quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

O LAMENTÁVEL DESÂNIMO

Pessoalmente, não sou dada a desânimos. Mas, às vezes, fico verdadeiramente impressionada com “os desânimos” que vejo por aí. E ontem pensei bastante no assunto, porque uma malvada gripe me deixou num estado lamentável.

O desânimo chega silencioso. Às vezes, ele não anuncia a sua chegada: apenas se encosta ao nosso lado, pesa nos ombros e sussurra que nada vale a pena. Ele é aquele intervalo sombrio entre o que queremos ser e o que conseguimos fazer, entre o que sonhamos e o que, na prática, enfrentamos.

É normal sentirmo-nos assim. O desânimo faz parte da experiência humana. Ele aparece quando estamos cansados, quando algo não saiu como esperávamos ou quando o caminho parece maior do que as nossas forças. Mas é importante lembrar que o desânimo é um estado, não uma sentença. Ele não define quem somos, nem determina onde vamos chegar.

Há momentos em que parar é necessário. Respirar. Reorganizar. Permitir-se sentir. Mas, após essa pausa, vale a pena olhar ao redor e perceber que ainda há motivos para continuar. No fundo há pequenos progressos que talvez não tenhamos notado, pessoas que torcem por nós, capacidades que ainda nem sequer foram exploradas.

Superar o desânimo não é dar um salto. Muitas vezes, é apenas, dar o próximo passo — pequeno, simples, mas na direção certa. E cada passo feito com coragem, mesmo quando a vontade falta, é uma vitória silenciosa que fortalece o coração.

O desânimo pode até visitar, mas não precisa morar em nós. Há luz que espera, para além do momento escuro. E nós, mesmo sem perceber, carregamos o brilho necessário para a alcançar. Talvez seja esta a razão, para eu não ser dada a desânimos, mesmo quando a gripe ma apanha…