domingo, 12 de abril de 2015

Samba


Há dias fui com duas amigas ver o filme Samba. A escolha levantou-me algumas dúvidas - a temática devia ser complicada, porque envolvia emigração, exploração laboral e amor entre etnias diferentes - mas como sou uma apreciadora do cinema francês, aquiesci. Tais ingredientes, pensei, podiam dar um excelente filme ou uma história sem qualquer "pegada", como agora os autarcas gostam de referir, quando falam da taxa de turismo. Vejamos o que pode contar-se, sem retirar o suspense da novela que, aliás, é reduzido... 
Samba, Omar Sy, é um senegalês que vive em França há 10 anos sobrevivendo de biscates. Alice, Charlotte Gainsbourg, é quadro superior numa empresa e sofreu um esgotamento. O primeiro procura por todos os meios obter os seus documentos, enquanto a segunda tenta reconstruir-se através do voluntariado numa Associação. Cada um luta por sair do impasse em que se encontra, até ao dia em que os seus caminhos se cruzam... 
Os realizadores - Eric Toledano e Olivier Nakache - já haviam trabalhado juntos com Omar Sy no filme "Os Intocáveis". Repetem agora a façanha, com bastante menos sucesso, numa película cheia de rodriguinhos e clichés já muito estafados.
Este temático trio tem, em 2015, contornos diferentes dos que teria nos anos sessenta. Por isso, não seria qualquer um que se atreveria a abordá-lo numa única obra, porque cada um deles, por si só dava, nos dias de hoje, um filme. 
O resultado é, por consequência, apenas sofrível e pouco ajuda dá, até, a qualquer das causas abordadas!

HSC 


2 comentários:

Isabel Mouzinho disse...

Juntar a tudo isto a "enjoadinha" da Charlotte Gainsbourg que é, definitivamente, uma actriz menor, também não contribui em nada para tornar o filme aliciante. ;)

Silenciosamente ouvindo... disse...

Também fui ver o filme com o meu
marido, que depois "me massacrou"
pela escolha. Realmente a temática
do mesmo poderia ter sido tratada de
uma forma mais verosímil e também
não achei a escolha de Charlotte Gainsbourg a mais acertada.Saí da
sala de cinema desconfortável.
Cumprimentos
Irene Alves