"Adoraria saber qual foi a
substância que misturaram na água da responsável da Associação Animal.
Fica
sempre bem invocar conhecidos, promovidos a amigos, da mesma
etnia-profissão-vizinhança (riscar o que não interessa) que o autor de um crime
que estamos a comentar, para afugentar acusações de preconceito. Seguindo o
exemplo, garanto que gosto muito de animais, como comprovará o gato Augusto
Gil, se traduzirem os seus miados, tal como antes dele confirmariam a gata
Íris, a cadela Cleo e muitas outras criaturas.
Mas adoraria
saber qual foi a substância que misturaram na água da responsável da Associação
Animal para que esta pretenda rebatizar Zico, o cão arraçado de pitbull que
provocou a morte de um menino de 18 meses.
Chamar-lhe
Nelson Mandela, com a justificação de que é uma "homenagem à liberdade e à
esperança de que mesmo uma injustiça tem fim", é uma gravíssima ofensa ao
bom senso, pois o ex-presidente da África do Sul esteve preso 27 anos por
desafiar o injusto ‘apartheid’ e não por matar uma criança à dentada.
Por muito
louvável que possa ser a intervenção da Associação Animal, tal discurso merecia
uma visita dos advogados de Mandela.
E os do
treinador e ex-futebolista brasileiro Zico, que não tem culpa nenhuma desta
tragédia".
(Leonardo Ralha no Correio da Manhã de 2 de Agosto)
Devo
confessar que, à semelhança do autor desta crónica também me senti incomodada com
os factos aqui relatados. Ser-se amigo dos animais é humano, natural e
desejável. A decisão de suspender o abate nestas circunstâncias é discutível.
Mas chamar Mandela a um animal com este historial e usar a luta pela liberdade
do líder africano, para justificar a honrosa escolha ultrapassa,
a meu ver, todos os limites do bom senso.
HSC
36 comentários:
Tem toda a razão! Quanto ao cão, já deveria ter sido abatido há muito. E quanto aos pais, deveriam, se a Legislação Penal fosse outra, vir a sofrer uma condenação de alguns anos de cadeia efectiva, a cumprir, sem apelo nem agravo.
Este país, com estes maus hábitos dos tais brandos costumes, acaba por permitir este tipo de situações inaceitáveis.
P.Rufino
Obrigada. Gostei muito de ler a sua opinião em relação a este assunto, porque vai de encontro à minha e que já gerou lá pelo meu blogue muita discussão acesa.
Houve inclusive quem chamasse de assassino a Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul. Enfim! Deve ser gente que realmente está a consumir substâncias estragadas.
Eu também não achei piada nenhuma ao novo nome do cão.
Defendo que o cão não deva ser abatido, até porque as consequências dos actos dos cães são dos seus donos mas chamar "Mandela" a um cão parece-me uma falta de respeito enorme.
Se querem fazer alguma homenagem, homenageiem Miguel Torga e coloquem o nome de NERO ao cão. (Nero é o nome do cão da obra de Torga, "Os Bichos")
Um beijinho,
Vânia
Vânia, se bem me lembra o NERO do conto de Miguel Torga não cometeu semelhante atrocidade!!
Estou de absoluto acordo de que:
1° devia ter sido abatido
2º já que não vai ser, que a Sra. da dita associação fosse punida por absoluta ignorância do respeito que todos devemos a Nelson Mandela pelo seu exemplo de vida!
vai ver que há um qualquer Mandela assassino por aí . o nome Mandela não deve ser exclusivo do antigo líder sul africano .
assim o nome assenta-lhe que nem uma luva
Algo de irracional acontece quando os direitos do animais (reconheço que também os têm)se sobrepõem ao homem. As consciências precisam de um grande abanão, mas não sei donde virá ...
Subscrevo inteiramente as suas palavras porque quando li a notícia fiquei com o estômago revoltado com tanta cretinice e imbecilidade.
O seu cometário é brilhante, como aliás é seu apanagio em tudo que escreve. Estou inteiramente de acordo!
Preservar alguma sanidade mental, neste país desgraçado, não está a ser tarefa fácil!
Valha-nos a visita a alguns blogs..e muito pouco mais
Helena
Eu acho que estão diminuindo neurónios em algumas cabeças. Ir à TV anunciar a troca do nome do cão Zico, ainda por cima justificando a troca, é demais! O cão passou a herói e esquece-se a criança que ddveria ter sido protegida por quem tinha a sua guarda.
Carmen
Também estou totalmente de acordo co o já explicitado ( até às 18:06 , tanto pelo jornalista, como pela HSC e pelos três comentadores.
Melhores cumprimentos.
Sinceramente, não percebo a necessidade de mudar o nome ao cão. Afinal ele está habituado a ser 'Zico'. Depois, parece-me que, ainda há muito quem se incomode com quem trabalha e se empenhe na defesa dos animais. É bom não ignorar que quem defende o não abate do zico, também lamenta profundamente a morte da criança.
Quanto ao novo nome e a Associação Animal, parece-me que não há necessidade de empolar tanto a coisa, já que é mais do que justo louvar o importante trabalho que tem feito a ANIMAL.
"A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como os seus animais são tratados"
Mahatma Gandhi
Obrigada,
Miguel
Adoro animais, mas o comportamento da presidente da Associação Animal é proprio de gente fundamentalista e desequilibrada que vê para lá da razão.
Este tipo de comportamento trás mais desvantagens para a causa a favor dos animais do que o contrário.
Embora, os animais sejam o reflexo dos donos, e este caso deve ser disso exemplo, o animal deveria ter sido abatido porque matou uma criança de apenas 18 meses.
Isabel BP
Miguel
Gandhi era indiano e essa frase é muito invocada cá pela terra a despropósito .
Há que estudar a História antes de a invocar .
RuiMG
Dª Dalma, claro que o Nero (no conto de Torga) não cometeu nenhuma atrocidade... mas já que quiseram renomeá-lo (eu até gosto de Zico) ao menos, davam-lhe nome de cão.
Mas também lhe podiam chamar Fúria, Ira, Vulcão,sei lá... agora Mandela parece-me um insulto.
Mas deve ser cisma minha que quando adoto um animal procuro dar-lhe um dos nomes da obra de Torga.
Vânia
Bom senso é,de facto, do que mais vai faltando por aí e, infelizmente, a vários níveis...
Eu sempre fui contra o abatimento deste animal, afinal não ficou provado que foi a causa de morte da criança. Além do mais, o pai da criança, que treinava o cão para lutas e o tratava como um escravo, é que foi o verdadeiro culpado pela morte do filho. Houve negligência da parte dos pais desta criança, pelo que deveriam ir para a cadeia por homicídio negligente, uma vez que criaram o cão para ser assassino e deixaram a criança sózinha com ele, sem vigilância, com o cão.
Não, não se fez justiça, não era o cão que teria de ser abatido: os pais é que deveriam ter sido punidos!!!
Também não concordo que rebatizassem o cão. Era Zico, assim continuava.
Os cães não são assassinos, os homens é que são.
Se o Ghandi eventualmente disse isso devia estar a referir-se às vacas, que como sabemos são sagradas, e que nos tempos de hoje grandes problemas causam nas cidades que os indianos querem modernas!
Melhor fora que o batizassem de "Gaspar", pois se este nome é usual em gatos, também ficava bem no cão (...)
"O caso do Zico revela um problema muito mais profundo na nossa sociedade, que diz respeito ao modo como os animais são vistos aos olhos da lei e do maltrato que impunemente lhes é infligido. Pelo que importa por isso ressalvar a importância de uma decisão que acompanha a evolução social, cientifica e ética a que temos assistido, que é a do reconhecimento da senciência animal, do seu direito à vida e ao bem-estar físico e psíquico.
O PAN continuará atento e a acompanhar interventivamente este caso histórico em Portugal."
http://www.pan.com.pt/comunicados/502-um-momento-historico-no-direito-animal-em-portuga.html
Caras/os amigas/os, vamos ver se conseguimos que isto fique esclarecido de uma vez para sempre:
A ANIMAL dá SEMPRE nomes de humanos ou de outros animais aos animais que resgata. Fá-lo SEMPRE como uma homenagem. Não, não vemos como uma provocação dar o nome de um símbolo de resistência a um animal que, embora não tenha consciência disso, teve muita gente a lutar por si, e que, de certa forma é também um símbolo de resistência. Não, ninguém está a comparar o Nelson Mandela ao cão Mandela, porque dois indivíduos não são comparáveis, nem duas situações como as que aqui analisamos o são. Para quê tornar algo tão simples - dar um nome de um humano que admiramos a um animal não-humano - em algo passível de tanto ódio e cegueira? Estamos a receber ameaças atrás de ameaças, temos até jornalistas a dizerem-nos directamente que acham (onde está a isenção???) que é uma provocação e que estamos a desrespeitar a memória da criança falecida.
Outra coisa que queremos esclarecer, embora não possamos nem queiramos dar detalhes da autópsia (que temos em nossos poder, portanto sabemos do que falamos) da criança é que NÃO ficou provado que o cão tenha sido o responsável pela morte da criança! Se tivesse ficado provado, jamais a juíza teria decidido a nosso favor! Jamais saberemos o que se passou naquela casa na noite da tragédia, mas este dado é o que é.
Temos um profundo respeito pela família da criança, porque a dor que sentiram ao perder um filho é inimaginável. Nunca mencionámos nem mencionaremos aqui sequer o nome da criança por pudor e respeito. Achamos que não temos esse direito. Temos sido sempre correctos e respeitado a memória do falecido, portanto não podemos admitir que seja quem for ponha esse respeito em causa e diga que estamos a faltar ao respeito à referida família por darmos um nome como o que demos ao cão. Queriam que lhe tivéssemos chamado Saddam? Por favor! Pede-se algum bom senso. Somos humanos, tal como vós, e também temos sentimentos, filhos, família. Sabemos muito bem a dor de perder alguém, por isso recusamos qualquer acusação injusta como essa. Agradecemos que partilhem este esclarecimento, que nem deveria ser necessário.
https://www.facebook.com/ONGANIMAL
Ao tempo de Mahatma Gandhi, a população de tigres na selva indiana baixou drasticamente. Eram mortos indiscriminadamente, tal como no tempo dos Marajás e da ocupação inglesa, embora nos tempos coloniais a “matança" fosse mais acentuada. Seja como for, hoje preserva-se o tigre (combatendo a caça furtiva, o que não é fácil), o que ao tempo de Gandhi ainda não existia um projecto nesse sentido, como hoje, nem, tão pouco, quer o governo indiano, quer as populações, estavam sensibilizadas para esta ciclópica tarefa (porque na verdade não é fácil combater a caça furtiva e o envenenamento dos tigres pelos aldeões, para protegerem o seu gado). Ou seja, o modo como aqueles animais extraodinários eram tratados deixava muito a desejar.
Quanto ao Zico, reitero que deve ser abatido. Já o deveria ter sido. Embora, naturalmente, a culpa principal deva recair nos pais da criança, que deveriam, assim se espera, vir a ser acusados da prática do crime previsto e punido pelo Artigo 138º do Código Penal, 1. b) - 2 a 8 anos de cadeia - e 3. b) - 3 a 10 anos de cadeia - que melhor se adequa a esta situação e não tanto o Artº 137º (homicídio por negligência), embora se pudesse, porventura, incluir na acusação o previsto nesse articulado (137ª). Ideal seria a acusação pedir um cúmulo jurídico, com vista a tentar obter a pena máxima possível para os pais da criança. Uma condenação que implicasse pelo menos uma pena de uns 12 anos (ou mais) de prisão. Era o mínimo.
Voltando ao cão, deixemo-nos de fantasias. Cão que mata uma pessoa deve ser abatido. Ponto final. Os cães podem muito bem ser assassinos. Todo o cão contem os genes de perigosidade (mesmo os mais mansos), que, por vezes, pode ser despoletado, por razões várias. Seja como for, o dito Zico não é um animal fiável, sobretudo a partir do momento em que atacou uma pessoa, particularmente uma criança. Nunca mais será. Defender o indefensável é, para além de caricato, uma aberração. Cometeu-se um crime, cujos culpados directos foram os pais, mas, o agente do crime, o cão, não pode continuar viver, sob pena de voltar a suceder o mesmo. Mas mesmo que não viesse a suceder. Aqui há um par de anos 4 Rotwailers atacaram e mataram um mulher, para os lados de Sintra. O que só prova que determinadas raças de cães são – efectivamente perigosas – podendo não o ser se acompanhadas pelos donos, mas sendo-o noutras circunstâncias. Como sucedeu com o acidente do Zico.
Resumindo: execute-se o Zico, já (!), e enviem-se os pais da criança morta para a cadeia. 12 anos a 15 de pilra.
E tenho dito, este é o meu veredicto! (como um patusco de um juiz em tempos idos terminava as suas sentenças).
P.Rufino
Anómimo(a) das 15:30, tenho um gato Gaspar e com muita honra... Não vejo qual a razão deste cão poder ter esse nome, nem mesmo sendo alusão ao ex-ministro das Finanças.
Os animais não têm que pagar com nomes de quem não lhes diz nada!
O meu gato é Gaspar porque veio para casa no dia 26 de Dezembro e dei-lhe um nome ligado à quadra natalícia - um dos Reis Magos. Ah e tem nove anos! :))
Isabel BP
P. Rufino, você estava bem a viver na Idade Média. Enfim ...
Oh P. Rufino, eu tenho um cão que era bem capaz de, assustado, me morder se eu caísse em cima dele enquanto dormia. E olhe, é um rafeirito!
Mas, já vi que não entende... Continue assim que há-de ter muitos amigos...
Escrevo neste post, porque é o ultimo, mas vou falar-lhe da sua entrevista, tão badalada...
Li com muita atenção, e despertou em mim, uma " caldeirada " de emoções e pensamentos... Mas bem lá no fundo... Face à situação, fiquei com a certeza que quase ninguém em Portugal daria uma entrevista tão magnifica, com alguns momentos de poesia (desculpe lá o exagero)como a Helena o fez...
Seria tão bom que outros portugueses falassem assim...( como se compreende não concordei com tudo, mas...)
De acordo com o que escreveu o anónimo da ANIMAL.
Pena que ainda sejamos um povo tão atrasado .
'A ANIMAL dá SEMPRE nomes de humanos ou de outros animais aos animais que resgata.' ....
Vocês desrespeitam tudo e todos!
O comentário fica anónimo, não vá algum de vocês dar o meu nome ao vosso estimadíssimo cão!
Com tanto disparate uma pessoa até se assusta!
Dra. Helena
Desde hà muito sou sua leitora e admiradora.
No entanto, esta é a primeira vez que comento, talvez porque este tema me toca particularmente.
Não querendo entrar em conflitos, gostaria de demonstrar o meu total acordo com o exposto pelo anónimo da ANIMAL. Não posso deixar também de referir que embora não conheça o Sr. P. Rufino, é triste constatarmos que em pleno séc.XXI ainda haja este tipo de postura, a meu ver, muito primitiva.
Os animais são aquilo que fazemos deles.
Um beijo para si Dra. Helena e que continue a ser a grande inspiração que tem sido para tantos de nós.
Ana Maciel
Para o anónimo das 13:05:
Confesso que assustado fiquei eu por em tão poucas linhas dizer tanto disparate. Fiquei com pena de si. :-(
Abatam-se as mães e os pais que mataram os filhos, abata-se o maquinista do comboio que provocou a morte de tantas pessoas, abata-se o pai da juíza que matou o genro à frente da neta, abata-se o político da madeira que provocou a morte de um amigo num acidente, abata-se a criança que matou o irmão com a arma do avô, abata-se o rapaz que matou Carlos Castro, abata-se o bancário de Matosinhos que abusou dos filhos e abatam-se também os 114 pedófilos que a PJ apanhou no último ano. Abata-se o automobilista que matou a peregrina que ía a caminho de Fátima, abata-se o tio que em Carrazeda de Ansiães atropelou o menino que caiu do seu carro. Abata-se a crise, a chuva, o vento e tudo aquilo que nos incomoda. Abatam-se os desgraçados dos cães famintos, abandonados à fome, à sede e ao frio, que vagueiam na rua à procura do dono que nunca vem. Abatam-nos. Queremos lá saber de civilização, de ética, de princípios e de moral. Nós somos cruéis e vingativos, somos maus e antigos, nós gostamos é de abates.
Fernando B, por favor diga-me onde leu a entrevista da HSC. Obrigada por antecipação. D
Cara Dalma
Respondo eu. Saíu no Diário Económico de segunda feira mas foi dada um mês antes a 5 de Agosto.
Pessoas são pessoas. Se fizerem mal, são punidas e como são animais racionais e inteligentes podem e devem emendar os seus erros.Eu não faço mal aos animais nem gosto de ver maus tratos, mas tratar os animais irracionais melhor do que as pessoas não estou de acordo
maria isabel
Caros anónimos,
Aceito totalmente as vossas críticas, mas permitam-me dois pequenos comentários, com todo o respeito, como sublinhei, pelas vossas observações: - Convivo com cães desde sempre. Ao tempo dos meus avós, era eu ainda muito criança, até muito depois, quando casei. E continuo, desde essa altura, a conviver com (e, sobretudo, ter) cães - em casa. Desde esses tempos, as raças de cães sempre foram as mais variadas, de grandes cães, que meus avós gostavam de ter, embora vivessem nas suas quintas no Douro e na Beira-Alta, até raças mais pequenas, em casa e, depois, em nossa, minha, casa. Hoje temos 2 whippets, cães espantosos. Uns amigos criadores de cães, de várias raças, sempre nos disseram que nunca se deve confiar a 100% num cão. Pela tal razão, dos genes, que invoquei (palavras deles, não da minha autoria). Sobretudo, havendo crianças. Uma recomendação que nunca esqueci. Já tive conhecimento de casos lamentáveis. Num deles, uma belísima e meiga cadela boxer com cachorros relativamente pequenos, um dia reagiram de uma forma inqualificável. Uma filha de uns nossos conhecidos, ainda pequena, 4 anos, escorregou e ao cair no jardim da casa, bateu com a cabeça numa pedra, ficando a sangrar bastante. Acto contínuo, quer a cadela, quer os cachorros, atacaram-na, pela cabeça a sangrar e se o avô (que ficara a tomar conta dela) não tivesse acudido aos gritos da criança, teria morrido. Foi hospitalizada de urgência e esteve bastante mal. Por sorte, ou melhor, graças a bons médicos, conseguiu salvar-se e hoje é já uma adolescente cheia de saúde, embora, quem sabe, com más memórias deste episódio. Entretanto, o avô após o incidente pegou numa caçadeira (era caçador no Alentejo) e abateu a tiro todos os cães num acto de desespero. O filho é que só alguns anos depois perdoou ao pai (o avô) semelhante “incúria”, como lhe chamou. E ficaram marcas para sempre, entre eles. Aqui há uns 5 anos, um cão que eu conhecia bem e sempre me tratou bem, um mastim dos pirinéus, de uns vizinhos meus, atacou-me, quando passeava com o cão que possuia então. Tive de ir para as urgências do hospital e levar uns tantos pontos na mão e perna. Na ocasião, os médicos da urgência aconselharam-me a fazer queixa à polícia e pedir o abate do animal. Não o fiz, porque enfim, tinha escapado sem grandes sequelas, mas adverti o vizinho que da próxima vez era era eu mesmo quem acabaria de vez com ao animal, se voltasse a suceder. Enfim, cães, embora eu goste deles são e serão sempre cães! Ponto! Quanto à eventual penalização (do Código Penal) que advoguei, não retiro uma vírgula. Entendo que pais que descuram situações de perigosidade relativamente aos filhos, que podem implicar a sua morte se não houver a necessária e devida atenção, devem ser objecto da uma pena máxima que o mesmo CP prevê. Sou absolutamente implacável quanto a isso. Os pais, sobretudo quando se trata de crianças, devem ter – sempre – o maior cuidado para com eles. A finalizar, tenho um neto que é precisamente da mesma idade da criança que o Zico matou – 18 meses. Sem qualquer ressentimento, um abraço cordial a ambos anónimos,
P.Rufino
A deriva de antropomorfização dos animais acaba por zoomorfizar o ser humano.
RuiMG
Oh Maria Isabel, mas quem é que trata melhor animais do que pessoas? Bem, na verdade depende das pessoas. Se eu vir um cão é capaz de me apetecer fazer-lhe umas festas, se vir um pedófilo é capaz de me apetecer dar-lhe um murro na tromba (no mínimo)
Não confunda as coisas. Se acha que quem gosta de animais não gosta de pessoas, está redondamente equivocada.
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