“... Só queremos ouvir um “sim”, mas há logo uma parcial
obstrução nessa consoante que é a décima nona letra do nosso alfabeto.
O “s” emerge num ápice, deslizando
pela lâmina da língua e já os alvéolos aceitam, passivos, articulá-lo. E
que é que acontece? A glote abre-se, é certo, mas o o véu palatino mal se
levanta. O resultado é esse som fricativo, cobra da língua que rasteja a
esconder-se debaixo dos domésticos móveis da velha sala...”
Este belo naco de prosa foi
retirado de um post do Manuel Fonseca no blogue Escrever é triste, um colectivo
que visito com frequência e que reúne do melhor que há na blogosfera.
Com este intróito, o Manuel
vem em defesa da palavra “não”. Ora eu, que quase sempre estou de acordo com o
que ele escreve, neste ponto discordo.
A palavra “sim” tem
musicalidade, corporiza sonhos, franqueia liberdades, abre perspectivas e
inicia projectos. Sozinha representa um mundo de emoções.
Mas quando acompanhada,
numa outra versão do sim, pode mesmo dizer-se que a sua força explode. É o caso
da pergunta “queres casar comigo?” e da resposta “quero, sim”.
É aliás o que diz Nathalia
Seco, quando canta “A palavra sim” :
Sou uma menina
Mas não sou tão frágil
Nem me engano
Tão fácil como você pode crer
Mexeu comigo agora
Vai embora
Sem dizer "goodbye"
Teve sua chance agora vai correr?
Mesmo que eu fique um ano sem te ver
Difícil missão tentar te esquecer
Como é que eu posso
Gostar e odiar alguém assim?
Será que você vai ficar sem mim
Até o final
Daria tudo pra tudo pra você gostar de mim
Ler nos seus lábios a palavra "sim"
Daria tudo pra tudo pra você gostar de mim
Mas não sou tão frágil
Nem me engano
Tão fácil como você pode crer
Mexeu comigo agora
Vai embora
Sem dizer "goodbye"
Teve sua chance agora vai correr?
Mesmo que eu fique um ano sem te ver
Difícil missão tentar te esquecer
Como é que eu posso
Gostar e odiar alguém assim?
Será que você vai ficar sem mim
Até o final
Daria tudo pra tudo pra você gostar de mim
Ler nos seus lábios a palavra "sim"
Daria tudo pra tudo pra você gostar de mim
E olhando nos meus olhos
Dizer que você nasceu pra mim.
Dizer que você nasceu pra mim.
Ora
digam-me lá se “sim” não é uma palavra maravilhosa?
HSC
13 comentários:
Também gosto da palavra SIM. É muito mais bonita que Yes, ou Oui ou Ya. Tem musicalidade, como uma tecla togada num xilofone de criança.
O probelma é quando o sim se acopula ao mas..... :)
Desculpe as gralhas....estou a ver pior :(
Ja
tocada
problema
Lindo poema. Obrigada!
Concordo que o sim dá-nos música aos ouvidos...mas por vezes, muitas vezes temos de ouvir e sobretudo dizer um não audível sobretudo à canalha miúda e jovens:)
Bom fim de semana
Muitas pessoas começam quase todas as frases por 'não, mas...'.
E o 'não' é importante, mas usado com muita atenção e tão poucas vezes quanto possível.
'Não' corta o fluir da conversa, mostra oposição, fechamento, preconceito, incomunicabilidade. É uma barreira, mas tb pode ser um desafio.
'Sim'é uma nota musical, mas não se pode tornar repetitivo, porque se esvazia.
A expressão corporal, a atitude, o sorriso, o olhar também contam.
E, às vezes, são contraditórios.
A boca diz 'não', os olhos dizem'sim'. É mesmo assim, nada é linear na comunicação. É muito complexa e rica.
Não gosto do poema, é muito delicodoce, enjoativo.
Anónimo das 12:45
Não será propriamente um poema. Trata-se da letra de uma canção conhecida, uma espécie de prosa cantada!
Muito bem dito.
Bom dia Helena!
A palavra sim, a meu ver nem sempre é boa, tudo depende do contexto, em que é inserida.
Já tive 2 sins, os mais duros da minha vida...sins que provocaram em mim uma dor avassaladora.
Há, 9 anos tive o " sim ", desejado durante 7 anos, " sim está grávida", felicidade plena.
Nesta linda prosa cantada, o sim é bom, era bom que assim o fosse sempre.
Ontem, fiz algo há muito desejado. Questionar quem me casou, batizou, crismou, batizou a minha filha, sendo o meu pai de outra paróquia, quiz que fosse ele a fazer a missa antes do funeral. Quando me viu e rezava a missa, o padre emocionou-se, por momentos fez-se silêncio na sua emoção.Recomençando com as suas doces palavras de fé, de esperança.
Imagine, as questões que lhe fiz ontem, dificeís de resposta.
Na sua longa sabedoria, respondeu lucídamente:
- É preciso caminhar, no invisível, ter fé...
Gostei, tanto de falar com ele, mais ainda, por ter ficado com a certeza que não tinha a certeza de nada. É preciso ter uma mente muito aberta, estar num nível espiritual elevado, para sem pudor, dizer o que se pensa, sendo ele quem é. Homem que esteve preso, antes do 25 de Abril, que a sua igreja fica cheia, com imensas pessoas de pé.
Já pediu a reforma ao Bispo, a idade já pesa, mas sendo ele uma refêrencia, o Bispo pediu-lhe para aguentar mais um pouco.
Ficou, prometido um almoço na minha casa, gosto de privar com pessoas que me enchem a alma, que dão o tal amor, afecto incondicinal.
Helena medite muito, eu irei para o meu querido Alentejo, sentirei muito a falta de alguém, que fazia parte deste elo familiar. Mas, como diz Coimbra de Matos, é preciso seguir em frente, não viver no passado, mas do presente.
Desculpe, o testamento a Helena é uma das pessoas que me faz sentir bem, a sua boa energia consegue passar através do pc sabia?
Carla
Sim. 🌷
PURA DEMAGOGIA !!!!!!!!
Ó Dra Helena,mas o não é igualmente belo! Senão vejamos:
- Quer que eu me vá embora?!
- Não!
É uma palavra forte,sonora e poderosa.
Se o sim é de fêmea o não é de macho.
Francisco
'Sim' o macho tem muito a aprender. Aprender o valor do 'sim', por exemplo.
'Sim' é que é de macho.
'Não' é, muitas vezes, prepotente e cobarde.
Vamos reformular:
-Quer que eu fique?
-Sim quero.
O macho precisa aprender que as frases se constroem pela positiva e não pela negativa.
Por exemplo, em vez de dizer 'eu não quero isto ou aquilo', dizer 'eu quero isto ou aquilo.
E o universo ouve e colabora!15
A 12:17
Quer resposta? Vai responder - sim.
Mas não!
O universo sussurrou-me que há mal amadas/os...e sim,espalham fel.
Renasça!Esta época é propícia.E boa Páscoa para si(m).
Francisco
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