sábado, 23 de março de 2024

O ERRO CRASSO


 Um meu comentador pediu-me que escrevesse sobre aquilo que muitos de nós apelidam de “erro crasso”. Eu prometi que escreveria. Dou, agora, forma ao meu compromisso.

Em 59 A.C, o poder em Roma foi dividido entre três figuras: Júlio César, Pompeu Magnus e Marco Licinius Crasso. Enquanto os dois primeiros eram notáveis generais, que ampliaram os domínios romanos, Crasso era mais conhecido pela sua riqueza, do que por seu talento militar.

César conquistou a Gália (França), Pompeu dominou a Hispânia (Península Ibérica) e Jerusalém, por exemplo. Crasso tinha uma ideia fixa: conquistar os Partos, um povo persa cujo império ocupava, na época, boa parte do Oriente Médio - Irão, Iraque, Arménia e outros.

À frente das suas sete legiões, ou 50 mil soldados, confiou demais na superioridade numérica das suas tropas. Abandonou as táticas militares romanas e tentou simplesmente atacar.  Na ânsia de chegar logo ao inimigo, cortou caminho por um vale estreito, de pouca visibilidade. As saídas do vale, então, foram ocupadas pelos partos e o exército romano foi dizimado - quase todos os 50 mil morreram, incluindo o próprio Crasso.

A partir daqui o termo "erro crasso" passou a ser utilizado para descrever um equívoco substancial ou notável, facilmente identificável. Ele é tão evidente e significativo que não passa despercebido. Quando alguém comete um erro crasso, isso geralmente indica uma falta de atenção, conhecimento ou julgamento, adequado à situação em causa.

Como eles podem ocorrer em várias áreas da vida, com consequências catastróficas, é importante reconhecer e corrigir este tipo de erros. Às vezes, são tão óbvios, que podem ser constrangedores para a pessoa que os cometeu.

Evitar erros crassos requer não só atenção, cuidado e conhecimento adequado da situação em causa, mas também a consideração cuidadosa das possíveis consequências de tais ações.

3 comentários:

Isabel disse...

Interessante!
Não sabia a origem da expressão.

Desejo-lhe um bom fim-de-semana:))

Marques Aarão disse...

Esclarecedora abordagem, mas calculo que no seu texto está implícita a ideia que também possa ser o julgador em múltiplas situações a cometer erro crasso.
Muito obrigado

Pedro Coimbra disse...

Tantos séculos depois quantos Crasso encontramos todos os dias??
Tomam decisões sem pensar minimamente no que vem a seguir.
As palas que só permitem a visão limitada...