sexta-feira, 1 de março de 2024

O SUPERFLUO COMO ÚNICA NECESSIDADE

Vivemos numa era marcada por um consumo desenfreado e pela busca constante da gratificação imediata. O avanço tecnológico e a globalização abriram um leque de opções e possibilidades de consumo que nunca foram tão acessíveis. No entanto, essa abundância de escolhas leva, muitas vezes, a que as pessoas valorizem mais o supérfluo do que o essencial.

Uma das razões para essa tendência é a influência da cultura do consumismo. A publicidade e as medias sociais estão constantemente a bombardear-nos com mensagens que nos dizem que precisamos ter o último modelo de smartphone, o carro mais recente, a roupa da moda e assim por diante. Essa pressão social para consumir acaba por nos acreditar que o supérfluo é essencial para a nossa felicidade e status social.

Além disso, vivemos num mundo que valoriza cada vez mais a instantaneidade e a conveniência. Estamos acostumados a ter acesso a tudo o que queremos praticamente de forma instantânea, seja através do comércio online com entregas num dia ou menos, ou através dos serviços de streaming que nos permitem assistir a filmes e séries sem sair de casa.

Essa cultura da gratificação instantânea condiciona-nos a buscar constantemente novas experiências e prazeres passageiros, muitas vezes negligenciando as necessidades mais profundas e duradouras.

Outro aspeto a considerar é o fenómeno da comparação social exacerbada. Com as medias sociais, estamos constantemente expostos às vidas aparentemente perfeitas de outras pessoas. Isso cria uma pressão adicional para acompanhar o ritmo e ter as mesmas coisas que os outros têm, mesmo que sejam itens supérfluos que não contribuam significativamente para a nossa felicidade ou realização pessoal.

No entanto, é importante lembrar que o supérfluo nem sempre satisfaz as necessidades mais profundas do ser humano. Sem pretender influenciar ninguém, acredito que a verdadeira felicidade e realização, vêm de relacionamentos significativos, propósitos pessoais, saúde mental e bem-estar emocional. Assim, é essencial questionar frequentemente as nossas prioridades e valores, e buscar um equilíbrio saudável entre o que é de fato necessário e o que é apenas superficial.

1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Eu, consumista, me confesso.
Mas não peço perdão nem vou entrar em abstinência.