Pessoalmente, não sou dada a desânimos. Mas, às vezes, fico
verdadeiramente impressionada com “os desânimos” que vejo por aí. E ontem pensei
bastante no assunto, porque uma malvada gripe me deixou num estado lamentável.
O desânimo chega silencioso. Às vezes, ele não anuncia a sua
chegada: apenas se encosta ao nosso lado, pesa nos ombros e sussurra que nada
vale a pena. Ele é aquele intervalo sombrio entre o que queremos ser e o que
conseguimos fazer, entre o que sonhamos e o que, na prática, enfrentamos.
É normal sentirmo-nos assim. O desânimo faz parte da
experiência humana. Ele aparece quando estamos cansados, quando algo não saiu
como esperávamos ou quando o caminho parece maior do que as nossas forças. Mas
é importante lembrar que o desânimo é um estado, não uma sentença. Ele não
define quem somos, nem determina onde vamos chegar.
Há momentos em que parar é necessário. Respirar. Reorganizar.
Permitir-se sentir. Mas, após essa pausa, vale a pena olhar ao redor e perceber
que ainda há motivos para continuar. No fundo há pequenos progressos que talvez
não tenhamos notado, pessoas que torcem por nós, capacidades que ainda nem
sequer foram exploradas.
Superar o desânimo não é dar um salto. Muitas vezes, é apenas,
dar o próximo passo — pequeno, simples, mas na direção certa. E cada passo
feito com coragem, mesmo quando a vontade falta, é uma vitória silenciosa que
fortalece o coração.
O desânimo pode até visitar, mas não precisa morar em nós. Há
luz que espera, para além do momento escuro. E nós, mesmo sem perceber, carregamos
o brilho necessário para a alcançar. Talvez seja esta a razão, para eu não ser
dada a desânimos, mesmo quando a gripe ma apanha…
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