segunda-feira, 17 de junho de 2024

UM PERDÃO

Espero que estas palavras te encontrem em paz. É com um misto de arrependimento e esperança que te escrevo esta carta, depois de tantos anos de silêncio. Faz trinta anos que deixei a tua vida de forma abrupta e inexplicável, e tenho carregado o peso dessa decisão comigo, desde então. Hoje, volto para pedir o teu perdão, sabendo que as palavras talvez nunca sejam suficientes para reparar a dor que te causei.

Há três décadas, eu era uma pessoa absorvida pelo trabalho e pelo sucesso, incapaz de lidar com os desafios que a vida me impunha. Naquela época, perante as tentações, pensei que a única solução era partir, acreditando erroneamente que a minha ausência seria menos dolorosa do que minha presença fragmentada. Fui covarde, e ao fugir, deixei-te com feridas profundas que sei que cicatrizaram de maneira difícil e dolorosa.

O tempo passou, e com ele veio a sabedoria que me faltava. Entendi que a fuga não resolve problemas, só os agrava, e que as pessoas que nos amam merecem mais do que a nossa ausência inexplicada. O meu coração pesa com o arrependimento por não ter sido forte o suficiente para enfrentar os desafios ao teu lado.

Sei que pedir perdão agora, depois de tanto tempo, é uma tarefa árdua. Não espero que esta carta apague as mágoas do passado, mas espero que ela seja um primeiro passo para uma possível reconciliação. A vida ensinou-me a valorizar as pessoas e os momentos, e gostaria de ter a oportunidade de te mostrar que mudei, que aprendi com os meus erros e que desejo reparar, tanto quanto possível, o mal que causei.

Quero que saibas que sempre te carreguei no coração, mesmo nos momentos mais sombrios da minha jornada. O que fiz não tem justificação, mas gostaria de abrir um diálogo, se a ele estiveres disposta, para que possamos encontrar um caminho de paz e compreensão.

Peço humildemente o teu perdão, na esperança de que possamos, de alguma forma, reconstruir uma ponte que foi destruída há tantos anos. Estou à tua disposição para te ouvir, para aceitar a tua raiva e tristeza, e para te oferecer, se permitires, a minha sinceridade e mágoa.

3 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Espero que o destinatário receba a missiva, leia e compreenda.

Anónimo disse...

Querida Helena

Eu perdoo tudo ao Paulo.
Ele não me levava a sério.
Achou me muito nova, mas não é assim tanta diferença de idade
Ele tem me feito muito bem, eu reconheço e por isso, ainda gosto mais dele.

Fátima

Helena Sacadura Cabral disse...


Cara Fátima
Amores infelizes não é a minha especialidade. Deixe de pensar no Paulo e vá em busca do verdadeiro amor!