Paris.
7 de Fevereiro de 2015
Há
dois anos morrias nos meus braços, à saída de um hospital em Berlim, do qual te
haviam dado alta. Estavas seguro de que a queda que sofreras não teria
quaisquer sequelas. Tanto, que aquilo que mais querias - voltar para Paris e
sentar-te frente ao Sena, como tantas vezes fizemos -, não podia esperar mais.
No corredor para a saída quase voaste para o táxi que nos
levaria ao aeroporto.
Não
consigo ter memória dos dias que se seguiram. Só consigo lembrar-me da tarde em
que voltei para nossa casa e, ao abandono, me sentei no teu cadeirão.
Julgo
que terão passado horas sem que o meu corpo mexesse um só músculo ou o meu
cérebro sofresse qualquer estímulo. Apenas o meu coração terá continuado a
trabalhar de motu próprio.
Dizer que sinto a tua falta é muito pouco. O
que eu sinto é uma ausência profunda, uma dor fina mas contínua em cada hora
destes 730 dias que passaram sobre mim. Procuro e não encontro essa tua imensa
energia, essa ternura com que me amavas, essa força que transmitias aos
projectos que comigo fazias.
O
que me mantém viva é, afinal, a lembrança do amor que tinhas por mim!
HSC
HSC
15 comentários:
Muito bonita esta forma de amar.
E as palavras comovem!
Obrigada por nos falar ao coração.
🌹
Um beijinho e um abraço muito apertado :)
7 / 02 / 2015 = 8 ... 8 = H
Bem pode ser uma página de vida de alguma Helena.
:-)
Há momentos em que não sabemos que força é essa que nos faz sobreviver a tamanho choque.
Mas a nossa fibra - a sua, pelo menos - resiste a tudo. Obrigada pela partilha...
Tocou-me muito esta prosa tão sentida.
Um abraço apertado
Lá no céu, alguém vai reconhecer esta maravilhosa carta de amor.
Beijinho :)
Este texto podia ser meu!!! Já passaram 12 anos e todos os dias sinto uma Saudade Enorme do meu Marido!
Uma chaga que não fecha.
Um enorme abraço!
Maria (publicamente anónima)
Drª Helena! Este texto é maravilhoso. Tocou-me. E identifico-me. Esta página podia estar no meu diário.
Este texto é lindo, uma maravilha!
Obrigada por partilhar a sua maravilhosa escrita e sentimentos
Beijinho e um bom dia da mulher.
Maria M
...."dizer que sinto a tua falta é pouco. O que sinto é uma ausência profunda, uma dor fina mas contínua em cada hora".... é exactamente assim, obrigado por partilhar tão bem aquilo que nos vai por dentro.
Um abraço
Inês Galvão
Esta partilha faz-nos bem" a nós" e espero que a si também. Obrigada.
Helena,
um diário é algo muito intímo, a partilha dessa página, revela uma grande generosidade.
Gostei, muito!
Carla
Querida D.ra Helena!
Belo, sem dúvida!
Um beijinho,
Vânia Batista
Tão íntimo e tão doce.
Obrigado por partilhar.
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