sexta-feira, 22 de março de 2024

A BRISA

Numa tarde ensolarada, encontrava-me eu à beira-mar, observando as ondas suaves que banhavam a costa. Uma brisa fresca soprava do oceano, arrastando consigo um aroma salgado e revigorante. Fechei os olhos e deixei que a brisa acariciasse a minha pele, trazendo-me uma sensação de calma e renovação.

Enquanto isso, no horizonte distante, uma neblina começava, lentamente, a tomar forma. Observei-a, fascinada enquanto a névoa suave avançava sobre as águas, envolvendo tudo ao seu redor numa espécie de abraço etéreo. Eu sentia que a combinação da brisa suave e da neblina, criava uma atmosfera mágica e serena, como se o próprio tempo estivesse suspenso.

Neste ambiente, refleti sobre o efeito que estes elementos naturais tinham sobre mim e sobre os outros. A brisa, com sua suavidade e constância, trazia um sentimento de frescura e leveza, dissipando preocupações e tensionando os músculos. Era como se cada sopro de ar, fosse uma lembrança subtil de que a vida continuava em movimento, e que havia, sempre, espaço para respirar fundo e nos renovarmos.

Por outro lado, a neblina exercia um efeito diferente sobre os sentidos. Os seus véus translúcidos criavam uma sensação de mistério e contemplação, ocultando o que estava além do alcance visual e convidando à introspeção. Era como se a névoa trouxesse à tona as camadas mais profundas da mente, desafiando-a a explorar os cantos mais sombrios e os sonhos mais secretos.

Juntas, a brisa e a neblina, formavam uma sinfonia da natureza, tocando os corações e as mentes daqueles que as experimentavam. Lembravam-me a delicadeza e a grandiosidade do mundo ao nosso redor, que nos convidava a desacelerar, a contemplar e a apreciar cada momento presente.

À medida que o sol se punha no horizonte, a brisa e a neblina permaneciam, dançando em harmonia sob o céu crepuscular. E eu, com os olhos cheios de admiração, senti-me grata por testemunhar, mais uma vez, a beleza e a magia desses elementos naturais e o efeito transformador que eles tinham sobre a minha vida.

2 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Comentava ontem que este sorriso é igual ao do seu filho Miguel.
Foi o que imediatamente captou a minha atenção quando vi a foto.

Helena Sacadura Cabral disse...

É verdade Pedro. Éramos muito parecidos física e psicologicamente. Mas ideologicamente tínhamos imensas diferenças! Valia-nos a imensa ternura que nos unia e um sentido do humor muito semelhante. No entanto, o Paulo era a sua alma gémea, por mais estranho que isto pareça!