Com
argumento e realização dos irmãos Ronit e Shlomi Elkabetz, "Gett"
fecha a trilogia sobre o casamento, separação e divórcio iniciada no filme
"To Take a Wife".
É
surpreendente como o divórcio - algo tão comum e fácil no Ocidente -, pode
constituir em Israel a tragédia de que esta pelicula nos dá conta.
De
facto, “Gett: O Processo de Viviane Amsalem” relata a história da batalha legal
que, durante cinco anos, a protagonista, irá travar junto do Tribunal Rabínico
- a única autoridade legal competente para julgar estes casos em Israel. -,
para se divorciar de um marido ao qual estava ligada há 30 anos mas com o qual
já não vivia há bastante tempo.
Ela vai
enfrentar a atitude inflexível do marido e dos conservadores juízes quando
decide oficializar a separação, a fim de deixar de ser marginalizada pela
sociedade conservadora em que vive.
Em
Israel, os matrimónios civis não existem e mantém-se uma lei religiosa
ancestral, que estipula que só o marido ou o tribunal rabínico podem conceder o
divórcio. Apesar disso, Viviane quer poder contar com o sistema judicial para
obter aquilo que considera ser um direito seu.
Todavia,
o marido apesar de saber que nunca terá o seu amor e que união de ambos não faz
já qualquer sentido, recusa-se a deixá-la seguir a sua vida.
Pesem
embora todas as dificuldades, ela não desiste do seu objectivo, independentemente
do preço que vai ter de pagar por essa decisão…E é esse preço que, após tudo o
que passou constitui, afinal, uma verdadeira surpresa!
É um
filme curioso, que talvez pudesse beneficiar com um corte de cerca de 10
minutos, mas que levanta o problema das relações entre Estado e Religião que, a
meu ver, deveriam manter-se como zonas distintas da sociedade e não como um
pacote a que todos os cidadãos têm de submeter-se.
HSC
Com argumento e realização dos irmãos Ronit e Shlomi Elkabetz, "Gett" fecha a trilogia sobre o casamento, separação e divórcio iniciada no filme "To Take a Wife".
1 comentário:
Vivemos, ou pensamos viver, num mundo em que tomamos como garantidos os direitos humanos ou, pelo menos, alguns deles. Vi o filme, no início não me apetecia ver, mas uma espiral trituradora, de impotência, de inflexibilidade, de intolerância, de urgência, agarrou-me. Um filme duma grandiosa sobriedade.
Por falarmos em direitos humanos, o português Tiago Guerra, 43 anos, está há mais de 5 meses esquecido na prisão de Becora em Timor-Leste, em condições problemáticas de saúde pública que põem em causa a sua saúde.
Neste momento encontra-se hospitalizado, por suspeita de ter contraído dengue na prisão.
Este situação tornou-se um caso humanitário, porque está detido numa cela com outros prisioneiros, sem água canalizada, sem cama, nem mesmo um colchão (dorme no chão e já perdeu 10 kg).
Até ao momento, não for sequer acusado formalmente, e muito menos julgado ou condenado.
A família e amigos criaram uma página no facebook, e uma petição, que já atingiu perto de 2000 assinaturas, para que Tiago aguarde em liberdade condicional, até que a verdade seja apurada.
www.facebook.com/justicefortiago
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