Portugal está a tornar-se num tubo de ensaio para os analistas e para os psiquiatras. Levámos dois anos de angústia, em que quase todas as semanas o PM ou o Dr Vitor Gaspar nos diziam que era absolutamente necessário continuar a apertar o cinto, deixando inúmeras famílias muito para além do limiar da fome e da angústia.
Não havia um telejornal que falasse de crescimento económico. Isso competia a uns raros economistas que se insurgiam com tanta austeridade e que, claro, eram considerados pouco patriotas e pouco competentes.
De repente, neste Verão, surgem tímidos sinais de que poderíamos, talvez, já ter tocado o fundo e uma réstia de oxigénio pudesse surgir , enfim, no horizonte.
A oposição num exercício doentio - estou a ser educada - duvida não só dos números, como tenta negar a evidência dos mesmos com as mais idiotas argumentações.
A oposição num exercício doentio - estou a ser educada - duvida não só dos números, como tenta negar a evidência dos mesmos com as mais idiotas argumentações.
E o governo em lugar de dar as explicações necessárias para que todos pudéssemos compreender melhor as razões porque as exportações aumentaram acima do previsto e o turismo teve um excelente comportamento - ao menos só estes dois indicadores - não senhor, vai daí e só pede que não nos alegremos, que não embandeiremos em arco, que o mais difícil ainda está para vir.
É como se pedissem a alguém cujo tumor diminuiu após forte dose de quimioterapia, que, em lugar de se animar, continuasse triste porque o tumor podia voltar. Isto não lembraria a ninguém. E muito menos, decerto, ao médico. No nosso país até as boas notícias metem medo!
HSC
23 comentários:
Ó Helena, é mesmo, não lembra a ninguém! A mim o que me faz mais confusão é como é que eles (Governo) não vêm isso. Tinham a obrigação de ter maior visão (ou pelo menos, conhecimento) do que nós mas fazem cada coisa de deixar o zé povinho atónito. Em que mundo vivem eles?
Quando se chegar ao final de Dezembro de 2013, então sim vamos ver como foi o resultado da nossa economia. Por agora, prudência e caldos de galinha.
Em 31 de Dezembro ver-se-á. Não me deixo embandeirar em arco por resultados sazonais. Se forem sustentáveis, então sim. Já se passou por muito para acreditar em milagres. Faz bem o governo em, mesmo ele, preferir o "esperar para ver" do que deitar foguetes!
Cara Helena:
De onde se deduz, o que eu já suspeitava há muito. O Governo, sobretudo o PM, quer um país pobre - os pobres são fáceis de dominar - emprego barato etc. Creio não dizer nada de especial. Estarei enganado?
Raúl.
Na volta, e ninguém me convence do contrário, os ténues indicadores de que começamos a subir a montanha MAIS a carga brutal que nos espera no OE2014, os leve a tal procedimento numa de...não se animem nem alegrem porque vão levar com mais cortes e despedimentos
ou...
é pura campanha eleitoralista!
Eu jamais perdi a esperança porque sempre comi o pão que o diabo amassou e em baixo/depressivo/triste não se vai a lado nenhum, mas ter de pagar o que nunca devi, enquanto os verdadeiros culpados estão numa boa...é dose e é mesmo para deixar de acreditar quem governa este país!!!!
A ver vamos e estou com intenção de meter uma "cunha" a PPC para também me atribuir um "subsidio de solidão" (dos faroleiros) que dava muito jeito. Á pois, mas nunca fui funcionária pública, que chatice:):):)
Sorrir faz bem e eu gosto!
Por uma vez acho que o governo tem razão. E esta, hem?
Essa atitude é um pouco atávica. O normal é sempre termos receio do que possa vir a acontecer. Eu que me tenho por optimista, estranhamente às vezes sinto- me com receio de qualquer eventualidade que a mim e aos meus possa conhecer! Mas acho que isso tem sede na minha mãe que hoje, com saudáveis 91 anos, às vezes ainda diz: - tenho sido tão feliz ao longo da minha vida que não sei o que Deus ainda me terá reservado!
Se bem me lembro já a mitologia grega tinha alguns deuses que não gostavam de ver os humanos felizes e neles se vingavam. Daí eu dizer que a atitude é atávica!
Bom, mas essa boa notícia faria bem aos portugueses embora quem a transmitisse corresse o risco de vir a ser chamado de "al------" palavra que está tanto em moda nas manifestações de hoje em dia. Quanto a uma certa esquerda no tal "exercício doentio"desejaria sim que essa recuperação não se fizesse para que, o que diz, não seja contestado!
Este mês estou mesmo a precisar de boas notícias... esta semana bati mesmo no fundo do poço!
Dia 7(manhã): o aparelho de televisão digital terrestre dos meus pais avariou.
Dia 7(tarde): vou ao estabelecimento comercial onde foi adquirido encontro pessoas que bem dispenso do meu quotidiano.
Dia 7(noite): dia de aniversário do casamento dos meus pais. Uns primos vinham de França e vieram jantar. O voo atrasou-se 2 horas, logo o jantar também se atrasou.
Dia 13: fui a exame de condução e não fiquei aprovada.
Dia 14: numa tentativa frustrada de desanuviar fui passear à beira-mar com os meus pais. Cheguei a casa, tinha o vidro do guarda-vestidos todo estilhaçado, com vidros espalhados por todo o armário.
Dia 15: foi uma prateleira do all-de-entrada que sucumbiu.
Dia 16: estraguei uma peça de roupa da qual gostava bastante (não pensava que o detergente lhe corresse a cor como corroeu).
Dia 17: Avaria no cabo do telefone.
Parte da estante do meu quarto caiu e lá vieram mais uns livros e passe-pas-tout's para o chão.
Dia 18: Fui encontrar o terço da minha avó todo rebentado dentro do saquinho onde o guardava religiosamente.
Depois disto... só espero que a economia cá de casa retome o mais rapidamente possível.
Um beijinho
Vânia
Caros comentadores
Eu não disse para embandeirarmos em arco com as novidades. Apenas disse que boas e más notícias devem ter tratamento diferente... e não ficarmos tristes porque afinal os dados estatísticos melhoraram!
Ó Alcipe só você para me fazer rir. Pois eu, até nisto, tenho visões diferentes do governo. É que a esperança não se alimenta com desespero!
Ó Vânia se fosse a si ia pedir ao pároco uma benção especial!
Aprecio os Comentários do Marcelo ( sei que muito boa gente não o escuta ).
Agora, criticou ( e explicou por quê ) o longo discurso do PM, na Festa do Pontal.
Tem dado imensas sugestões ao Governo ao longo destes meses.
Raramente lhe deram ouvidos. Uma pena.
À 2ª, também gosto de ouvir o MST, que anda mais controlado.
Infelizmente, amanhã não teri essa oportunidade.
Os meus cumprimentos.
"O pessimista se queixa do vento. O otimista espera que ele mude. O realista ajusta as velas."
William George Ward
Vou ali ajustar as velas e já venho,convido governo e oposição a acompanhar-me...
cumprimentos
Fátima Duarte
Vânia, convenhamos que "espelho partido" e " rosário partido" entre outros azares mais parece macumba! Assim sendo, um bruxo prestaria melhor serviço que o pároco que a HSC lhe aconselha! ( não se zangue, estou só a brincar! )
Agora pense positivo, isto é, que já deve ter esgotado as probabilidades quanto aos azares...
Já fui, querida doutora Helena.
p.s.: Vânia
Admirável, Helena S. Cabral.
Passei por aqui, lendo o seu texto, que parece fotografar, o meu Brasil. Interessante.
Desejo-vos, uma semana que inicia-se, agradável.
Abraços.
No meio termo "está a virtude"...
Ñão perdi a esperança, mas nestes dias de campanha eleitoral tudo sera mais difícil de aceitar como verdadeiro... "o seguro morreu de velho..."
Muitos beijinhos,Lb/Zia
portugal é um país barato para estrangeiros virem de férias, qualquer inglês, alemão ou espanhol o dirá, hoteis, restauração, transportes, etc.
ao menos que o turismo, por esta e outras razões, funcione e aumente.
mas o que está por trás dessa barateza pode ser triste e dramático para os trabalhadores portugueses, empregados ainda (uma mão de obra cada vez mais mal paga, sem horários, quase escravizada) ou já desempregados.
quanto às exportações não sei o que se passa, concordo que o governo deveria de facto explicar, desenvolver as noticias que dá, não só ler nos os titulos.
mas o cepticismo é grande, mesmo que os indicadores melhorem, as vidas dos portugueses melhorarão? não creio...
A UNICA que elogia «esta coisa» . Coitado de quem é Pai/Mãe.
Boa tarde,
Uma boa notícia é sempre motivo de regozijo e de esperança, mesmo que ínfima seja. E as más também devem ser encaradas e divulgadas. Para assim conseguirmos encontrar um certo equilíbrio. Estar sempre a “bater no mesmo” é que não leva a muito, seja ela a boa ou a má notícia…
Foi bom regressar (de férias) e retomar a leitura das suas crónicas.
Cumprimentos,
Cláudia
Claro que não me zando, Dª Dalma.
O espelho (não fosse a trabalheira que deu para limpar) ainda vá que não vá!
Agora, o terço era a única recordação (física) que tinha da minha avó materna. Era em madeira e não valia muito, mas para mim tinha muito valor sentimental.
Um beijinho
Vânia
Vânia, esses " tesouros" têm o valor que nós lhe damos! Que interessa se são de madeira, de marfim, de prata ou de ouro? Nesse terço passaram, com certeza, vezes sem conta as mãos da sua avó pedindo ao divino por si! E por isso para si, tem e deve ter um valor inestimável... Agora há que manda-lo concertar e continuar a guarda-lo como lembrança dela! Beijinhos, pois parece que já fiz amizade consigo...
Na mouche!
Parece que sim, Dª Dalma!
UM BEIJINHO
Vânia
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