Um post de Francisco Seixas da Costa hoje no seu http://duas-ou-tres.blogspot.pt fez com que eu me risse e lembrasse as desditas por que passam aqueles que se atrasam na actualização dos meandros familiares dos amigos ou conhecidos.
Numa época em que, casada, tinha por missão "receber" certas individualidades com quem o meu marido era, pela sua vida profissional, obrigado a conviver, aconteceram-me algumas "estórias" de grande caricato, sobretudo porque passadas numa época em que as regras sociais eram bem mais formais do que as de hoje.
Em determinada altura, num jantar oficial, conhecemos um casal simpático com quem por razões várias acabámos por estreitar relações. Não de amizade, mas de proximidade dadas as funções que o marido desempenhava e a estima que estabeleci com a mulher, que era uma pessoa encantadora.
Consciente da necessidade de retribuir as atenções recebidas, decidimos oferecer um jantar em honra deles, com alguma cerimónia, e convidados escolhidos a dedo. Foi um repasto combinado na última vez que estivéramos juntos, mas que só se concretizou uns meses depois, porque se haviam metido férias pelo meio.
Eu, num rasgo de inteligência e sensibilidade, daqueles que por vezes me acometem, resolvi quebrar um pouco a formalidade da refeição e marcar com o nome próprio e não com o apelido o lugar de cada um dos convivas. Tudo impecável.
Eis que começaram a chegar os convidados e, de repente, entra na sala o homenageado acompanhado de outra senhora que não Caroline, a mulher que sempre lhe conhecemos. Foram uns segundos de suspense até perceber o nome da nova esposa. E conseguir, nos escassos minutos que faltavam para o jantar, fabricar e colocar um novo marcador, desta vez com o nome de Christine...
Quando todos saíram, o meu marido cheio de humor perverso, disse-me que era sempre mais seguro tratar as senhoras pelo nome de casadas. Ia-o matando...
HSC