sábado, 18 de abril de 2015

As imperfeições


Um tempo houve, na minha vida, em que teria gostado de ser perfeita. Devia ter à volta de uns dez anitos. Na minha família havia vários tipos de "santidade" na profusão de tias e primas que a constituiam. Curiosamente, não era a santidade que eu desejava - o que era natural porque só me baptizei a caminho dos vinte anos - era, sim a perfeição. Não me perguntem qual a razão de tal patologia porque a desconheço. Mas era real e objectivamente uma finalidade a atingir. 
A adolescência havia de trazer-me outros aditivos - como agora se diz relativamente aos combustíveis - que me foram paulatinamente afastando de tal desidério e aos vinte anos o que eu queria era bem diferente. 
Foi deste modo aditivado que cheguei aos prazeres da imperfeição, na qual milito sem que se tenha tornado propriamente um objectivo. Surgiu porque a persecução do perfeito deixou de me interessar e comecei a dar-me conta da atração que o imperfeito pode - diria mesmo, deve - ter sobre nós. E de quanto ser humanamente imperfeito faz, afinal, bater o nosso coração!

HSC

8 comentários:

Anónimo disse...

Humanos perfeitos não existem.
Perfeito,só Deus.E um dia entenderemos os seus desígnios.É a fé que me assiste.

Maria

Anónimo disse...

🌷

Anónimo disse...

E o efeito que um fio de prumo pode ter no pulsar de um coração,já pensou nisso?! Bem gostava que ele se mantivesse em "velocidade cruzeiro" mas,é humanamente impossível.Imperfeições de coração.
Bom fim de semana.

:-))

Anónimo disse...

Dra Helen cuidado com os batimentos do ❤️ para não provocarem uma patologia e necessitar de um stent.

Ghost

Anónimo disse...

Ah assim está bem!
Mas então porque é que só posta 'perfeições' sobre as suas amigas 'santinhas'?
Atchim!

Kuska disse...

Da imperfeição nasce o Belo...Como admiro seres imperfeitos cada vez mais!

Beijinho
Kuska

Anónimo disse...


Bom dia Helena!
Concordo em absoluto.

Carla

Anónimo disse...

Hand on hand.

A