“O primeiro-ministro, que uns dias antes tinha
sugerido aproveitar a oportunidade da possível mudança das leis laborais para
elevar o salário mínimo para os 1.500 euros e o médio para 2.000 ou 2.500,
disse não querer "que o salário médio chegue aos 1.600 ou 1.700", mas
sim que "chegue aos 2.500, 2.800 ou 3.000 euros".
Não costumo falar de política, mas esta frase do primeiro-ministro,
retirada das notícias que respeitam a economia do país, levantou-me algumas
dúvidas, e por isso, obrigou-me a faze umas contas de matemática básica, em que
apenas entrei com números que são do domínio público.
De acordo com elas, a afirmação parece-me, sobretudo, retórica
e aspiracional. O primeiro-ministro projeta salários médios muito elevados
(2.500–3.000 euros) para mostrar ambição política e distanciar-se de metas mais
modestas. No entanto, do ponto de vista económico, esses valores parecem pouco
realistas a curto prazo, sem um forte aumento da produtividade e reformas
estruturais. Falta também clareza, sobre como esses objetivos seriam
alcançados, o que reforça o carácter mais discursivo do que prático, da declaração.
Isto de acordo com as minhas contas, claro!
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