quarta-feira, 4 de março de 2015

A grande confusão na Europa

Os contrastes políticos na Europa são extraordinários, pese embora não surpreendam os mais atentos. 
Na Grécia, os radicais conquistaram o poder. Entretanto, na França, as sondagens para as regionais de 29 de Março colocam a Frente Nacional em primeiro lugar, com 30% dos votos, um ponto mais do que o centro direita da UMP e dez pontos percentuais à frente do PS, que se prepara para uma humilhação histórica. A abstenção será muito elevada.
Em Inglaterra, pode acontecer que os partidos não-tradicionais também possam vir a alterar o equilíbrio parlamentar.
Em Espanha, dá-se o mesmo fenómeno: os descontentes da direita preferem os Cidadãos e os da esquerda optam pelo Podemos. Os dois somados, podem atingir 40% do eleitorado, o que abalará a dupla PSOE e PP. Ora isto foi, no fundo, o que, com algumas diferenças, já aconteceu na Grécia, aos partidos tradicionais.
E até a Alemanha tem os seus descontentes, como se pôde  ver com a CDU a ser esmagada nas recentes eleições de Hamburgo, a formação anti-euro (AfD) a recolher 6,1% dos votos e os dois partidos da grande coligação a perderem mais de 8 pontos.
Nos países do sul, as insurreições são um terço do eleitorado. Portugal continua uma excepção, cuja origem não se percebe bem. O sistema eleitoral parece imune ao descontentamento ou então o que vemos nos números não corresponde à realidade.
Imas a forma como a campanha eleitoral já se anuncia não deixa muitas dúvidas quanto à demagogia, pessimismo e golpes baixos, que irão favorecer as formações que contestam o sistema partidário vigente. Os grupos políticos tradicionais que se cuidem e preparem para as consequências que podem advir de maus resultados, em Outubro!


HSC

3 comentários:

Anónimo disse...

Na Grécia os radicais conquistaram o poder? Bom, aqui deu-se o mesmo. Os radicais de Direita já o tinham conquistado em 2011. E por cá continuam, até serem derrotados neste Outono. Ora essa!
a)Melo

Preta disse...

Pode ser sintoma de perigo. Mas é indubitável que alguma coisa vai mal nas políticas partidárias da governança tradicional. Um sinal de que a insatisfação pode ser tóxica. Mas existe em quantidade suficiente para virar a mesa.

Helena Sacadura Cabral disse...

Melo
Já aqui expliquei o que, em grego, significa Syriza. Foram eles que escolheram o nome, não fui eu.
Ora essa! digo agora eu!