terça-feira, 21 de abril de 2020

Ainda eu e o SAMS


O Senhor tem por hábito testar-me. Demorei algum tempo a habituar-me, mas hoje convivo com o facto, com algum à vontade, porque sei que é uma manifestação do seu Amor por mim.
Durante todo o tempo que tem durado este confinamento, andei de credo na boca, com medo que me pudesse acontecer necessitar de um dentista ou de um oftalmologista. No primeiro caso porque tenho um canino que já me deu problemas e no segundo porque tenho de fazer uma benigna intervenção cirúrgica.
Os problemas do canino advieram das diatribes a que me sujeitou um médico de uma Clinica finíssima, para me desvitalizar o dente. Profundamente insatisfeita, decidi procurar o Prof. Francisco Salvado que me disse que a raiz estava partida e só havia duas soluções; ou um implante ou uma cirurgia em que ele tiraria o dente, colaria a raiz e voltaria a pô-lo no lugar. Neguei o implante, porque achava que já tinha tido implantes suficientes na minha vida. Contrariado, mas bom profissional lá fez a cirurgia, avisando-me logo que o resultado duraria o tempo que durasse.
Dito e feito. Há uma semana acordei com dor no tal dente. Prevenida face à situação do Centro Clínico do SAMS e das outras clínicas dentárias estarem fechadas deitei mão do Clamoxyl e no fim das pastilhas, telefonei-lhe a pedir orientação. Sempre atencioso disse-me para eu ir ao Centro Clinico às 11h que a Dra Ana Vieira, que eu já conhecia, me veria. Fiquei tão espantada que até tive dúvidas se teria ouvido bem. Ouvi.
Hoje lá estava eu num Centro quase deserto para ser tratada. A Dra Ana que já me tinha visto noutra ocasião, recebeu-me com a simpatia de sempre e, dentro das limitações – por exemplo não se pode usar broca – fez o que podia fazer. Pelo que percebi, mas sem certezas, a saúde oral vai, para já, funcionar duas vezes por semana.
À saída comecei a pensar no futuro. E as perguntas vieram em catadupa. É que os meus olhos estão entregues ao Dr. Pedro Cruz e a mesoterapia que faço está entregue à Dra Cecília Vaz Pinto e o meu corpinho está nas mãos do Dr. Faustino Ferreira que nunca me abandonou. Ora, à exceção de um, todos eles trabalham no Centro Clínico. E a todos agradeço a forma amiga como sempre se ocuparam de mim.
Então a quem é que eu vou pôr as questões de saber qual o meu futuro sanitário próximo? Ao Dr. Sorriso que preside ao maior sindicato do país e tem acompanhado toda esta situação? À ministra da saúde que seguramente sabe dela? À Dra Graça Freitas? À administração? Alguém me explica?
É que, agora, só falta mesmo uma inflamaçãozinha ocular. É evidente que não sou eu nem as minhas maleitas, que estão aqui em causa. Estão, sim, em causa, milhares de sócios que querem saber o futuro dos seus dividendos, neste caso, o que vai acontecer ao que pagam pela sua saúde...

HSC

10 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Gostei de ouvir o Chefe do Executivo anteontem e ontem sublinhar que, custe o que custar, a saúde das pessoas está antes de tudo.
E não são só palavras, a actuação dele está a provar isso mesmo.
e é assim que tem que ser, a saúde das pessoas tem que estar antes de tudo o resto.

Anónimo disse...

Cara Dra Helena

Admiro-a há muito tempo e sou de uma geração bem mais nova. Admiro que continue a ter o mesmo interesse pelo mundo que lhe conheci, a resposta pronta e direta sem nunca ofender ninguém, a defesa daquilo em que acredita e que só os seus filhos puderam alguma vez calar e a enorme dádiva que foi ter podido trabalhar consigo. Foi a pessoa mais justa que conheci.
Oxalá o Banco de Portugal se lembre que se tem hoje o Museu do Dinheiro, ele se deve também ao que a Dra Helena fez para
que ele existisse.
Desculpem todos o longo comentário, mas esta senhora está muito longe de ser apenas a mãe de Miguel e Paulo Portas!

Pedro

Anónimo disse...

Abençoada luta a sua. Continue porque nem todos temos a sua voz.

Um sócio do SAMS

Anónimo disse...

Penso que o Dr Sorriso é quem melhor saberá dar-lhe as respostas!


Amorim

Anónimo disse...

Admiro a sua resistência àquilo em que acredita. Esperemos então que este possa ser o primeiro passo para uma "nova normalidade". Obrigada


Luciana

Anónimo disse...


Boas noticias D. Helena. Oxalá tudo volte à normalidade.

Filomena

Anónimo disse...


Precisamos que o Centro Clínico e o Hospital voltem a servir os bancários seus sócios e aqueles que não o sendo, pagam para o utilizar.


Fernando

Anónimo disse...

Quem é o dr. Sorriso que não cheguei lá?

Helena Sacadura Cabral disse...

É o Presidente do maior sindicato português, o dos bancários.

Anónimo disse...

Tanto o Hospital do SAMS como o Centro Clínico de Lisboa reabriram no dia 14, com algumas limitações e é preciso telefonar para o fixo primeiro