámos a acreditar que era. E nesse reconhecimento há um certo alívio q2ue é o de não precisarmos mais sustentar a ilusão do controle absoluto.

É nesse cenário instável que o presente ganha valor. Cada gesto, cada encontro, cada pequeno instante de clareza se torna mais precioso. Talvez viver a incerteza seja, afinal, aprender a encontrar solidez naquilo que é breve — e confiar que, mesmo sem garantias, seguimos capazes de atravessar o mundo que nos espera!

 

domingo, 28 de setembro de 2025

A BELEZA EXTERIOR

As operações estéticas, também chamadas de cirurgias plásticas estéticas, têm como principal objetivo modificar ou aprimorar a aparência física de uma pessoa. Diferente da cirurgia plástica reparadora, que busca corrigir malformações, reconstruir áreas afetadas por acidentes ou doenças, a cirurgia estética é voltada para o desejo individual de melhorar a autoestima e alinhar a imagem corporal às expectativas pessoais.

As cirurgias estéticas estão cada vez mais populares. Rinoplastia, lipoaspiração, prótese de mama e lifting facial são alguns exemplos de procedimentos que ajudam muitas pessoas a se sentirem melhor com a própria imagem.

Nos últimos anos, o avanço da tecnologia e das técnicas cirúrgicas tornou essas operações mais seguras e acessíveis, embora ainda exijam cuidado, preparo e acompanhamento médico adequado.

É importante salientar que, apesar dos benefícios estéticos e psicológicos que podem proporcionar, as operações estéticas também envolvem riscos, como qualquer procedimento cirúrgico.

Por isso, convém lembrar que a estética vai além da aparência. O impacto emocional e na autoestima pode ser enorme — desde que a decisão seja consciente e bem planeada, considerando tanto a saúde física quanto o equilíbrio emocional. Além disso, a escolha de um profissional qualificado e de uma clínica confiável é fundamental para garantir segurança e resultados satisfatórios.

Em resumo, a cirurgia estética pode ser uma ferramenta valiosa na busca pela autoestima e pelo bem-estar, desde que seja realizada de forma consciente, responsável e com acompanhamento especializado. Não vale a pena criticar ou defender quem fez ou quer fazer. Trata- se de uma decisão profundamente pessoal. Eu não seria capaz. Mas isso é porque gosto de mim como sou!

 

sábado, 27 de setembro de 2025

Mudar de vida sem ser por vontade própria

Sempre que fiz mudanças de vida, foi por vontade própria. Chegou a altura de ir fazer uma mudança que preferia não ter de fazer. Mas interiorizei e refleti assim.

Nem sempre as mudanças chegam como fruto de uma escolha consciente. Às vezes, a vida nos obriga a trilhar caminhos que nunca imaginamos percorrer. Uma demissão inesperada, o fim de um relacionamento, um acidente, uma perda, uma crise económica, uma doença — situações que não pedem permissão para entrar. É como se o chão conhecido desaparecesse debaixo dos pés, e fôssemos empurrados para um território desconhecido.

No início, há resistência. É natural sentir medo, raiva ou tristeza quando a mudança não nasce da nossa vontade. O que era estável se rompe, e o futuro se torna um borrão. Mas, por mais duro que pareça, é nesses momentos que a vida revela uma outra face: a de que se não temos controle total sobre tudo, ainda podemos escolher como reagir.

Adaptar-se não significa aceitar passivamente. Significa olhar para a nova realidade com honestidade, reconhecer as perdas e, aos poucos, construir algo diferente a partir delas. Mesmo as mudanças impostas podem carregar sementes de crescimento. Às vezes, o que hoje parece uma rutura pode, no futuro, ser lembrado como o ponto de viragem que nos levou a um lugar melhor.

Mudar sem querer não é apenas um desafio — é também um convite para rever valores, para descobrir forças escondidas, para encontrar novas possibilidades. Não é um caminho fácil, mas é um caminho que pode revelar quem realmente somos quando tudo muda. É o que vou fazer!

 

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

SÓS, SOZINHOS E SOLITÁRIOS

Num jantar de amigos surgiu a questão das diferenças contidas neste título.

Para mim há uma diferença subtil entre estar só, estar sozinho e sentir-se solitário.

Estar é um estado natural, quase neutro. É o silêncio da casa, depois que as vozes se calam, o espaço vazio que convida à introspeção. Ser só pode ser descanso, ou reencontro. É um tempo em que se ouve o próprio coração sem interferências.

Estar sozinho já é outro patamar. É o que se sente quando a ausência do outro se torna presença. É perceber-se, sem companhia, no meio da multidão, ou à mesa posta para um. O "sozinho" carrega a consciência da falta, do que poderia estar ao lado e não está. É o quarto com apenas uma chávena sobre a mesa, é o eco que responde a si mesmo.

Já a solidão é mais funda. É uma ferida que se abre mesmo em ambientes cheios. O solitário não é apenas quem está sem companhia. É quem não se sente alcançado, compreendido, tocado. É um desencontro existencial, em que a alma estende a mão e não encontra outra.

E, no entanto, cada um destes estados, pode alterar-se. O "só" pode virar um refúgio, o "sozinho" pode ser libertação, e até a solidão, às vezes, pode tornar-se campo fértil para o florescer de algo novo — uma escrita, um olhar para dentro, uma força inesperada.

Porque, no fundo, somos todos um pouco sós, sozinhos e solitários. Mas também, paradoxalmente, penso eu, estamos sempre em busca do outro, que nos devolva a sensação de pertença.

 

terça-feira, 23 de setembro de 2025

NOTHING IS SMALL IN WHAT IS DOING WITH LOVE

Acredito piamente que nada acontece por acaso. Hoje, tive um dia muito pesado, com a promoção do meu último livro. No fim da tarde, esticada, meia morta, no cadeirão da sala, que raramente uso, porque alguém já se apossou dele, carreguei no botão da música. Era linda e a letra dizia mais ou menos isto que se segue.

Nada é pequeno naquilo que fazemos com paixão.
Às vezes, é só um gesto discreto — uma palavra dita com cuidado, uma xícara de café servida com carinho, um bilhete esquecido sobre a mesa. Para quem olha de fora, pode parecer banal. Mas dentro de nós, há um mundo inteiro vibrando naquele detalhe.

A paixão tem essa força: transforma o comum em extraordinário. Não porque muda o tamanho do que fazemos, mas porque muda o seu sentido. O simples se torna profundo, o quotidiano ganha alma. É como se cada ato carregasse um pouco da nossa essência, um rastro silencioso do que somos.

E, no fundo, é isso que importa: não o tamanho do gesto, mas a intensidade do coração que o sustenta. Afinal, não era por acaso. A letra descrevia exatamente o que sinto por aquilo que faço!

 

sábado, 20 de setembro de 2025

“LOVE IS THE ONLY THING WORTH EVERYTHING”

Sei lá porquê, hoje ao acordar, dei-me conta de algo simples e, ao mesmo tempo, imenso. O quê? Simplesmente, a certeza de que o amor é o único sentimento que, realmente, vale tudo.

Não falo de grandes gestos, daqueles que parecem feitos para o mundo ver.
Falo do amor miúdo, que se esconde em silêncios, em mãos que se encontram sem querer, em abraços que demoram um pouco mais do
Falo do amor que se sente na pele, no riso leve que escapa, no cuidado quase invisível, mas que aquece mais do que qualquer chama. Tudo o resto parece tão frágil, tão passageiro... Os planos mudam, as certezas caem, o tempo corre e rouba-nos os detalhes.
Mas o amor - esse - não se perde.
Esse, espalha -se, floresce nos lugares mais improváveis, insiste em nos lembrar do que somos feitos.

Por isso, acordei, invadida por algo como um segredo escrito nas margens das páginas do meu próprio coração: o amor é a única coisa que vale tudo.

No fundo, tudo o que buscamos - em conquistas, em sonhos, em vitórias - é uma forma de amar ou de ser amado.
Talvez seja por isso que o amor seja a única coisa que justifica o tudo.

Porque nada mais, resiste ao tempo. A matéria desfaz-se, a glória é esquecida, o poder dissolve-se. Até as certezas mais sólidas se mostram frágeis quando a vida muda de rumo.
Mas o amor... o amor permanece.

Ele é a raiz invisível das escolhas que fazemos, é a ponte que atravessa abismos, é o sentido que aparece quando todas as respostas falham.
Amar exige coragem, exige entrega, exige uma vulnerabilidade que muitas vezes assusta. Mas é justamente aí que está sua grandeza: no risco de se perder para se encontrar no outro, no movimento de sair de si para, paradoxalmente, se tornar mais inteiro.

E talvez a verdade mais simples e mais difícil seja essa: só o amor dá valor ao que somos, só ele transforma o efémero em eterno.

 

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

ALGO ESTÁ PRESTES A CHEGAR ÀS LIVRARIAS.

Um título enigmático - TALVEZ UM DIA… - uma história que não se revela de imediato, mas que promete surpreender a cada página.

Você já sentiu aquela inquietação de que existe algo escondido nas entrelinhas, pronto para ser descoberto? Este livro é exatamente isso: uma viagem ao inesperado, um convite a mergulhar em segredos que só fazem sentido quando a última página é virada.

O título é um mistério. O impacto, inesquecível. Em breve nas livrarias

 

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

O OUTONECER

Outonecer é aprender a caminhar mais devagar, com o coração cheio de memórias que caem como folhas.  Umas leves, outras ainda pesadas de se soltar. É aceitar que já não se corre atrás do tempo, mas se recolhe dele o que sobra de luminoso. No outono da vida, descobre-se que a beleza não está apenas no viço da primavera nem no fervor do verão. Está, também, nesse silêncio dourado, onde cada gesto tem o peso exato e cada olhar sabe o que procura.

Outonecer é descobrir que a melancolia pode ser doce, como um entardecer que não pede pressa, mas contemplação. É encontrar sentido no inacabado, ternura no que já passou, gratidão no que ainda se pode colher. As folhas caem, mas não caem em vão, antes tornam fértil o chão, alimentam o que virá. Assim, também nós, quando deixamos desprender-se aquilo que já não nos serve, para abrirmos espaço ao que ainda pode florescer.

Há quem tema o outono da vida como o prenúncio da ausência. Mas quem o habita, sabe que há uma plenitude própria nesse tempo, com o calor sereno das cores que aquecem por dentro, a liberdade de não precisar provar mais nada, o enorme luxo de, simplesmente, ser.

Outonecer é uma arte. A de aceitar o ciclo sem nostalgia amarga, mas com a delicadeza, de quem aprendeu que cada estação, carrega a sua própria forma de eternidade.

 

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

REDFORD, O TEMPO GUARDADO NO OLHAR

Robert Redford sempre carregou consigo uma aura de silêncio. Não o silêncio da ausência, mas o silêncio que contém histórias, como uma sala onde a luz atravessa as cortinas e revela partículas de poeira, dançando no ar. Foi assim que sempre o vi.

No rosto marcado pelo tempo, há um traço de inquietude que nunca se apagou. Redford foi galã, ícone, diretor, mas por trás da tela e dos olhares, sempre pareceu haver um homem que buscava um refúgio - nas montanhas, no deserto, na simplicidade de uma casa de madeira. A sua vida não se limitou ao cinema. Foi, também, uma luta contra o desgaste da fama, um esforço constante para preservar aquilo que é íntimo, que era só dele.

Há quem diga que ele se escondia, mas talvez seja apenas fidelidade a si mesmo. Ao longo dos anos, Redford mostrou que o mais revolucionário, pode ser o gesto de permanecer verdadeiro, mesmo quando o mundo pede máscaras.

Assistir a um filme seu é como atravessar uma janela. Por trás da beleza do herói e do brilho dos olhos azuis, adivinhava-se um homem que nunca deixou de ser espectador do próprio tempo. Um artista que se deu ao luxo de viver na contramão da pressa, de uma forma admirável!

 

O QUE É PRECISO PARA TUDO DAR CERTO?

Perguntaste-me, um dia, o que é preciso para tudo, na vida, dar certo.
E eu só consigo responder-te que não é a vida que precisa acertar. Somos nós que precisamos aprender a olhar. Medita no que te deixo abaixo!

O que é preciso para tudo dar certo?

Talvez menos do que imaginamos.
Não é perfeição, nem um destino alinhado em cada detalhe. É mais como uma dança: estar disposto a mover-se com a música que chega, mesmo quando não foi a que pedimos.

Precisamos de coragem para acreditar naquilo que ainda não se vê, de ternura para cuidar do que nasce pequeno, e de humildade para aceitar que nem sempre sabemos o caminho, mas ainda assim caminhamos.

Tudo dá certo quando deixamos de medir a vida só pelo que conquistamos, e começamos a sentir pelo que tocamos, pelo que deixamos, pelo que amamos.

Às vezes, tudo dá certo simplesmente porque aprendemos a chamar de ‘certo’ aquilo que antes chamaríamos de ‘erro’. E porque o certo não é a ausência de sombras, mas a luz que nasce justamente por causa delas.

 

terça-feira, 16 de setembro de 2025

ADOLESCER

Adolescer é atravessar uma ponte que não tem corrimão.
É estar no meio do rio: já não se pertence à margem de onde se partiu, mas também não se alcançou ainda a outra.
É sentir o corpo se alongar antes que a alma aprenda a caber nele.

Há uma pressa que arde por dentro e, ao mesmo tempo, um medo de crescer rápido demais.
O mundo, de repente, parece grande demais, exigente demais, mas também cheio de portas abertas que antes não se viam.
O coração se torna um tambor inquieto: pulsa por amizades intensas, por amores de instante, por sonhos que mudam de forma a cada semana.

Adolescer é aprender a dizer "eu" sem perder o "nós".
É buscar liberdade e, às vezes, desejar colo.
É se perder em silêncios e se encontrar em gritos.

E no meio de tantas contradições, há beleza: a coragem de ensaiar quem se é, de experimentar rascunhos de identidade, de se reconstruir sem pedir licença.
Adolescer é nascer outra vez — só que de dentro para fora.

 

domingo, 14 de setembro de 2025

ENVELHECER

Envelhecer não é recuar — é permanecer.
É aprender a estar inteiro no silêncio, a ouvir os gestos que o tempo sussurra na pele, a encontrar beleza naquilo que não precisa provar mais nada.

Há quem veja no envelhecer um retrocesso, como se a vida fosse um rio que só tem força quando corre rápido. Mas permanecer é outra coisa: é ser raiz, tronco firme, memória que respira. É continuar a existir com a dignidade dos que já caminharam por muitas estradas e, mesmo assim, não perderam a capacidade de se maravilhar com o pôr do sol.

Permanecer é escolher não se apagar diante das perdas, mas transformar cada ausência em espaço de florescer. É não ser refém da pressa, mas guardião da presença.

Envelhecer, afinal, é permanecer no que importa.
No afeto.
Na verdade.
Na vida que ainda pulsa.

 

sábado, 13 de setembro de 2025

PASSOS PARA SOBREVIVER À DESILUSÃO


 1.     Permita-se sentir

Não tente fingir que não doeu. Chorar, se frustrar, até sentir raiva é parte do processo. Reprimir só prolonga a dor.

2.     Não se culpe sozinho(a)
Muitas vezes, a desilusão envolve expectativas, e isso faz parte da vida. Não significa que você falhou ou não é suficiente.

3.     Afaste-se do gatilho (quando possível)
Se for uma pessoa, situação ou ambiente que reabre a ferida, dê um tempo de contato até se sentir mais forte.

4.     Apoie-se em pessoas seguras
Conversar com amigos, familiares ou até com um terapeuta ajuda a colocar as emoções em perspetiva.

5.     Cuide do corpo para cuidar da mente
Exercícios, boa alimentação e sono regulado têm impacto direto no humor e na clareza mental.

6.     Resgate coisas que lhe dão sentido
Hobbies, aprender algo novo, projetos pessoais… ajudam a reconstruir a autoestima e a criar novas fontes de alegria.

7.     Aceite que o tempo faz parte do processo
Não existe "atalho". Aos poucos, a dor perde força e você vai perceber que consegue enxergar o que aconteceu com mais maturidade.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

12 DE SETEMBRO

Hoje, caminho por dentro de mim,

como quem percorre um labirinto silencioso.
Não há ruas, apenas corredores de lembranças.
Cada porta que abro revela um eco, um rosto, um vazio.

Pergunto-me se viver é colecionar ausências.
Ou se é apenas aprender a sentar-se diante delas, sem fugir.
Sinto que o tempo não corre aqui dentro — ele se dobra,
como uma chama que vacila, mas não se apaga.

Não sei se busco consolo ou apenas sentido.
Talvez nada se revele. Talvez a travessia seja só isso:
um passo após o outro, dentro da própria solidão.

O 12 de setembro não é data — é estado.

Mas também é o dia em que um filho nasceu de mim!

 

Quando o tempo quiser

Há coisas que não podem ser arrancadas da vida à força. O tempo tem sua própria respiração, e nela cabem pausas que não entendemos. É no silêncio dessas pausas que aprendemos a esperar, mesmo sem querer.

Quando o tempo quiser, o que hoje parece distante, tornar-se-á próximo; o que agora pesa como ausência, um dia transformar-se-á em presença. Há dores que só se dissolvem quando os dias as abraçam devagar, e há caminhos que só se mostram quando aprendemos a caminhar com calma.

Não é a pressa que faz a vida acontecer. É a entrega. É confiar que existe um instante certo para cada revelação, mesmo que o coração se inquiete na espera.

Quando o tempo quiser, tudo se ajeita. E, quando esse instante chegar, iremos perceber que nada foi atraso, mas apenas preparação.

 

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

A INFIDELIDADE FÍSICA

A infidelidade física costuma ser uma ferida que não se vê de imediato, mas que se sente no corpo inteiro. É o toque que não foi dado, o beijo que se perdeu em outro rosto, o espaço do abraço que já não é só nosso. Carrega a violência do concreto: pele com pele, desejo materializado fora do vínculo que se acreditava exclusivo.

No entanto, mais do que o ato em si, é o silêncio que o envolve que pesa, o segredo que se instala entre duas pessoas como um muro invisível. A cama, que antes era refúgio, torna-se palco de perguntas mudas: onde mais? quando mais? porquê?

A infidelidade física traz uma estranheza íntima, como se o corpo amado já não coubesse no mesmo lugar dentro da memória. É o choque de perceber que o que parecia inteiro pode, de repente, se romper num gesto breve, num encontro escondido.

Mas, por mais duro que seja, também abre espaço para olhar para dentro: o que ainda se deseja, o que já se perdeu, o que é possível reconstruir. Ou, o que é, talvez, melhor… deixar partir.

 

terça-feira, 9 de setembro de 2025

A Entrega

Entregar-se é dissolver a fronteira do corpo e da alma,
é deixar que o toque do outro invada sem pedir permissão,
mas com a mais profunda aceitação.

É o instante em que os olhos já dizem o que a boca não ousa,
e o desejo se torna oração silenciosa.
A pele arde, o coração dispara,
e o tempo perde importância.

Na entrega não há resistência,
há confiança absoluta,
há o convite para ser desfeito e recriado
nas mãos que sabem, na boca que busca,
no ritmo que nasce entre dois.

É mergulhar sem medo no abismo do prazer,
sabendo que lá em baixo não existe queda,
apenas o encontro.

Entregar-se é permitir-se ser descoberto,
é despir não só o corpo,
mas a alma inteira,
e ainda assim sentir-se inteiro no outro.

 

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

ELEVADOR DA GLÓRIA: UMA NOTA

O incidente registado com o Elevador da Glória é naturalmente motivo de preocupação. Trata-se de um meio de transporte histórico, com grande valor patrimonial e cultural, mas também de um serviço público que diariamente transporta lisboetas e visitantes. Logo, o que aconteceu foi bastante grave.

Mas, o que me parece mais relevante, agora, é apurar com rigor as causas do descarrilamento e a sua divulgação de forma transparente. É fundamental garantir que existem planos de manutenção preventiva eficazes, fiscalizações regulares e respostas rápidas, sempre que surjam sinais de desgaste ou risco. A preservação de um património desta importância deve caminhar lado a lado com a segurança de quem o utiliza.

É igualmente importante sublinhar que este não deve ser um momento para acusações precipitadas ou aproveitamentos políticos. O foco deve estar na responsabilidade coletiva de assegurar que o Elevador da Glória e outros equipamentos semelhantes, possam continuar a funcionar em condições de plena segurança.

Mais do que apontar culpados, este episódio serve de alerta para reforçar a cultura de prevenção, a valorização do património e o respeito por todos os que, diariamente, confiam nos transportes públicos da cidade.

 

domingo, 7 de setembro de 2025

INFIDELIDADE EMOCIONAL

A infidelidade emocional é um fenómeno cada vez mais discutido nos relacionamentos modernos. Diferente da traição física, ela não envolve necessariamente contato íntimo ou sexual, mas sim a criação de um vínculo afetivo profundo com alguém fora da relação oficial. Muitas vezes, começa de forma sutil: uma amizade, uma troca de mensagens frequentes, a partilha de segredos ou a busca de apoio emocional que deveria, em primeiro lugar, ser encontrado no parceiro ou parceira.

O que torna a infidelidade emocional tão complexa é sua natureza silenciosa. Como não há, de imediato, um "ato concreto" para ser apontado, ela pode ser negada, relativizada ou mesmo invisível por um tempo. No entanto, o impacto é real. O parceiro preterido pode sentir-se excluído, traído ou substituído emocionalmente, ainda que não haja uma traição física.

Os sinais mais comuns envolvem segredos, falta de transparência e a priorização de outra pessoa em detrimento do companheiro. A intensidade das conversas, o desejo de compartilhar conquistas ou desabafos com alguém de fora e a sensação de "pertencer" emocionalmente a outra pessoa, são indícios de que os limites do relacionamento foram ultrapassados.

É importante ressaltar que amizades profundas e laços externos não são, por si só, infidelidade. O que caracteriza a quebra de confiança é esse vínculo passar a ocupar o espaço central da intimidade, que deveria ser preservada no casal.

Lidar com a infidelidade emocional exige diálogo honesto, reflexão sobre as necessidades do relacionamento e, em muitos casos, uma redefinição de limites saudáveis. Reconhecê-la não significa, necessariamente, o fim da relação, mas pode ser um convite à reconstrução da confiança e ao fortalecimento da parceria.

 

sábado, 6 de setembro de 2025

GOTAS NO CHARCO

Não sou crítica literária, mas isso não me impede de aconselhar livros e autores.

Publicar um livro é sempre um ato de coragem, mas no caso de Mafalda Ribeiro- que sempre conheci como Mafaldinha- é, também, um ato de superação e de fé. A sua escrita carrega a marca da resiliência e da autenticidade, algo bastante raro e profundamente admirável."

"O seu livro, GOTAS NO CHARCO, acabado de sair, prefaciado pelo nosso Cardeal Tolentino de Mendonça, é mais do que páginas escritas. Cada página é uma gota da sua essência e um testemunho da coragem, da fé e de uma força criadora, que vence todas as limitações do seu corpo.

A sua escrita, fresca e inspiradora, prova bem que a grandeza não se mede em altura, mas na capacidade de transformar a dor em beleza e a luta em esperança."

NOTA: o livro pode ser adquirido autografado através de

https://linkd.in/dKVgYzMs

 

O QUE É PRECISO PARA TUDO DAR CERTO?

Perguntaste-me, um dia, o que é preciso para tudo, na vida, dar certo.
E eu só consigo responder-te que não é a vida que precisa acertar. Somos nós que precisamos aprender a olhar. Medita no que te deixo abaixo!

O que é preciso para tudo dar certo?

Talvez menos do que imaginamos.
Não é perfeição, nem um destino alinhado em cada detalhe. É mais como uma dança: estar disposto a mover-se com a música que chega, mesmo quando não foi a que pedimos.

Precisamos de coragem para acreditar naquilo que ainda não se vê, de ternura para cuidar do que nasce pequeno, e de humildade para aceitar que nem sempre sabemos o caminho, mas ainda assim seguimos.

Tudo dá certo quando deixamos de medir a vida só pelo que conquistamos, e começamos a sentir pelo que tocamos, pelo que deixamos, pelo que amamos.

Às vezes, tudo dá certo simplesmente porque aprendemos a chamar de ‘certo’ aquilo que antes chamaríamos de ‘erro’. E porque o certo não é a ausência de sombras, mas a luz que nasce justamente por causa delas.

 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

ARMANI, O MEU ÍDOLO

Para mim, Giorgio Armani não é apenas um estilista — ele é um verdadeiro maestro da elegância. Entre tantos nomes que já passaram pela história da moda, Armani sempre foi, e continua sendo, o maior.

Admiro a forma como ele nunca precisou de exageros para se destacar. Enquanto outros buscavam chocar, ele buscava harmonia. Os cortes impecáveis, a simplicidade das linhas, a escolha das cores — tudo nele transmite uma sofisticação silenciosa, quase sussurrada, mas impossível de ignorar. É como se cada peça tivesse a alma da Itália, mas ao mesmo tempo fosse universal, eterna.

Armani redefiniu a alfaiataria, deu liberdade aos corpos, mostrou que a verdadeira classe está em vestir-se de maneira natural, sem esforço. E isso, para mim, é genialidade. Ele não criou apenas roupas, criou uma atitude.

Quando penso em Armani, penso em alguém que transformou o luxo em algo íntimo, humano, acessível à sensibilidade. Ele não segue tendências — ele é a tendência. Para mim, Giorgio Armani é e sempre será o maior nome da moda, porque conseguiu algo que poucos alcançam – SER ETERNO.

 

terça-feira, 2 de setembro de 2025

AI! AS RECORDAÇÕES…

Há 68 anos casei-me pensando que era para toda a vida. Levei 11 anos a perceber que, o toda a vida tinha, afinal, um curto prazo de validade. À época o divórcio não existia para aqueles que, como eu, tinham contraído matrimónio pela Igreja.

Mas, apesar disso, curiosamente, dou comigo muitas vezes, a tomar consciência do que me ficou, dessa união, entranhado na pele. Hoje sou uma apreciadora de jazz – a educação paterna fora profundamente clássica- e isso devo inteiramente ao meu ex marido.

Com ele aprendi, também, algo sublime que é “saber ver”, que é bem diferente de saber olhar. Foi, ainda, ele que, numa longa viagem que fizemos a Barcelona, me ensinou a importância dos volumes, das cores e da luz.

Hoje, não posso deixar de sorrir, enternecida, por este imenso património que ele me deixou e que nunca mais esqueci. Recentemente, em Paris, fui com o meu filho a uma bela exposição. A certa altura dei comigo a apreciar o modo como certos quadros eram bafejados pela luz e pela escolha notável dos outros que o rodeavam

Às vezes é preciso deixar passar muito tempo – 60 anos- para se ter a capacidade de reconhecer um pequeno lado bom, nas lembranças de algo que foi, manifestamente, o maior erro da minha vida!

 

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

NÃO COMPARE A SUA JORNADA

Não compare a sua jornada com a dos outros, porque a verdade é que o caminho de cada um, é único. Cada pessoa tem um ritmo, um tempo e uma história diferente. Muitas vezes, olhamos para fora e enxergamos, apenas, o resultado da vida das pessoas: as conquistas, os sorrisos, as vitórias. Mas raramente vemos as lutas silenciosas, os dias de dúvidas, os medos e os fracassos, que também fizeram parte da caminhada delas. Quando nos comparamos, estamos a medir o nosso “processo” contra o “resultado” do outro, e isso nunca será justo.

Cada ser humano carrega a sua própria história, marcada por situações, desafios e oportunidades diferentes. O que parece fácil para alguém, pode ter custado anos de esforço. Da mesma forma, aquilo que hoje parece um atraso na nossa vida pode ser, justamente, o tempo necessário para amadurecer, aprender e nos fortalecer.

A vida não é uma corrida. Não existe linha de chegada que todos precisam alcançar ao mesmo tempo. O que existe, é um caminho de aprendizagem constante, feito de passos grandes e pequenos, de quedas e recomeços. Comparar-se, é desperdiçar energia que poderia estar a ser usada para construir o que realmente importa: a nossa própria evolução.

Valorizemos cada conquista, por menor que pareça. Celebremos o simples fato de se estar avançando. Reconheçamos que o que vivemos hoje, está a preparar-nos para o que ainda virá. O progresso não precisa de ser visível aos olhos dos outros, para ser verdadeiro.

O mundo precisa da nossa história, não de uma cópia da história de alguém. O que torna a nossa vida especial é, justamente, o fato de ela ser singular, diferente de todas as outras. Caminhe no seu ritmo, com confiança e coragem, porque o seu caminho é único e só pode ser trilhado por si.