sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

AS MALVADAS CONTAS

“O primeiro-ministro, que uns dias antes tinha sugerido aproveitar a oportunidade da possível mudança das leis laborais para elevar o salário mínimo para os 1.500 euros e o médio para 2.000 ou 2.500, disse não querer "que o salário médio chegue aos 1.600 ou 1.700", mas sim que "chegue aos 2.500, 2.800 ou 3.000 euros".

Não costumo falar de política, mas esta frase do primeiro-ministro, retirada das notícias que respeitam a economia do país, levantou-me algumas dúvidas, e por isso, obrigou-me a faze umas contas de matemática básica, em que apenas entrei com números que são do domínio público.

De acordo com elas, a afirmação parece-me, sobretudo, retórica e aspiracional. O primeiro-ministro projeta salários médios muito elevados (2.500–3.000 euros) para mostrar ambição política e distanciar-se de metas mais modestas. No entanto, do ponto de vista económico, esses valores parecem pouco realistas a curto prazo, sem um forte aumento da produtividade e reformas estruturais. Falta também clareza, sobre como esses objetivos seriam alcançados, o que reforça o carácter mais discursivo do que prático, da declaração. Isto de acordo com as minhas contas, claro!

 

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