Não sei há quantos anos o conheço. Atravessou a minha vida em tantos momentos que conta-los serve apenas para sorrir com ternura porque, de alguns deles, nem ele teve conhecimento. Digamos que tinha vinte anos quando ouvi, pela primeira vez falar no seu nome. Foi na Comissão de Coordenação Económica, o meu primeiro emprego oficial, após o fim do curso, dez dias antes.
Namorava, à época, uma colega minha, Helena também, uma mulher linda e inteligente, como seria de esperar, num belo homem que não deixava indiferente o sexo oposto, dado que reunia beleza, inteligência e sabedoria. Confesso que, nesse tempo, a minha homónima era uma mulher invejada. O namoro, longo, não teria que ter final feliz e durante uns anos não ouvi falar dele.
Retomo-lhe a pista, quando era Secretário de Estado do Ultramar e António Bandeira de Guimarães - o meu maior amigo de sempre -, era Secretário Provincial de Angola. Nessa altura eu estava encarregada do dossier delicado das transferências para aquela terra, trabalho que me valeu da sua parte um elogio publicado no então Diário do Governo.
De novo, um outro período em que lhe perdi o rasto. Soube do seu casamento com essa admirável mulher que tendo sido sua aluna lhe haveria de conquistar o coração e dar vários filhos inteligentes.
Até que, de novo o reencontro, através do meu filho Paulo e de amigos comuns. E, desde então, não mais deixei de me deliciar aos sábados, quando nos encontramos, ou na televisão quando o apanho. Foi ontem o caso, um puro deleite, a sua conversa com Mario Crespo. Falo, como já perceberam, de Adriano Moreira.
HSC
16 comentários:
Caso para dizer: Abram bem os ouvidos e escutem com muita atenção, pois, é um privilégio podermos contar com a sabedoria, inteligente e experiente, deste ancião, que já de avançada idade, se encontra nestas perfeitas faculdades vitais. Não aproveitem não!... Que, mais tarde, terão que reconhecer a tragédia, e, escrever várias cartas a dar-lhe razão...
Beijinho para si
Adriano Moreira e Paulo Portas, duas pessoas opostos na política e em tudo.
Adriano Moreira já nada tem a ver com este CDS. Nem com esta política que PP apoia e faz parte. São outros os seus valores, os de Adriano Moreira.
Se o CDS se orientasse pelos seus valores e princípios, morais e políticos, seria um grande partido. Mas não é o caso. É PP quem há anos vem desfigurando o CDS. Moldando-o à sua imagem.
O respeito que Adriano nos deve merecer não deve ser confundido com aquilo que PP defende.
Lamento dizê-lo, por saber quem é e qual a sua relação com PP.
Mas é o que penso e porque me custou ler o seu último parágrafo, não pude deixar de fazer a distinção entre Adriano Moreira e PP.
Tiago Silveira
Caro Tiago
Só é pena que não tenha sabido ler o último parágrafo, onde apenas digo como reencontrei Adriano Moreira. Não teci qualquer comentário que justifique o que escreveu e se o seu intento era criticar Paulo Portas, não precisava de se servir de Adriano Moreira.
Entendidos?
Cara Helena,
Subscrevo totalmente o seu post. Um exemplo que deveria ser seguido por alguns políticos. O seu conhecimento sobre relações internacionais e o seu enquadramento na actualidade política
bem como a sua educação deveria ser atentamente seguida por todos os portugueses.
Sempre com amizade.
O Prof. Adriano Moreira é uma personalidade de excepção !
Tenho muita pena de ter perdido essa conversa com Mário Crespo
( um dos poucos valores efectivos nas nossas televisões.
Melhores cumprimentos.
Exma Senhora Drª Helena
A senhora vai buscar cada tema que mexe mesmo connosco: com os antigos. Falar de Sua Excelencia o Senhor Professor Adriano Moreira e não do Adriano Moreira como escrevem os jornalistas, é apaixonante, porque homens como ele, digam-me onde os vou encontrar.
Nasce um de vez em quando e há muito que não encontramos substituto e não digo mais nada porque estou comovido...
Ao anónimo das 18,50
Não vou comentar o seu comentário. Evidentemente que Paulo Portas não tem a bagagem do Senhor Professor Adriano Moreira mas trata-se dum dos políticos mais competentes que temos.
não sou do CDS nem das direitas mas tenho olhos para ver.
Ele vai resolver a Troika.
Estamos cá para ver...
um senhor da politica e do pensamento politico, um verdadeiro cidadão, um senador,um homem que poderiamos ter tido como presidente, etc etc
http://www.noticiasaominuto.com/politica/98343/foi-muito-dif%C3%ADcil-convencer-portas-a-voltar-atr%C3%A1s-e-s%C3%B3-o-fez-pela-p%C3%A1tria#.Ugti3JLVAQN
Pois...
cumprimentos
Fátima Duarte
Gosto de pessoas com gente dentro,o partido é irrelevante...
Cumprimentos
Fátima Duarte
Adriano Moreira, Presidente da Academia das Ciências, no Jornal das 9:
http://videos.sapo.pt/6Ibfm2i1hb6AEKwsHmPL
Um brilhante artigo (como sempre) no DN de ontem :
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=3369054
Sou suspeito neste meu entusiasmo apreciativo porque , desde há muito tempo , penso que não só os políticos mas também cada um de nós nunca percebeu nem percebe ainda o que seriam e são os efeitos da globalização nas nossas vidas .
Durante muito tempo só se viram algumas vantagens pessoais ou ideológicas e agora que o mundo todo mudou de vez , anda muita gente perdida .
O "perigo amarelo" existe e está dentro de nossas casas , basta ver as etiquetazitas todas nas costas dos mais variados objectos de uso corrente e imprescindível .
A minha geração (maiores de 60/65) na maioria dos casos "prefere nem pensar nisso" ; e a dos meus filhos quarentões , porque se formaram ainda com outros pressupostos e agora é neste "novo mundo" que têm que sobreviver , também não vive particularmente descansada .
Por isso digo que não me preocupo tanto com os meus netos pré-adolescentes , esses estão de facto a crescer noutras bases e para eles vai ser normal (já é)muito daquilo que nos assusta .
Sempre foi assim .
A conversa dos "bons velhos tempos" não dá para mim : os bons velhos tempos , à altura , não eram assim tão bons .
Eram muito melhores numas coisas e muito piores noutras .
E de qualquer modo eu vivo aqui hoje e agora (e espero que amanhã e depois ...).
Ou dito de outro modo : o mundo não era melhor , nós é que éramos mais novos .
Alguém por aí dá valor ao facto de nunca ter havido um período histórico tão longo sem guerras na "nossa" Europa ?
RuiMG
Só quero felicitar a Doutora Helena pela resposta dada ao comentador Tiago.
Parabens. Um grande abraço mesmo apertado
Maria Isabel
A propósito do comentário de Tiago Silveira. Deve ser muito difícil ser mãe de políticos, disso não tenho dúvidas mas também acho que é falta de gosto dizer mal (aquele que fere) de um filho de quem quer que seja. Digam-no até na praça pública mas nunca diretamente a quem deu a vida a esse alguém!
Tenho três filhos e felizmente só tive algumas queixas dos rapazes, quando adolescentes, se portavam menos bem nas aulas.
Como eles eram alunos na escola onde eu era professora e estando eu logo ali à mão, as minhas colegas não se faziam rogadas. Mesmo sabendo que isso era mais ou menos normal nos adolescentes, porque também os tinha como alunos, isso doía-me sempre! Por isso, quando como directora de turma tinha que fazer saber aos pais ( nomeadamente às mães) de como os seus filhos se comportavam, sempre procurava passar a mensagem sem as ferir...
Senhora Doutora!
Se não estou em erro, o Professor Adriano Moreira foi ministro do Ultramar, não secretário de Estado.
Caro Carlos Fonseca
Adriano Moreira foi chamado por António de Oliveira Salazar para ser subsecretário de Estado da Administração Ultramarina, em 1959, ascendendo depois a ministro do Ultramar, em 1961.
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