segunda-feira, 13 de abril de 2015

Aconteceu no Brasil

O juiz Eliezer Siqueira de Sousa Junior, da 1ª Vara Cível e Criminal deTobias Barreto, no interior do Sergipe, Brasil, julgou improcedente um pedido de indenização que um aluno pleiteava contra o professor que lhe tirou o telemóvel na sala de aula.
De acordo com os autos, o educador tomou o telemóvel do aluno, pois este estava a ouvir música com os fones de ouvido durante a aula.
O estudante foi representado por sua mãe, que pleitou reparação por danos morais diante do "sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional".
Na negativa, o juiz afirmou que "o professor é o indivíduo vocacionado para tirar outro indivíduo das trevas da ignorância, da escuridão, para as luzes do conhecimento, dignificando-o como pessoa que pensa e existe”. O magistrado solidarizou-se com o professor e disse que "ensinar era um sacerdócio e uma recompensa. Hoje, parece um carma".
O juiz Eliezer Siqueira ainda considerou que o aluno violou uma norma do Conselho Municipal de Educação, que impede a utilização de telemóveis durante o horário escolar, além de desobedecer, reiteradamente, às instruções do professor.
Ainda considerou não ter havido abalo moral, já que o estudante não utiliza o telemóvel para trabalhar, estudar ou qualquer outra atividade edificante.
E declarou: "Julgar procedente esta demanda, é desferir uma bofetada na reserva moral e educacional deste país, privilegiando a alienação e a contra educação, as novelas, os realitys shows, a ostentação, o ‘bullying intelectual', o ócio improdutivo, enfim, toda a massa intelectualmente improdutiva que vem assolando os lares do país, fazendo às vezes de educadores, ensinando falsos valores e implodindo a educação brasileira”.
Por fim, o juiz ainda faz uma homenagem ao professor. "No país que virou as costas para a Educação e que faz apologia ao hedonismo inconsequente, através de tantos expedientes alienantes, reverencio o verdadeiro HERÓI NACIONAL, que enfrenta todas as intempéries para exercer seu ‘múnus’ com altivez de caráter e senso sacerdotal: o Professor."

Foi esta decisão da Justiça brasileira. Como seria entre nós?!

HSC 

7 comentários:

Isabel disse...

Abençoado Juiz!
Ser professor não é uma profissão nada fácil!

Desejo-lhe uma boa tarde:)

Anónimo disse...

O professor seria severamente castigado pelo Supremo e antes disso pela Federação de Pais e Educadores e Educandos. Lamentavelmente, assistiríamos a um debate lançado pelos 3 canais de TV e teríamos de ouvir até à exaustão um grupo de gente que nunca atingiu a reserva moral e educacional deste país. Os psicólogos teriam direito a opiniões severas sobre a violência refletida sobre o jovem e a frustração que o impossibilitaria de se tornar num Narciso Idiota. Bendito Juiz brasileiro. Pena que nunca tenhamos nenhum assim vocacionado para a educação e os valores.
M. Lopes

Anónimo disse...

Este comentário diz em poucas palavras tanto sobre alguns jovens deste mundo. Tenho uma enteada que vive em função do telemóvel, ao ler esta decisão parece que estava a rever o dia a dia dela. Um dia destes disse-lhe abertamente que ela estava viciada, tal como um drogado ou alcoólatra. Negou, tal como qualquer viciado nega, até reconhecer que tem um problema e procurar ajuda. Não tenho a menor duvida que estas gerações irão ter sérios problemas no futuro, nomeadamente a nível de relações humanas, saber interagir com outros, sem ser por sms, facebook, etç. - Sara Lopes

Anónimo disse...

Em Portugal os paizinhos indignados dariam uma tareia ao professor...
Tiro o chapéu a este juiz,apenas fez o que é correcto.

Anónimo disse...


Bom dia Helena!
De louvar a posição neutral do juíz, a decisão foi a mais acertada.
Em Portugal nem sei como seria, é tudo tão lento...processos que prescrevem, homicidas que são absolvidos, outros roubam milhões e ficam em casa a usufruir o conforto do seu lar...

Carla

Dalma disse...

Há 10 anos que deixei de ser professora mas de vez em quando sinto saudades... Porém sei que os telemóveis iriam ser os meus grandes adversários já que toda a ordem que eu desse seria para cumprir e nestes tempos não sei se o conseguiria!

Anónimo disse...

Fico feliz, muito, por constatar que por vezes o bem vence o mal. Começa a ser escasso.

MC